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Poluição luminosa é prejudicial à saúde, alerta especialista
Por Por Fernanda Grael, da 67ª Reunião Anual da SBPC, em São Carlos
16/07/2015
A poluição luminosa gera desperdício de energia e de dinheiro, polui a atmosfera, prejudica a saúde e acelera o aquecimento global, pois as luzes inadequadas liberam CO2. O alerta veio do físico e astrônomo Gustavo Rojas durante a conferência “Poluição luminosa – Como perdemos a escuridão” realizada durante a Reunião Anual da SBPC, como parte da programação especial em comemoração ao ano internacional da luz. 

Rojas mostrou um estudo que afirma que nos Estados Unidos, em 2008, foram desperdiçados US$ 2 bilhões em iluminação inadequada, e esse desperdício liberou 1,2 milhões de toneladas de CO2. O uso incorreto de luzes artificias (holofotes, lâmpadas, postes) pode ser identificado de quatro formas: brilho do céu urbano, o céu brilhante de uma cidade urbanizada visto de um satélite; luz invasiva (que incide sobre locais que não precisam de iluminação); ofuscamento (brilho excessivo que causa desconforto visual, como faróis muito claros de carros), e aglomeração (excesso desnecessário de luzes). 

Efeitos nocivos da poluição luminosa 

A poluição luminosa impacta negativamente a saúde, principalmente numa época em que a maior parte das pessoas passa um longo tempo em frente às telas de celulares, computadores e televisão. Rojas explica que o hormônio melatonina é regulado pela luz, e seu pico de produção é durante o sono. Assim, a exposição, antes de dormir, a essas fontes de luz, como celulares, pode causar deficiência de melatonina. Como a substância está ligada à produção de serotonina – hormônio que inibe a depressão – esse hábito pode ter consequências em longo prazo, levando a distúrbios do sono, obesidade, estresse e depressão. 

A influência nos animais também é grande, pois muitos se orientam pela luz para diversas atividades. É sabido que tartarugas marinhas recém-nascidas acabam tendo dificuldade para encontrar o mar, pois ficam desorientadas com as luzes artificiais, e pássaros têm rotas migratórias e de alimentação alteradas. As luzes artificiais também atraem alguns insetos voadores, desorientam a alimentação de anfíbios e de animais marinhos.