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Autoridade indiana alerta para necessidade
de democratizar tecnologia

A cidade de Ahmedabad, no estado de Gujarate, ao oeste da Índia, está sediando o 92° Congresso Indiano de Ciência, que começou no último dia 03 e deve seguir até o dia 07 de janeiro. Na abertura do Congresso, o primeiro ministro da Índia, Manmohan Singh, disse que a ciência e a tecnologia devem participar com maior intensidade nas estratégias do governo dos países frente aos problemas dos impactos dos desastres naturais (leia matéria). Singh estava se referindo aos deslizamentos de terras, secas, ciclones, avalanches, mas, sobretudo ao terremoto com 9 graus na escala Richter (veja BOX) que gerou o tsunami e atingiu os países do sul da Ásia na semana passada, deixando mais de 150 mil mortos. "Se estamos fazendo um uso correto da ciência e da tecnologia, porque não podemos aliviar ou impedir o sofrimento humano?", questionou Singh, durante seu discurso.

De acordo com o primeiro ministro, os cientistas não podem permanecer "testemunhas silenciosas", como denominou, dos desastres naturais. Singh também disse que as tecnologias existentes devem ser ligadas em sistemas entre os países. "Necessitamos de investimentos que promovam a melhor utilização do conhecimento existente e na disseminação deste conhecimento tão extensamente quanto possível", afirmou.

No Brasil, também existe uma preocupação para que as autoridades dêem mais atenção às atividades sismológicas. De acordo com o professor de Sismologia da Universidade de Brasília (UnB), Vasile Marza, a história mostra que a previsão de rotina de abalos sísmicos pode ser feita. No entanto, é preciso um maior direcionamento de recursos para a sismologia - ciência que estuda os terremotos e as ondas sísmicas.

Marza faz parte do Observatório Sismológico do Instituto de Geociências da UnB, que detectou o terremoto ocorrido no Índico. Como Brasília está a 16 mil km do epicentro, as ondas do abalo sísmico chegaram 19 minutos depois do ocorrido, exatamente às 1h19 da madrugada. No entanto, Marza explica que detectar é diferente de prevenir. "O Observatório Sismológico da UnB detectou o abalo, mas não teve como fazer a previsão. A ruptura libera energia em poucos segundos que se propaga pela crosta da terra. No caso da Indonésia, país mais próximo ao epicentro [e mais afetado pela tragédia], houve uma combinação de fatores entre o terremoto e as ondas gigantes", afirmou.

A previsão do abalo sísmico foi feita pelo Centro de Alerta dos Tsunamis do Pacífico e pelo Centro Internacional de Informação sobre os Tsunamis, ambos localizados no Havaí. A Austrália foi avisada, mas por falta de um sistema de comunicações, não tiveram como alertar os países atingidos. "Deveria haver um sistema baseado em algumas regras de comunicação, como um telefone vermelho", enfatiza Marza. Apenas a existência de um epicentro com tal magnitude no fundo do Índico já era razão suficiente para que uma sirene soasse e a área fosse evacuada.

Tsunami é uma palavra japonesa que significa "grande onda" e pode ser originada de diversas formas, como tremores sísmicos ou terremotos (maremotos) no assoalho oceânico, por vulcanismo, deslizamentos ou avalanches submarinas e impacto meteorítico. O tsunami que atingiu o sul da Ásia e o leste da África no último dia 26 provocou danos em doze países e deixou mais de 155 mil mortos, número que ainda pode aumentar devido aos riscos de epidemias como febre amarela, cólera, dengue, entre outras.

Escala Richter

A escala Richter é um sistema criado há 70 anos pelos cientistas americanos Charles Richter e Beno Gutenberg do Califórnia Institute of Technology. No início, a escala media os tremores apenas na Califórnia, mas depois foi adotada por todo o mundo. Ela mede a magnitude, isto é, a potência do tremor em um determinado lugar - o epicentro - assim como os danos que ele provoca. A escala Richter vai de um a 9 pontos, no entanto, não existe um limite teórico para essa escala, por isso hoje se fala em "escala aberta" de Richter.

Escala Richter
Efeitos
Menos de 3,5 É apenas registrado pelos sismógrafos.
De 3,5 a 5,4 Pode produzir danos.
De 5,5 a 6 Provoca danos menores em edifícios bem construídos, mas pode causar maiores danos em outros.
De 6,1 a 6,9 Pode ser devastador numa zona de 100 km.
De 7 a 7,9 Pode causar sérios danos numa grande superfície.
De 8 ou mais Podem provocar grandes danos em regiões localizadas a várias centenas de quilômetros do epicentro.
Atualizado em 05/01/05
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