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Artigo
Entre o claro e o escuro: Roger Bastide e Claude Lévi-Strauss1
Por Maria Lúcia de Santana Braga
10/12/2009

Roger Bastide e Claude Lévi-Strauss são pensadores exemplares para as ciências sociais e constituem parâmetros relevantes para compreender a teoria social formulada no século XX. Os dois autores percorreram caminhos distintos e também próximos: o período passado no Brasil, a dedicação a determinados temas e objetos de estudo, a visibilidade, o estilo, a inserção e a consagração no campo acadêmico e intelectual.

Bastide chegou ao Brasil em março de 1938 com o objetivo de passar três anos como professor de sociologia na vaga deixada por Lévi-Strauss na Universidade de São Paulo (USP). As razões que levaram Bastide a aceitar o convite para lecionar tão longe de seu país foram certamente as mesmas que motivaram vários outros professores franceses a trabalhar no Brasil: oportunidades acadêmicas e profissionais relacionadas principalmente à pesquisa e à docência. As ciências sociais francesas, em particular a sociologia, viviam momentos difíceis após o término da Primeira Guerra Mundial. As mortes de Durkheim em 1917 e de vários colaboradores suscitaram vários conflitos nas décadas seguintes e o enfraquecimento institucional da sociologia, que durante a década de 1930 era criticada por sua face ainda muito próxima de uma filosofia social.

A Universidade de São Paulo surgia, assim, quase por acaso, como um espaço institucional valorizado, pelo menos naquele momento, na distante América Latina, para os jovens professores e pesquisadores franceses em início de carreira. Foi Lévi-Strauss, no livro Tristes trópicos, que proporcionou com detalhe as impressões dos jovens professores sobre as mudanças que ocorreram em suas vidas: “jovens professores que mal acabávamos de estrear em nossos liceus do interior e que o capricho um pouco perverso de Georges Dumas ia bruscamente transferir da úmida invernagem nas pensões de cidades pequenas, entranhadas por um cheiro de grogue, porão e sarmentos apagados, para os mares tropicais e navios de luxo” (LÉVI-STRAUSS, 1996, p.17).

Durante aproximadamente três anos, Lévi-Strauss fez várias pesquisas e expedições etnográficas ao Centro-Oeste e à Amazônia. Apesar de ter relutado durante mais de quinze anos para relatar sua experiência no Brasil, Lévi-Strauss o faz de forma muitas vezes literária, ao mesmo tempo em que avalia “o papel involuntário que íamos desempenhar na evolução da sociedade brasileira” (LÉVI-STRAUSS, 1996, p.19). Ao ser convidado para integrar a missão francesa, a imagem do Brasil para o antropólogo, naquele momento, era de um país exótico, repleto de palmeiras, construções arquitetônicas estranhas e aromas fortes. A promessa de Celestine Bouglé, dado o interesse etnográfico de Lévi-Strauss, era de que os arredores da cidade de São Paulo estavam ainda repletos de índios, podendo até estudá-los nos fins de semana. Essa paisagem exótica do país foi sendo aos poucos desconstruída a partir de outras informações que Lévi-Strauss recebeu e, é claro, pela sua própria experiência.

Gilda de Mello de Souza, que foi aluna de Lévi-Strauss no período e posteriormente assistente de Bastide, comenta em depoimento concedido à autora em 26 de maio de 1994, que o antropólogo teve dificuldade em compreender a diversidade brasileira: “Um dos nomes fundamentais do século XX é o Lévi-Strauss, mas diante de uma paisagem tão diferente como o Rio de Janeiro, de uma identidade tão diferente como a brasileira, ele provavelmente fracassaria. Ele poderia entender bem o índio, que era uma cultura completamente diversificada, mas uma cultura a cavaleiro de várias influências como a brasileira, a indígena, a africana, a portuguesa e uma paisagem tão diferente da Europa, às vezes que ele opinou, opinou mal. Ele opinou mal, por exemplo, quando chegou ao Rio de Janeiro, que todo mundo fica fascinado, ele ficou horrorizado com tanta pedra na paisagem, aquela paisagem que ele não tinha visto coisa igual, uma coisa de outro planeta. Então, não havia no Lévi-Strauss esse mimetismo, digamos essa capacidade de se adaptar a uma realidade profundamente diferente, seja ela visual, literária ou de identidade”.

Já em Bastide esse estranhamento não foi tão intenso. Durante os dezesseis anos passados no Brasil esse autor se envolveu com a produção de estudos e pesquisas e a publicação de quase 1.500 artigos, livros e resenhas sobre os mais variados assuntos. A desconfiança de Bastide em relação às grandes teorias aliou-se ao pouco apego em relação aos campos disciplinares. O olhar bastidiano voltou-se mais para os problemas que para as disciplinas, procurando em diferentes lugares as respostas para as suas inquietações sobre o outro, como afirmou em 1967: “nada, sem dúvida, é tão cativante como avançar sobre caminhos pouco trilhados, como abrir rotas nas fronteiras indecisas entre duas ciências, a psiquiatria e a sociologia; até os erros aí são preciosos, pois cada erro é uma promessa de uma conquista. Só nos extraviamos para encontrar terras ainda não visitadas” (BASTIDE, 1967, p.1).

Bastide: um leitor de Lévi-Strauss

Lévi-Strauss teve em Bastide um leitor e um comentador atento e constante. Não se pode dizer certamente o mesmo de Lévi-Strauss em relação a Bastide. Em entrevista concedida a André Mary e Claude Ravelet, em 1994, Lévi-Strauss lembra que suas relações com Bastide eram distantes e que se encontraram poucas vezes durante várias décadas. Além disso, Lévi-Strauss ressalta que seus interesses eram distintos e se orientavam para o estudo de culturas não sincréticas, ao contrário de Bastide. Lévi-Strauss aponta que mais duas diferenças existiram entre os dois pensadores: primeiro, o interesse pela África, que não era compartilhado por Lévi-Strauss; e, segundo, a dedicação de Bastide ao estudo das religiões africanas, tema que também não o atraía (MARY; RAVELET,1994, p.53-62)

Apesar de pertencerem a famílias de pensamento distintas e terem elaborado obras de perfil e estilo completamente distantes, Lévi-Strauss salienta que Bastide era um pensador aberto a todo tipo de contribuição e que ambos, tanto na França quanto no Brasil, não tiveram muitas oportunidades de encontro e diálogo. Em 1947, Georges Gurvitch organizou o livro La sociologie au XX° siècle, com artigos de vários autores sobre a situação da sociologia na Europa, na América Latina e nos Estados Unidos. Para tratar da sociologia francesa, o autor convidado foi Lévi-Strauss; e, por sua vez, para avaliar a sociologia sul-americana foi escolhido Bastide. Esses dois artigos são relevantes porque mostram o ponto de vista de onde falavam Bastide e Lévi-Strauss no fim da década de 1940. No artigo “La sociologie française”, Lévi-Strauss avalia o interesse renovado pela sociologia em razão das contribuições de Émile Durkheim nas últimas décadas do século XIX e nas primeiras do século XX. Vista mais como um método ou uma atitude frente aos fenômenos humanos, a sociologia francesa teve no seu universalismo, na ótica de Lévi-Strauss, uma contribuição para a efetiva renovação das ciências humanas nesse período. Em sua relação com as outras ciências, houve momentos de colaboração e também de conflito. Por exemplo, nas obras de Durkheim e Mauss, há constante interlocução entre a sociologia e a etnologia, pois a análise etnográfica dos fenômenos sociais levaria a uma síntese explicativa que mostraria como as formas modernas originam-se das formas simples.

Lévi-Strauss também trata da sociologia de Georges Gurvitch, que em sua concepção aliava-se a um grupo de pensadores independentes, composto também por Lucien Levy-Brühl. Destaca-se nessa análise que Gurvitch, ao contrário da Escola Francesa, visava superar as contradições e os conflitos existentes entre o pensamento sociológico e filosófico. Gurvitch não desejava se distanciar da origem filosófica da sociologia e sim atingir nova etapa de reflexão sobre os fenômenos sociais. Por fim, merece destaque no artigo de Lévi-Strauss o lugar destinado a Bastide nessa avaliação da sociologia francesa. Primeiramente, ao abordar a influência de Mauss sobre os novos teóricos e pesquisadores, são citadas a obra de Gurvitch, Essais de sociologie, de 1938, e a obra de Bastide, Sociologie religieuse, de 1935, como representantes desse novos tipo de trabalho. Segundo, ao tratar da nova geração de jovens sociólogos franceses, que atingiu a maturidade no início dos anos 1930 e que havia renunciado ao trabalho unicamente teórico como forma de combater a lacuna de pesquisas existentes na França, Bastide é classificado, em nota de rodapé, como um africanista, ao lado de Marcel Griaule, Michel Leiris, B. Maupoil e Denise Pauline. Pode-se perceber que os trabalhos produzidos por Bastide no Brasil, a partir de 1938, não eram conhecidos na França ainda em 1947, momento no qual Lévi-Strauss elaborou seu balanço sobre a sociologia francesa (LÉVI-STRAUSS, 1947)

Em relação ao artigo escrito por Bastide, na mesma coletânea, sobre a sociologia na América Latina, após traçar painel da produção sociológica em alguns países e chamar a atenção para alguns autores e obras, ressalta as dificuldades no século XIX e no início do século XX quanto à existência de espíritos ainda formados por uma visão mais jurídica e literária do que propriamente científica segundo a ótica positivista. O sincretismo teórico e metodológico tornou-se uma característica predominante nas escolas de sociologia na América Latina (BASTIDE, 1947).

Dessa forma, mesmo distante do cenário acadêmico francês, Bastide leu e comentou frequentemente as ideias de Lévi-Strauss. Em 1950, dois anos após o lançamento de As estruturas elementares do parentesco, era publicada na Revista Anhembi uma resenha assinada por Bastide sobre o livro. De início, Bastide avalia que Lévi-Strauss deu continuidade às teorias de Mauss sobre as trocas sociais e que, ao rebater as teorias difusionistas, evolucionistas e funcionalistas, Lévi-Strauss propôs uma antropologia que pretende o conhecimento do homem em suas dimensões totais. “O grande mérito de Lévi-Strauss foi, pois, ter introduzido um princípio simples para pôr um pouco de ordem e de clareza numa das mais difíceis questões da sociologia. (...) Isto equivale a dizer que a sociologia de Lévi-Strauss é uma sociologia psicológica de tipo intelectualista: há leis do pensamento, há leis da afetividade” (BASTIDE, 1950, p. 60).

Por outro lado, Bastide considera que Lévi-Strauss coloca a sociologia em uma posição de simples instrumento da ciência mais vasta, que seria a antropologia. Em sua ótica, isso se constitui grande perigo para a análise sociológica, pois desloca o enfoque com a ênfase na infra-estrutura intelectual em detrimento da dimensão social. Para mostrar com mais detalhe o risco presente na análise levistraussiana, Bastide compara com as ideias de Gurvitch sobre a sociologia em profundidade:

“Lévi-Strauss liga diretamente a camada das estruturas sociais ou das instituições ao pensamento humano, sem passar pelo estrato dos valores, dos símbolos ou das livres correntes do pensamento coletivo. É que, para ele, uma vez que os valores são frequentemente trocados por outros e mesmo frequentemente substituíveis (quer dizer que valores diversos podem substituir-se na mesma operação), o que importa não são os valores, mas a estrutura dessa operação ou técnica operatória, reveladora, aqui também, do comportamento intelectual. Ou ainda, a propósito de símbolos, para Lévi-Strauss, o símbolo é mais importante do que o que simboliza, e o que lhe interessa é o uso que a sociedade faz desses símbolos, qualquer que seja a sua significação” (BASTIDE, 1950, p. 62)

Apesar de tal divergência, Bastide compreende que é possível aproximar e conciliar a antropologia de Lévi-Strauss com a sociologia. No entanto, o próprio Lévi-Strauss, ao adotar um intelectualismo extremo, não se propõe a realizar semelhante acordo, o que dificulta a existência de uma relação equilibrada entre as duas ciências, aspecto que Bastide desejava ver contemplado nas obras seguintes de Lévi-Strauss.

Seis anos mais tarde, em 1956, Bastide analisa a obra Tristes trópicos para a revista Présence Africaine. Nessa ocasião, Tristes trópicos pareceu para Bastide uma síntese das inquietações do etnólogo no mundo moderno. A exemplo de Marcel Proust, Lévi-Strauss está à procura de uma etnografia do tempo perdido. Sua etnografia, que se aproxima da obra proustiana pelo tipo de abordagem e de tema, pretende encontrar traços de uma civilização que há muito tempo se encontrava morta, o que era somente possível pela decodificação de signos privilegiados desse passado, como a língua e a escrita. Segundo Bastide, enquanto as imagens do passado para Proust são gustativas, as de Lévi-Strauss são minerais e duras, pautadas pela procura de modelos que expliquem as regras de parentesco, as trocas sociais e as formas de estratificação social (BASTIDE, 1994a, p..93).

Lévi-Strauss e a procura da razão

Mesmo destacando as inovações de Lévi-Strauss e a qualidade de seus escritos, Bastide demarcava as diferenças de sua orientação teórica daquela adotada pelo antropólogo francês. É o que está também presente no artigo “La pensée obscure et confuse”, publicado originalmente em 1965. Nesse artigo, Bastide pretende realizar uma comparação entre as ideias de Lévi-Strauss e Maurice Leenhardt. No entanto, o que ocorre é praticamente uma comparação entre as ideias de Bastide e as de Lévi-Strauss. Ao tratar da busca de Lévi-Strauss pelas estruturas humanas essenciais por meio do problema dos valores, o antropólogo francês estaria, de fato, exercendo a busca das regras puras da inteligência, seja entre os mitos, seja entre a ciência, pois: "Lévi-Strauss s'interesse bien aux mythes, mais pour les détruire, n'y voir que le decalque de la raison, et de ses lois de constitution: il ne se penche jamais sur les gouffres, il se refuse aux vertiges des symboles, aux tentations des sentiments collectifs. Durkheimien, il chosifie les différences, comme le chirurgien qui endort les corps sur lesquels il veut opérer, pour mieux discerner, sou son scalpel, les réseaux des liaisons ligamenteuses" (BASTIDE, 1994b, p.28).

Lévi-Strauss não se dispõe a correr qualquer tipo de risco intelectual. Não lhe interessam os abismos nem tampouco os sentimentos irracionais. Pode-se dizer que Lévi-Strauss estava empenhado em construir uma nova antropologia, cujas linhas gerais foram reconhecidas por Bastide: rejeição dos valores que fornecem objetivos às regras; rejeição das significações que não são mais que ideologias ou superestruturas; distanciamento dos sentimentos e da religiosidade, que são conteúdos manifestos; esforço por colocar à distância os objetos culturais para estudar os modos de relação entre esses objetos; e dedução transcendental da alteridade a partir da identidade humana. Por meio da comparação entre as ideias de Lévi-Strauss e Leenhardt, Bastide mostra assim que os dois antropólogos trabalharam de forma distinta o pensamento obscuro e irracional, mas também postularam a mesma orientação ao tratar do valor da razão na sociedade capitalista moderna, que na ótica bastidiana constituía-se na mais recente mistificação.

De fato, Bastide demarca as diferenças do seu pensamento em relação à Leenhardt e, especialmente, a Lévi-Strauss, ao mostrar, por exemplo, que uma das leis do pensamento confuso é que esse vai ao encontro da realidade, na qual tudo é anterior às partes e determina o comportamento das partes, não sendo, portanto, um pensamento inadequado, como enxergava Lévi-Strauss. Mesmo que a sociedade ocidental rejeite a confusão e a obscuridade que estão presentes nessa forma de pensamento, ela não pode ser considerada um pensamento inferior ou um conhecimento de segunda ordem. Bastide lembra que esse conhecimento de outro gênero possui um princípio regulador, que é o de corte, que permite a existência de um jogo sutil entre o diferente e o idêntico, um conhecimento que se pauta pela dialética entre o um e o outro. Tal aspecto foi ressaltado por André Mary (1994), que examinou as relações entre os dois pensadores no tocante à teoria bastidiana sobre o sincretismo e ao paradigma estruturalista e a ideia do bricolage.

Para Mary, Bastide apropriou-se com reservas da análise estruturalista nos seus estudos sobre o sincretismo e “ rares sont les moments où Bastide s'attaque frontalement aux thèses de C. Lévi-Strauss. D'une manière générale, on peut observer que sur le terrain de la parenté, du mythe, du symbolisme, il considère plutôt l'apport de l'anthropologie structurale comme un acquis, mais comme un acquis qu'il faut compléter et par là même dialectiser ” (MARY, 1994, p.9). Isto é, Bastide não recusa nos seus estudos sobre a lógica do sincretismo o aporte estruturalista. Mas essa incorporação é feita a partir de um procedimento dialético, que se aproxima daquele defendido por Gaston Bachelard na sua filosofia do não: “ La négation de la dialectique bastidienne, à l'image de celle de la Philosophie du non, n'est pas symétrique par rapport à ce à quoi elle s'oppose, elle le déborde et l'envelope. Elle inclut ce qu'elle dépasse en pratiquant à la fois la dialectisation du point de vue du dedans et l'ouverture sur le point de vue du dehors ” (MARY, 1994, p.50).

É essa, então, a dificuldade de pensadores como Lévi-Strauss, que fazem antropologia marcada expressamente por nossa época, que ainda anseia pela impossível calmaria da razão. Na linhagem de Descartes e Kant, Lévi-Strauss revela-se um pensador que exprime o desejo pelo pensamento claro e distinto. Para Bastide, diferentemente, é preciso colocar-se contra essa última mistificação, que é o valor da razão acima de todas as outras formas de conhecimento, optando pela tempestade e pelas incertezas que estão presentes no outro e no alhures.

A diferença entre a repercussão do pensamento de Lévi-Strauss e Bastide no Brasil reside na adoção de orientações diversas em suas trajetórias intelectuais aliada ao estilo diferenciado de cada autor. As redes criadas em torno de cada autor demonstram o estilo apropriado e o lugar ocupado por esses no campo acadêmico. Lévi-Strauss esteve pouco tempo no Brasil e somente após sua consagração como pensador renomado na Europa, e a difusão do estruturalismo, é que seus estudos começaram a ser bem recebidos no país. Bastide, por sua vez, estabeleceu relações de outra ordem, seja com a comunidade acadêmica e intelectual brasileira, seja com seus alunos, ao viver por mais de dezesseis anos aqui e, consequentemente, ter produzido significativa parte de sua obra no país.

Enfim, os dois pensadores são clássicos no sentido de que podem ser permanentemente retomados como fonte de reflexão para os problemas contemporâneos, o que torna imprescindível a avaliação da recepção de suas ideias no campo acadêmico e intelectual brasileiro e do seu impacto no desenvolvimento das ciências sociais no Brasil.

Maria Lúcia de Santana Braga é socióloga e doutora em sociologia. E-mail: mluciabraga@uol.com.br

Referências

BASTIDE, Roger (1947). La sociologie en Amérique Latine. In: GURVITCH, Georges (org.). La sociologie au XX° siècle II: les études sociologiques dans les différents pays. Paris, Presses Universitaires de France, p. 621-642.

––––––––––––– (1950). As estruturas elementares do parentesco. In: Anhembi, São Paulo, vol. 1 n o 1, dezembro, p. 52-64.

_____________ (1967). Sociologia das doenças mentais. São Paulo: Companhia Editora Nacional.

––––––––––––– (1994a). Lévi-Strauss ou l'ethnographie à la recherche du temps perdu. In: Bastidiana, 7-8, p. 89-96.

––––––––––––– (1994b). La pensée obscure et confuse. In: Bastidiana, 7-8, p. 123-136.

LÉVI-STRAUSS, Claude (1947). La sociologie française. In: GURVITCH, Georges (org.). La sociologie au XX siècle II: les études sociologiques dans les différents pays. Paris: Presses Universitaires de France, p. 513-541.

––––––––––––– (1996). Tristes trópicos. São Paulo: Companhia das Letras.

MARY, André (1994). Bastide, Lévi-Strauss et le dieu intermédiaire. In: Bastidiana, 7-8, p. 7-50.

MARY, André; RAVELET, Claude (1994). Entretien avec Claude Lévi-Strauss. In: Bastidiana, 7-8, p. 53-62.

Notas

1 Versão resumida de artigo originalmente publicado em Estudos de Sociologia, Revista do Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), v.7, p.37 - 70, 2005.