De Manchester ao Vale do Silício – Como os distritos do conhecimento substituíram os distritos industriais

Por Gabriela Celani e Marcela Noronha

 Ao longo do século XX, muitos municípios brasileiros estabeleceram seus distritos industriais, reservando parte de seu território para receber um tipo de atividade econômica com demandas específicas, como disponibilidade de grandes lotes, acesso à água e à energia elétrica, acessibilidade por ferrovias ou rodovias e proximidade a mão de obra, além de incentivos fiscais. Esse tipo de distrito contribuiu para o enriquecimento de muitas cidades. Assim, Sorocaba passou a ser conhecida como a Manchester paulista, Juiz de Fora como a Manchester mineira etc., em referência à cidade inglesa que foi o berço da Revolução Industrial. Entre as décadas de1950 e 1980, a economia brasileira cresceu de maneira extraordinária, a uma média de 4,5% ao ano, com forte contribuição da indústria de transformação[1]. Contudo, a partir da segunda metade da década de 80, o país viveu um processo de desindustrialização[2]. Continue lendo De Manchester ao Vale do Silício – Como os distritos do conhecimento substituíram os distritos industriais

Apego ao lugar e comportamentos pró-ambientais em ambientes urbanos

Por Zahra Alinam e Adriane Eloah

Há evidências de que existe uma relação significativa entre a formação do indivíduo e o apego ao lugar em que ele se insere. Com o desenvolvimento das sociedades humanas e a transformação dos estilos e das condições de vida das pessoas, arquitetos e urbanistas têm se concentrado cada vez mais na qualidade dos ambientes construídos e dos espaços urbanos. E esse ambiente engloba mais do que apenas elementos físicos: ele também inclui mensagens, significados e símbolos que as pessoas interpretam com base em seus papéis, expectativas e motivações. O sentimento que surge da percepção e do julgamento de um indivíduo sobre um ambiente específico é o que denominamos “senso de lugar”. Ele desempenha um papel vital em fomentar a harmonia entre os indivíduos e seu ambiente, levando à melhor utilização do espaço, à satisfação do usuário e, por fim, ao senso de apego e de presença contínua no ambiente. Continue lendo Apego ao lugar e comportamentos pró-ambientais em ambientes urbanos

O desafio de restaurar áreas verdes urbanizadas e produtivas

Por Thalita Dalbelo e Laura Martins de Carvalho

O desenvolvimento dos centros urbanos na maioria das cidades brasileiras não contou com um planejamento adequado que aliasse a atenção às novas demandas de edificações com a manutenção de áreas verdes. A consequência inevitável dessa falta de planejamento foi uma redução excessiva da vegetação nas cidades, canalização e cobertura de córregos e rios, com consequências negativas para a maioria das grandes cidades atualmente, seja pelo aumento das temperaturas, formação de ilhas de calor, deslizamentos de encostas e agravamento das enchentes em períodos de chuvas intensas. Os benefícios das áreas verdes urbanas são diversos e vão muito além da valorização visual e ornamental. Elas possuem a importante função de reduzir efeitos da poluição, agem diretamente na redução da temperatura e na velocidade dos ventos, além de influenciarem no balanço hídrico e ainda podem servir de abrigo a diversos animais que vivem nas cidades. Continue lendo O desafio de restaurar áreas verdes urbanizadas e produtivas

Inovação aberta impulsiona o avanço científico

Por Paulo César Ferraz

O conceito de inovação aberta, criado em 2003 pelo acadêmico americano Henry Chesbrough, diz respeito à prática de interagir com diferentes parceiros visando novos patamares em uma organização pública ou privada. Fugindo do chamado modelo linear de inovação, em que uma única empresa realizava todo o processo de criação de um produto até sua chegada à sociedade, a inovação aberta se caracteriza pela abertura do negócio para o mercado e o fortalecimento de parcerias externas. Cada vez mais comum, essa prática dá à instituição ou negócio a chance de atingir maiores números e desenvolvimento no mercado em que está inserida. Segundo explica Nanci Gambim, gerente de inovação aberta do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), “está no ato de identificar e interagir com os diferentes atores do ecossistema no qual se faz parte, em prol de potencializar e agregar valor aos negócios”. Continue lendo Inovação aberta impulsiona o avanço científico

Como viver até os 100: os segredos das zonas azuis

Por Ana Maria Sperandio

O documentário Como viver até os 100: os segredos das zonas azuis é uma imersão profunda nas práticas e estilos de vida que definem as zonas azuis, áreas do mundo onde as pessoas vivem significativamente mais tempo do que a média. Este documentário da Netflix, inspirado no trabalho de Dan Buettner, não apenas narra as viagens e descobertas do norte-americano, mas também tece uma conexão intrínseca entre viver em família, a importância de uma alimentação baseada em produtos cultivados localmente, a prática regular de exercícios, a proximidade da morte dentro do círculo familiar, a valorização de ser útil e a capacidade de se relacionar com diferentes tipos de pessoas. Continue lendo Como viver até os 100: os segredos das zonas azuis

_revista de jornalismo científico do Labjor