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Glossário

 

 

Professor Paulo Arruda otimista com o resultado do programa Genoma da Xylella e seus efeitos na projeção da ciência nacional. Fonte Fapesp.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Cigarrinha, inseto vetor do amarelinho, leva na boca a seiva contamindada para outras plantas. Fonte Fapesp.

 

 

 

Genoma Xylella ganha reconhecimento e incentiva novas pesquisas

A conclusão do Genoma Xylella e seu conseqüente incentivo a novos projetos de seqüenciamento genético criam uma situação muito favorável à ciência no Brasil. A opinião, enunciada pelo professor Paulo Arruda, coordenador do Genoma Cana, e partilhada pelo diretor científico da Fapesp, José Fernando Perez, expressa o otimismo resultante de um projeto de pesquisa que conseguiu combinar formação de recursos humanos competentes (os pesquisadores), cumprimento (e até superação) das metas estabelecidas, projeção da ciência nacional através de uma divulgação massiva dos resultados e aumento da demanda por pesquisas científicas. Segundo Arruda, seu laboratório (pertencente ao Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética - Cebemeg - da Unicamp) nunca foi tão procurado pelas empresas para projetos em parceria. Embora sem citar nomes, ele garante que, além da Copersucar, outras empresas estão interessadas e deverão entrar com financiamento na próxima fase do Genoma Cana.

Para Perez, o principal mérito do Programa Genoma da Fapesp foi provar que é possível, nas condições atuais e com algum incentivo, fazer pesquisa de ponta no Brasil com eficiência equivalente à dos países desenvolvidos. "Ficou provado que o Brasil está apto a fazer ciência de ponta na área de genética molecular, que temos competência para isso. A estrutura da rede Onsa é inovadora e reconhecida por vários países", afirma. A partir daí, o diretor acredita que começa a se definir melhor uma política científica para a área, com a indução de novas pesquisas através da alocação de recursos específicos (que é a estratégia da Fapesp com o seu Programa Genoma), do interesse econômico gerado pelos resultados e manifestado através das parcerias com empresas, e da otimização do dinheiro aplicado, a partir da experiência positiva da rede Onsa.

Há também visões diferentes, como a do professor Fernando Reinach, que, em declaração ao jornal Folha de S. Paulo sobre uma possível "fuga de cérebros", chamou atenção para a necessidade de criação de mecanismos que incentivem a permanência dos pesquisadores no Brasil. Reinach teme que a estrutura burocrática das universidades públicas (onde está o grosso da pesquisa genética) seja um entrave ao desenvolvimento de projetos em parceria e à valorização do trabalho dos cientistas. Já Paulo Arruda discorda de que a universidade brasileira seja um entrave. Ele salienta que o projeto Genoma Cana é o maior do gênero (dos que seqüenciam genes de planta) no mundo, desenvolvido por uma instituição pública.

Nesse debate, uma outra componente entra em jogo. O seqüenciamento do genoma de um organismo é apenas a primeira etapa de um processo cujo resultado final será, espera-se, a formulação de novos medicamentos, vacinas, tratamentos mais eficazes contra doenças ou pragas. Desse modo, ainda não se pode avaliar com precisão as conseqüências econômicas e sociais da pesquisa, embora seja certo que o interesse econômico nos resultados da pesquisa do genoma será grande.

Tome-se o caso da Xylella fastidiosa. Na clorose variegada dos citros, popularmente chamada de praga do amarelinho, a bactéria causa o entupimento dos vasos da planta, provocando o endurecimento e o amadurecimento precoce dos frutos. A propagação da Xylella nos pomares se dá através de uma cigarrinha que, acredita-se, ao sugar a seiva de uma planta contaminada, leva aderida ao seu trato bucal a bactéria, carregando-a para outras plantas. Porém, o mecanismo de transmissão e de estabelecimento da bactéria na planta ainda não é bem conhecido. Esta é justamente a tarefa do projeto Genoma Xylella Funcional. A partir de seus resultados, será possível estabelecer mais objetivamente estratégias de ação, porém isto não significa que já se terá a solução para o problema.

Para se chegar de uma pesquisa científica à solução de problemas concretos há geralmente um longo caminho. No caso da indústria farmacêutica, por exemplo, o desenvolvimento de um novo medicamento leva cerca de uma década, entre experimentação com novas moléculas, testes de laboratório, estudos clínicos etc. Apesar disso, não se pode deixar de observar que a rapidez com que o projeto Genoma Xylella foi concluído é notável, mostrando que as soluções talvez cheguem em ritmo mais acelerado do que o previsto.

Vale salientar que isso foi possível devido à bioinformática, parte essencial do seqüenciamento genético...

   
         
     
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Atualizado em 06/07/00

   
     

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