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CNPq investe em fitoterapia

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançou no dia 6 de setembro um edital para promover e incrementar as pesquisas em

Fitofármacos são medicamentos à base de plantas que contêm o princípio ativo isolado, ou seja, que contêm uma substância medicamentosa isolada a partir de extratos de plantas. Já nos fitoterápicos ou fitomedicamentos, os princípios ativos não são isolados (Ex.: extratos, tinturas e chás)

fitoterápicos e fitofármacos. O principal objetivo, expresso no edital, é buscar, através do investimento de R$ 2,5 milhões, a comprovação da eficácia e da qualidade, além da determinação de possíveis efeitos colaterais dos fitoterápicos, que, apesar de disponíveis no mercado brasileiro, ainda necessitam de estudos para que possam ser registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com João Ernesto de Carvalho, farmacologista e coordenador da Divisão de Farmacologia e Toxicologia do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp, pode-se notar nos últimos anos um aumento, em todo o mundo, da utilização de produtos naturais. Para ele, este impulso relaciona-se com vários fatores, desde a onda de preservação do meio ambiente até o interesse mundial na busca de novas drogas a partir de plantas, produtos naturais, microorganismos e venenos de animais. Pesquisas nessa área tiveram um impulso muito grande a partir das décadas de 80 e 90. Entre outros exemplos de estudos iniciados neste período, há as descobertas de drogas anti-câncer de origem natural, tema da pesquisa desenvolvida por Carvalho no CPQBA.

O incentivo do CNPq vem de encontro à continuidade deste impulso e é bastante importante para regularizar os medicamentos naturais, diz João Ernesto. Segundo o farmacologista, existe uma falsa idéia de que os remédios naturais não possuem efeitos colaterais, e eles muitas vezes são usados de forma indiscriminada. No entanto, o mecanismo de ação das drogas, seja ela de origem natural ou sintética, é semelhante. A regularização e o registro desses medicamentos poderia amenizar o uso indiscriminado, apesar de ainda estar em formação um sistema de farmacovigilância brasileiro. Tal sistema contêm relatos, feitos por médicos, de reações adversas a medicamentos. Os relatos são enviados para um Centro Nacional, que, por sua vez, deve repassá-los para um Centro Internacional.

Apesar do Brasil ter a vantagem de ser rico em biodiversidade, a transformação desta riqueza em produto, que poderia tornar o país competitivo nessa área, ainda necessita de muito investimento. Grande parte das indústrias brasileiras que trabalham com fitoterápicos não têm tradição e capacidade para investir em pesquisa.

Um aspecto importante, segundo o pesquisador da Unicamp, seria aumentar a interação universidade/empresa, que é um dos aspectos observados no edital do CNPq, pois os projetos devem ser apresentados obrigatoriamente em parecerias entre instituições de pesquisa e empresas. Segundo João Ernesto, o ideal seria que esse investimento feito pelo CNPq fosse realizado pela indústria, de forma que parte dos lucros com os medicamentos fossem investidos na pesquisa de novas drogas. Outro ponto observado pelo farmacologista é a absorção de doutores e pós-doutores nessa área por parte das indústrias. "Ela ainda é muito pequena", diz Carvalho relembrando a crítica feita na revista Nature por doutores brasileiros (veja notícia na Com Ciência).

Os interessados em participar do programa lançado pelo CNPq têm até o dia 8 de outubro para encaminhar suas propostas para o e-mail cobrg@cnpq.br, utilizando o Formulário Único disponível no site do CNPq. Mais informações pelo fone 0800 61 9697.


Atualizado em 28/09/01
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