Microgravidade como instrumento de pesquisas
   
 
Estação Espacial Internacional
Cooperação Internacional
A Participação Brasileira
Microgravidade

 

O Programa Espacial Brasileiro

 

 

O ambiente de microgravidade é a condição de quase ausência de efeitos gravitacionais e é encontrada na órbita da Terra. Um dos desafios à permanência do homem durante longos períodos de tempo no espaço é o conhecimento ainda incipiente das consequências da ausência de gravidade sobre a fisiologia humana.

Astronautas que retornaram de longas estadas no espaço, principalmente os russos na missão Mir, sofreram perda de cálcio nos ossos. Isso deve-se, provavelmente, à falta de impacto gravitacional do ambiente espacial. Ocorre também perda de massa muscular, uma vez que a resistência a ser vencida para mover-se é sempre bem menor do que na Terra. Estes pontos estão sendo estudados, para que o homem possa permanecer por mais tempo no espaço.

Na Terra, existem fenômenos fisiológicos vegetais ligados à gravidade. Plantas desenvolvem tropismos gravitacionais e anti-gravitacionais (raízes crescem para baixo e ramos crescem para cima). O conhecimento dos mecanismos celulares e bioquímicos que estão envolvidos nesses fenômenos poderá ser grandemente aumentado com os estudos na ISS.

Na área da bioquímica, um ramo em grande expansão atualmente é o estudo do mecanismo de atuação das proteínas. Uma proteína deve sua atividade biológica à forma tridimensional que possui. O conhecimento dessa forma tridimensional pode ajudar a explicar como uma proteína se liga a outros compostos dentro de uma célula, desempenhando sua atividade biológica.

Uma das formas mais usadas para o estudo de proteínas é a cristalografia de raio-x. Consiste em submeter a proteína à uma exposição de raio-x de alta intensidade e estudar o padrão de difração obtido. Para isso, é necessário que a proteína esteja cristalizada, isto é, em estado sólido. Um cristal protéico forma um retículo de estrutura ordenada que pode ser estudado com raios-x. No laboratório brasileiro de luz Síncrotron esses estudos são desenvolvidos por biólogos moleculares, usando-se as linhas de raio-x.

Contudo, há um inconveniente nesta técnica: cristais de proteína são muito difíceis de se conseguir. Uma proteína pode levar dias para cristalizar-se, e algumas nem mesmo formam cristais. Certas evidências empíricas ajudaram a formar a idéia de que a gravidade é, em boa medida, responsável pela má formação dos cristais. E a solução encontrada foi embarcá-los em vôos dos ônibus espaciais americanos. Agora, com a estação espacial, estes estudos poderão ser feitos com mais tempo e calma, uma vez que a estação ficará em órbita por muito mais tempo do que a duração de um vôo dos ônibus "Space Shuttle". Aqui no Brasil, um cliente em potencial deste serviço de pesquisa a bordo da ISS é a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo Múcio Roberto Dias, da Agência Espacial Brasileira, a Embrapa já manifestou interesse em embarcar proteínas na ISS. O custo médio de utilização das dependências da ISS, deverá ser de 20 mil dólares por kilo de material enviado.

   
           
     

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Atualizado em 21/10/2000

   
     

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