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Artigo
O corpo como máquina: da normalização à otimização
Por Paula Sibilia
22/02/2016
A ideia de que o corpo humano consiste numa estrutura comparável a uma máquina não é nova, mas tampouco é tão velha assim. Trata-se de uma metáfora moderna, nascida junto com os primeiros suspiros do industrialismo. E, embora tenha se mantido vigente ao longo dos últimos séculos, não o fez sem sofrer algumas mutações bastante significativas, sobretudo nas décadas mais recentes. Para sondar essas transformações e tentar desvendar seus sentidos, vale recorrer a um par de imagens que são emblemáticas de duas configurações históricas bem diferentes.

Em primeiro lugar, convocaremos a figura de uma árvore cujo tronco cresce de modo torto, inclinado para um dos lados. Em função desse desvio, procura-se endireitá-lo com uma estaca ou um tutor, que com o tempo irá forçá-lo a se desenvolver de forma cada vez mais reta. Pelo menos, é isso o que se espera com essa operação, embora não exista nenhuma garantia de sucesso. De fato, esse método de intervenção na matéria viva tem certas características que o associam ao ideal mecânico e, observado a partir de uma perspectiva contemporânea, poder-se-ia dizer que usa uma técnica analógica, em oposição à aparelhagem digital que hoje vigora entre nós.

Imagem extraída do livro Vigiar e punir, de Michel Foucault

Em síntese, essa empreitada reflete uma vontade de esculpir ou lavrar um organismo que possui certa flexibilidade, mas que ao mesmo tempo é duro, rígido e opaco. Trata-se de uma matéria que resiste diante da ação desses procedimentos técnicos que pretendem normalizá-la ao endireitá-la. Por tudo isso, trata-se de um método árduo e lento, também um tanto bruto e inclusive cruel, cujos resultados são incertos: não é uma estratégia cem por cento eficaz. Apesar de todos os cuidados e dos avanços obtidos ao longo dos séculos nas técnicas usadas para atingir objetivos desse tipo, não se sabe ao certo se no final a planta ficará erguida; nem quando isso ocorrerá, se é que de fato irá acontecer.

A segunda imagem a ser evocada, para contrastar com a anterior, mostra o broto de uma semente cujo genoma foi alterado. Assim, convertido num organismo transgênico, o vegetal que surgirá desse grão estará projetado ou programado geneticamente para ser de determinada maneira e não de outra. Não só para que ele não cresça de modo defeituoso, mas também para que possua algumas características específicas, tais como a tolerância a um herbicida, por exemplo, certo tamanho ou determinada cor, ou então a adição de uma série de nutrientes. Tudo isso pode ser conseguido porque o código genético da semente em questão foi programado para que a planta desenvolva tais traços.

Um exemplo desse tipo de intervenção biotecnológica é a famosa soja transgênica Roundup Ready (RR), produzida pela empresa Monsanto, que possui em seu genoma um gene de bactéria resistente ao inseticida glifosato, também comercializado pela mesma firma. Um caso menos conhecido – entre muitos outros que já foram liberados pelas instituições competentes e estão ativos na superfície deste planeta – é a planta de tabaco fluorescente, fruto da inserção em seu DNA de um gene de vaga-lume que contém código da enzima luciferase.


A distância entre as estratégias exercidas sobre os dois tipos de vegetais descritos nos parágrafos anteriores poderia resumir, de algum modo, a história da intervenção técnica na matéria orgânica, seja humana ou não-humana. Pelo menos, até agora. Em sentido tanto literal como metafórico ou simbólico, essas duas imagens sintetizam a "evolução" das formas com que usamos a tecnologia para alterar a vida. Cada uma dessas imagens condensa uma forma de implementar determinados saberes e ferramentas, que foram inventados para transformar os organismos vivos com o propósito de satisfazer objetivos, necessidades ou desejos humanos. Nesse conjunto de seres alterados tecnicamente se inclui, é claro, o corpo vivo da espécie humana.

Cabe frisar, porém, a importância das aspas no vocábulo acima evocado: "evolução", pois entre o primeiro e o último exemplo mencionados não houve apenas uma acumulação de avanços gradativos rumo a um aperfeiçoamento técnico cada vez maior. O que ocorreu, aliás, foi uma verdadeira ruptura a ser destacada: uma descontinuidade histórica que se manifesta tanto em termos tecnológicos como biológicos. Esse corte radical – para além das óbvias continuidades que, sem dúvida, também existem – deve-se à seguinte constatação: a matéria que conforma cada um desses dois organismos vivos é diferente. Isso porque a sua materialidade é pensada como sendo distinta e, em função disso, ela pode ser manipulada de outras formas. Embora em ambos os casos isso se efetue sob a imprescindível luz da ideia de máquina, parece se tratar de dois artefatos bem diferentes.

A primeira planta é modelada ou "corrigida" de fora para dentro. Nessa tentativa, seu invólucro exterior, sua carcaça ou sua casca é pressionada por meio de rudes técnicas mecânicas que se ancoram no instrumental analógico da era industrial. Já a segunda planta é projetada de dentro para fora. Com esse fim, ela é programada a partir de seu núcleo interior  – isto é, seu substrato molecular ou celular – recorrendo a métodos bem mais sofisticados que são de índole biotecnológica e têm inspiração informática. Por isso, poderia se afirmar que estes últimos procedimentos são mais próximos do universo digital que do analógico, e apontam a reprogramar algo considerado imperfeito por natureza em vez de tentar corrigir certos desvios da normalidade.

Se contemplarmos esses dois tipos de plantas com a perspectiva da clássica metáfora da máquina – uma figura retórica tão fértil na tradição ocidental, que foi extremamente ativa ao longo de toda a era moderna –, a primeira delas seria um velho artefato industrial. Ou seja, puro hardware composto por engrenagens, alavancas e parafusos, que integram um conjunto de peças ensambladas para formar uma unidade funcional. Esse complexo mecanismo é animado por uma misteriosa energia vital, comparável à eletricidade que a acenderia através de um cabo conectado a uma tomada, por exemplo, ou então à gasolina que a faria funcionar como acontece com o motor de um automóvel.

Já a segunda planta seria outro tipo de aparelho: uma máquina cujo hardware – entendido como o organismo ou a materialidade de seu corpo – está dirigido por uma sorte de software que poderia ser comparável a um programa informático. Nesse sentido, tanto seu corpo como sua vida estão comandados pelas instruções que formam seu código genético, por exemplo. Não seria exagerado afirmar que o DNA funciona, aqui, como uma espécie de sistema operacional que governa não apenas essas sementes em particular (e as plantas que delas irão nascer), mas também todos os demais vegetais e ainda todos os animais que vivem atualmente – ou que alguma vez viveram – na Terra; incluindo, é claro, o ser humano.

Por tais motivos, pode-se concluir que a reluzente visão do mundo que acompanha e acolhe essa segunda imagem maquínica implica outra lógica da vida. Trata-se de uma nova biológica, que é tanto biotecnológica como biopolítica. Esse relato cosmológico mais recente  – quer dizer, essa explicação do mundo que tem se constituído nas últimas décadas – está se tornando cada vez mais hegemônica na cultura globalizada do século XXI. Essa narrativa está empurrando e soterrando outros discursos, com os quais ainda convive mas que almeja deslocá-los e ultrapassá-los definitivamente.

De acordo com essas explicações mais atuais, as quatro letras químicas que compõem "o alfabeto da vida" integram uma linguagem: esses dois pares de signos conformam o DNA, um código cujas infinitas combinações em instruções ordenadas de modo helicoidal dão como resultado a enorme diversidade de formas de vida terrestres. É a mesma linguagem, composta por essas quatro únicas letras, a encarregada de codificar a “essência” de todos os seres vivos: da mosca da fruta até o jacarandá ou o cachorro, da borboleta e o urubu até a orquídea ou o champignon.

Ou então um pombo, um cactos, uma bactéria, um elefante, um mosquito, uma alface; em suma, a enumeração poderia ser infinita, pois ela compreende absolutamente todos os seres vivos e ainda todos aqueles que já viveram alguma vez. Supõe-se que seus corpos e suas vidas estão programados nessa mesma linguagem, composta por aquelas quatro únicas letras: A, C, G e T, cada uma delas aludindo a uma substância química específica que compõe esse ácido desoxirribonucléico encarnado em sua poderosa metáfora linguística e informática.

Assim, por exemplo, a diferença entre o chimpanzé e o ser humano já foi quantificada nesses termos, e os cientistas responsáveis por tais estudos afirmam que essa distinção contempla menos de dois por cento de seus respectivos genomas. Não se trata somente de uma discrepância mínima. O que surpreende é que, além disso, ao serem medidas desse modo, as diferenças entre ambos os tipos de seres se tornam meramente quantitativas, visto que se referem a uma maior ou menor complexidade, uma maior ou menor quantidade de informação genética.

Por isso, vale a pena se deter nas peculiaridades de cada um desses relatos cosmológicos, ambos baseados na metáfora do corpo como máquina, embora cada um a seu modo, porque respondem a contextos históricos diferentes. O que se procura, nessa sondagem, é tentar compreender tanto suas motivações e premissas como suas implicações e algumas de suas possíveis consequências, que se anunciam imensas e já estão em andamento.

Retomemos brevemente o exemplo anterior: se o homem e o chimpanzé fossem observados como dois mamíferos maquínicos à moda antiga – ou seja, como se fazia antes dessa reformulação informática da vida e da natureza –, eles seriam vistos como dois artefatos semelhantes em vários aspectos, mas irredutivelmente diferentes em muitos outros sentidos. Por um lado, então, teríamos um macaco; e, por outro lado, um homem. Isto é, dois tipos de seres com diferenças qualitativas e inexoráveis entre si. Hoje, porém, as metáforas foram alteradas e reformuladas. E, em consequência, essas comparações de tipo numéricas podem ser efetuadas entre qualquer par de seres vivos, de modo que o resultado sempre dará uma diferença matemática: tudo se reduz a um problema de quantidade e de organização da mesma informação.

As diferenças entre os humanos e a vaca, por exemplo, abrangem por volta de vinte por cento de seu material genético. Menos que a discrepância entre o genoma do homem e o do rato, aliás. E a diversidade informática entre o milho e o ser humano pode ser menos significativa que a distância entre duas classes de bactérias. Para além dessas disparidades e curiosidades aritméticas, porém, o que nos interessa ressaltar é que em todos os casos se trata do mesmo tipo de informação que compõe a vida terrestre, embora organizada de diversas formas e em diferentes doses. Por isso, assim como é possível comparar desse modo qualquer par de seres vivos, também se abre a possibilidade de efetuar combinações trocando alguns fragmentos de sua informação genética, que sempre será compatível por definição.

Devido a essa equivalência universal, segundo essas novas narrações cosmológicas que se apóiam em verdades com evidente aval científico, a matéria que compõe as moléculas vitais das diversas espécies poderia ser combinada e recombinada numa série infinita de misturas possíveis. E essa multíplice mixagem permitiria uma reprogramação total da vida: de qualquer forma de vida, inclusive de algumas ainda inexistentes e até mesmo impensáveis, ou daquelas outras que se extinguiram há milhões de anos.

Não se trata apenas, portanto, de uma ruptura antropológica ou concernente à espécie humana em particular, mas de uma genuína reformulação biológica que engloba todas as espécies animais e vegetais, inclusive as que hoje seriam consideradas quiméricas. Além disso, essa transformação vem acompanhada por um conjunto de convulsões ocorridas em todos os âmbitos, com sérios impactos no nível epistemológico. Trata-se de uma mutação capaz de informatizar ou digitalizar a natureza, convertendo a vida em informação manipulável.

O que implica tamanha redefinição? Suas consequências são incalculáveis. Antes do desencadeamento dessa transformação histórica que terminou gerando a atual encruzilhada ao abrir o horizonte evolutivo de uma maneira inaudita, as possibilidades combinatórias entre as diversas espécies de seres vivos eram muito limitadas. Elas ocorriam naturalmente, por obra do acaso, ou então podiam ser provocadas artificialmente pelas humildes façanhas tecnocientíficas daqueles tempos remotos, mas todas essas misturas tinham um requisito básico para acontecer: os organismos vivos envolvidos nessas transações deviam ser "compatíveis" sexualmente. E nem todos o eram, como é lógico, mas apenas aqueles cujas carcaças corporais fossem capazes de intercambiar mecanicamente o material genético de ambos os organismos.

Isso porque os átomos que integram a matéria orgânica assim compreendida – de modo toscamente analógico – são bem menos dóceis que os bits que compõem a informação. Por isso, as partículas carnais dos seres vivos da era industrial eram menos flexíveis que os fluxos de dados de hoje em dia. Aquela substância se considerava mais dura e rígida que esta nova forma de decompor quimicamente a matéria orgânica, ao ponto de torná-la quase imaterial de tão etérea, volátil e ubíqua.

Por isso asseveramos que se trata de dois tipos de materialidades distintas. O que está em jogo é uma redefinição da própria matéria vital, que acompanha a transformação do instrumental técnico usado para modelar a vida, passando do regime mecânico e analógico para o informático e digital. Por um lado, então, temos aquela matéria que compunha a planta torta e endireitada mecanicamente; e, por outro lado, a matéria viva que conforma as sementes programadas biotecnologicamente. Dois tipos distintos de máquinas vitais, cada uma delas compatível com o contexto histórico que as acolhe e as insufla.

Assim, antes – quando dispúnhamos tão somente dos velhos métodos mecânicos e analógicos, e quando os corpos eram pensados e tratados daquele outro modo – um burro e uma égua podiam dar origem a uma mula, por exemplo, ou uma laranja e um limão poderiam gerar um novo tipo de fruto cítrico. Mas jamais teria sido possível combinar, dessa forma tão rusticamente analógica, o material genético da soja com o do salmão ou o da andorinha, por exemplo, e nem a substância física de um coelho com a de uma medusa ou um vaga-lume; ou, então, os ingredientes de um ser humano com os de um porco e uma margarida.

Compreendidos em chave mecânica e analógica, todos esses corpos eram incompatíveis entre si. E, de acordo com os saberes e as ambições técnicas daquela época, não se tratava de operar trocas de informação inspiradas nos modelos digitais, como acontece agora. No entanto, isso é o que tem ocorrido durante milênios, já que os novos métodos biotecnológicos de inspiração informática são muito recentes: surgiram há poucas décadas, com suas fabulosas propostas de recombinar moléculas, desenhar organismos transgênicos e efetuar as mais audazes clonagens.

Apesar de sua curta trajetória, talvez essas inquietantes novidades estejam abrindo um novo capítulo na história da humanidade, assim como na relação entre a tecnologia e a matéria viva. Um novo passo, também, nas definições de máquina e de corpo, e na capacidade da primeira para metaforizar o segundo. Por isso são tão eloquentes as imagens daquelas duas plantas emblemáticas que foram evocadas no início deste artigo – uma cujos desvios se procura endireitar com instrumentos mecânicos e outra geneticamente programada para que seja de uma determinada forma –, porque na distância entre ambas as ilustrações se aglutina a história dessa densa relação. Tais figuras põem em evidencia os complexos laços que amarram os sonhos tecnocientíficos com os corpos orgânicos.

Isso nos leva à conclusão destas reflexões: se essas duas imagens sintetizam o itinerário que a relação entre técnica e vida tem transitado até o dia de hoje, o abismo que separa ambos os exemplos pode ser comparável à fenda que afasta dois regimes epistemológicos distintos, assim como dois universos antropológicos e biológicos claramente diferenciáveis. Num deles vigoram os antiquados métodos mecânicos e analógicos que foram utilizados de modo exclusivo ao longo de milênios, enquanto o outro é o reino dos novos procedimentos que se estão assentando atualmente. Ou seja: métodos bioinformáticos que, cada vez mais, recorrem à lógica digital para consumar suas ousadas metas.

Aquela antiga matéria orgânica – a que conformava a planta torta e, de alguma maneira, tinha uma certa compatibilidade com as ferramentas mecânicas e analógicas dos já envelhecidos tempos modernos – não era apenas rígida, opaca e resistente à penetração técnica, mas também era misteriosa. Guardava em suas entranhas carnais o enigma de seu funcionamento. O segredo da vida não só lhe pertencia por inteiro, mas ainda acreditava-se que esse mistério incognoscível emudeceria em seu cerne por toda a eternidade.

Agora, porém, a nova matéria orgânica – aquela que compõe a semente reprogramada para que seja de determinada forma – não só é bem mais flexível que a sua antecessora. Além disso, ela é governada por um código cujos enigmas estão sendo decifrados. E o grande sonho desses projetos tecnocientíficos de novo cunho é que essa espécie de software biológico universal – esse sistema operacional que comanda todas as formas de vida – logo será transparente e, portanto, irá nos oferecer acesso total aos antigos mistérios da vida.

Como será conseguida essa proeza? Fazendo com que a matéria viva se torne totalmente compatível com nossos artefatos eletrônicos. Assim, estima-se que ela será inteiramente maleável, programável e reprogramável. Então, corpos e máquinas se fusionarão integralmente, culminando o trajeto que os levou do mais modesto ideal de mecanização –  que buscava corrigir desvios para normalizá-los – ao muito mais ambicioso projeto digitalizador da vida, que pretende tudo reprogramar rumo a uma otimização potencialmente infinita.

Paula Sibilia é professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da Universidade Federal Fluminense, autora dos livros O homem pós-orgânico: corpo, subjetividade e tecnologias digitais (2002), O show do eu: a intimidade como espetáculo (2008) e Redes ou paredes: A escola em tempos de dispersão (2012), todos publicados também em espanhol.