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Educação a distância pode ampliar vagas,
mas faltam docentes


O Brasil sediou em dezembro de 2004 o 1º Congresso Internacional de Educação a Distância e está adotando políticas públicas com o objetivo de ampliar o número de alunos no ensino superior não presencial. O Ministério da Educação (MEC) lançou um edital para abrir, este ano, 17,5 mil novas vagas em licenciaturas nas áreas de física, química, matemática e biologia por Educação a Distância (EAD). Para Sylvio Quezado, decano de Extensão da Universidade de Brasília (UnB), que considera o investimento em EAD uma prioridade, o aumento da oferta de vagas que o edital pode impulsionar deve ser acompanhado por um pacto entre governo e Instituições Públicas de Ensino Superior (Ipes) para expansão do quadro docente e técnico-administrativo nas universidades.

Quezado coordenou, entre 2000 e 2004, a logística do "TV na Escola e os desafios de hoje", um curso de Extensão a Distância oferecido para 140 mil professores do ensino básico pela parceria da Secretaria de Educação a Distância do MEC com a Universidade Virtual Pública do Brasil (UniRede), um consórcio que reúne 71 Ipes federais, estaduais e municipais para o desenvolvimento da EAD no país. A UniRede recebeu do governo um financiamento de R$ 34,4 milhões nesses quatro anos, o que equivale a pouco mais de R$ 120 mil por ano para cada uma das instituições do consórcio. Mas para o decano da UnB, não basta aumentar o investimento financeiro nessa área.

"Por si só, o número de docentes que praticam ou acreditam na educação a distância não é capaz de atender às necessidades em cada instituição isoladamente", afirma Quezado. A UniRede, de acordo com ele, supre em parte essa deficiência, formando uma teia nacional de educação superior. A existência desse consórcio e o seu fortalecimento financeiro, porém, não são suficientes. "De nada adiantará o financiamento para a produção de materiais acadêmicos para a EAD ou o financiamento para a operacionalização física de cursos de graduação, se não tivermos docentes em número suficiente para, de fato, operarmos como uma universidade virtual", completa.

Segundo ele, a maioria das Ipes que atuam em EAD no Brasil está operando em sua capacidade máxima. Além do consórcio da UniRede, existem no país, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais, 51 cursos de graduação autorizados pelo MEC e ministrados por 34 instituições de ensino superior públicas e privadas. Em nenhuma delas, os docentes se dedicam exclusivamente à EAD e, por isso, o número de alunos de cursos não presenciais em todo o país, que poderia ser maior, não passa de 60 mil.

"A EAD só faz sentido se for educação de massa e com baixo custo operacional, com interatividade e com qualidade", defende Sylvio Quezado. "Não é palatável a nenhum dirigente [de instituição de ensino superior] participar da implantação de um curso de massa retirando seus docentes de sala de aula presencial para colocá-los em sala de aula virtual", conclui. Pelos seus cálculos, com um total de 480 professores e 1600 tutores, seria possível atender a cada semestre um contingente de 80 mil alunos, cursando três disciplinas cada, com 500 alunos por professor e 150 por tutor.

Na Espanha, existe há 35 anos uma universidade pública exclusivamente voltada para a EAD. A Universidade Nacional de Educação a Distância da Espanha atende, atualmente, 200 mil alunos no total, estando 70% deles distribuídos em 177 cursos de graduação que vão desde as licenciaturas em biologia, física e matemática aos bacharelados em direito, administração de empresas e psicologia. Os outros 30% de alunos estão em cursos de especialização, mestrado e doutorado. A pós-graduação dessa instituição é responsável pela sétima posição no ranking espanhol de produção científica que ela ocupa.

Para saber mais:

- Biblioteca Virtual de Educação a Distância

- Associação Brasileira de Educação a Distância

Atualizado em 11/01/05
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