Notícias da Semana

Notícias Anteriores

Eventos
Julho
Agosto
Setembro
Outubro

Divulgue
seu evento


 


Microsoft doa programas desatualizados
a escolas argentinas

A existência de um acordo secreto entre a Microsoft e o Ministério da Educação da Argentina foi descoberta na última semana pela ONG Software Livre Argentina (Solar). Semelhante a outros convênios já estabelecidos pela empresa com governos - um programa intitulado "Partners in Learning" (Parceiros no Aprendizado) -, o acordo prevê a doação de licenças de Windows 98 e 2000 a escolas públicas. Esse tipo de estratégia da empresa - doar software a escolas e patrocinar aulas que ensinam professores a usar esses programas - têm sido comparado a uma "tática de traficante" por boa parte dos críticos. (leia mais sobre o assunto)

O acordo firmado com o governo argentino prevê a atualização dos sistemas operacionais doados, que são antigos, para o produto mais novo da Microsoft, o Windows XP, a "preços simbólicos". Ao levar o presente, o governo argentino adquire o "direito" de comprar o pacote Office (Word, Excel, PowerPoint) em "condições favoráveis".

Devido às cláusulas de confidencialidade do contrato, apenas parte do documento assinado pelas autoridades argentinas foi revelado. Diz o acordo no artigo 6, "Divulgação pública: nenhuma das partes emitirá nenhum comunicado à imprensa nem fará anúncios públicos relativos a este acordo, sem consentimento por escrito da outra parte". A ONG Solar deve entrar, nos próximos dias, com uma ação judicial pedindo a divulgação do restante do documento.

Brasil já foi alvo
Em junho do ano passado, o governo brasileiro, representado pelo então ministro da Educação, Cristovam Buarque, esteve prestes a firmar um acordo semelhante. Buarque teve uma reunião com o vice-presidente mundial da Microsoft, Craig Mundie, acompanhado do presidente filial brasileira da empresa, Emílio Umeoka, e chegou a assinar um Protocolo de Intenções inicial. A resistência, dentro do governo e por parte da comunidade software livre brasileira foi intensa e as relações com a Microsoft tornaram-se menos intensas após a saída de Buarque.

Segundo informações divulgadas à imprensa pela empresa, a Microsoft pretende investir US$ 160 milhões, nos próximos 5 anos, em programas de "caridade" destinados à América Latina. Desse montante, US$ 30 milhões estão sendo computados pela empresa como doação de software destinados à ONGs que promovem inclusão digital.

O comunicado cita que os programas estão destinados a ONGs de 19 países, mas cita apenas duas, o Comitê de Democratização da Informática (CDI), entidade que nasceu no Brasil mas têm ramificações no mundo todo, e a Fundación Equidad, argentina. O CDI, no Brasil, é mantido por mais de 15 organizações e empresas além da Microsoft, como a Esso, a Xerox e a Agência Norte-americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Na Argentina, o CDI é mantido pela Microsoft, pela Accenture, pela HP e pela estatal brasileira Petrobras.

A ofensiva da empresa de Bill Gates, contudo, não se restringe à América Latina. Entre junho e julho, Gates esteve no Japão, na Malásia e na China firmando acordos nos moldes do Partners in Learning. Somente para a China serão doados US$ 10 milhões num prazo de cinco anos, destinados a cem escolas localizadas em áreas rurais. Em visita à Malásia, ele afirmou que gostaria que a pirataria fosse banida dos países asiáticos como a China. "Além de tudo é o segundo maior mercado de PCs do mundo", disse Gates.


Leia mais sobre o assunto em:
http://www.comciencia.br/200406/reportagens/01.shtml

Atualizado em 27/07/04
http://www.comciencia.br
contato@comciencia.br

© 2001
SBPC/Labjor

Brasil