Reportagens






 
Museu de Ciências e Tecnologia da PUC-RS

Jeter Jorge Bertoletti

A ciência e a tecnologia são parte essencial do mundo atual. O cotidiano de todos os cidadãos está permeado pela ciência e pela tecnologia. Viver plenamente na realidade atual é estar alfabetizado cientificamente. Assumir-se como cidadão no novo milênio exige o domínio dos conhecimentos e dos processos da ciência e da tecnologia.
Cada vez mais têm sido criados espaços para essa alfabetização. Os museus interativos são uma dessas formas, capazes que são de introduzir as crianças desde sua mais tenra idade à ciência, criando, ao mesmo tempo, condições também de atualizar os adultos no mundo científico e tecnológico.


Fotos cedidas pelo MCT
Alunos em experimentos do Museu de Ciência e Tecnologia


Contribuir com a educação científica da população tornando a ciência e a tecnologia melhor conhecidas por meio da organização, manutenção e acompanhamento de exposições, demonstrações, experimentos e exposições itinerantes, é um dos objetivos principais do Museu de Ciências e Tecnologia.

Isso se associa de modo muito estreito com a melhoria da educação científica nas escolas. Ainda que os museus não devam ser vistos como concorrentes da escola, eles podem complementar a educação que aí se efetiva. Constituem um espaço não-formal, capaz de assumir algumas funções educativas que a escola tem tido dificuldade de concretizar.


Caminhão do PROMUSIT - Projeto que leva experimentos interativos,
palestras e shows às comunidades do Rio Grande do Sul

Por outra perspectiva, os museus vistos como centros de excelência em educação científica também podem envolver-se na educação continuada de professores. O envolvimento nas múltiplas iniciativas dos museus pode propiciar uma reflexão e um aperfeiçoamento constante dos modelos didáticos de professores, especialmente do ensino fundamental e médio. Da mesma forma, especialmente quando um museu está inserido numa universidade, também os alunos dos cursos de formação de professores podem beneficiar-se de uma integração da formação com a educação que ocorre nos museus.


Alunos brincam na oficina do Mundo da Criança

Portanto, entendemos que um museu pode direcionar suas ações a três populações complementares: 1) alunos da escola fundamental e média e superior; 2) professores de todos os níveis, especialmente aqueles em exercício; 3) população em geral. Uma proposta efetiva de popularização da ciência necessita atingir esta diversidade de populações.

Os modernos museus interativos têm como função básica tornar a ciência e a tecnologia acessíveis à população, comunicando os conhecimentos e os avanços da ciência de modo agradável e simples. Podem assim levar a ciência e a tecnologia àqueles que não tiveram acesso a elas em sua escolarização, como também podem complementar as aprendizagens anteriores daqueles que tiveram uma iniciação científica na escola.

O cidadão da sociedade atual não pode ser analfabeto em ciências e em tecnologia. Sua sobrevivência e realização estão cada vez mais ligadas ao conhecimento científico e tecnológico. Mais do que conhecer ciência, precisa saber pensar cientificamente. Ser alfabetizado cientificamente é conhecer a ciência e saber agir cientificamente.

A ciência e a tecnologia são extremamente dinâmicas. Os conhecimentos científicos se multiplicam rapidamente. Os cidadãos precisam se atualizar constantemente. Os museus contituem uma das formas de fazer isso. Mas, de modo especial, as crianças e jovens precisam aprender a conviver com essa necessidade de constante atualização e saber como implementá-la.


Público assiste demonstração de experimento

A escola atual necessita educar pela ciência. Isso significa construir a competência formal e política, base da cidadania consciente e participativa. Nesse sentido a ciência necessita ser levada a crianças, jovens e adultos como um processo de aprender a aprender, aprender a solucionar problemas, aprender a questionar a realidade e envolver-se na sua reconstrução. Não é tanto o conhecimento acabado que importa adquirir; é muito mais importante adquirir habilidades de construir o conhecimento, a capacidade de reconstruir permanentemente o já construído. Isto é uma forma de assumir-se como sujeito de suas próprias ações, característica de cidadãos autônomos e participativos.

Prof. Dr. Jeter Jorge Bertoletti é diretor do Museu de Ciências e Tecnologia da PUC-RS

 
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Atualizado em 10/07/2003
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