Angra 2

 

Enseada da Ilha Grande no Sul Fluminense. Zonas de planejamento de emergência da Eletronuclear até 15 km da usina.

Fonte: Eletronuclear.

 

O plano de emergência de Angra, para o prefeito José Castilho, apresenta problemas logísticos.

Foto: Bruno Buys. julho/2000.

 

 

 

Centro de Angra dos Reis.

Foto: Bruno Buys. julho/2000.

 

 

 

Plano de Emergência preocupa prefeitura de Angra dos Reis

O Plano de Emergência de Angra está estruturado em Zonas de Planejamento de Emergência (ZPE), que ficam a 1, 3, 5, 10 e 15 km da usina. Dentro das instalações a responsabilidade pela retirada dos funcionários é da Eletronuclear. A medida mais imediata é a remoção dos funcionários para as vilas vizinhas de Mambucaba e Praia Grande. A área de responsabilidade da usina vai até 3 km. Fora dela, a incumbência é do governo estadual com a prefeitura de Angra e os órgãos de apoio: Exército, Marinha, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.

Neste ponto começa uma polêmica. O Prefeito de Angra dos Reis, José Marcos Castilho afirma que o Plano de Emergência tem problemas. O mais grave são as condições da rodovia Rio-Santos. No perímetro urbano da região de Angra dos Reis, a rodovia tem quebra-molas, que reduzem a velocidade e dificultam o trânsito. Há travessia de pedestres em amplos trechos, uma vez que as vilas de Mambucaba, Praia Grande e a Vila do Frade, todas do município de Angra, cresceram muito próximas da rodovia. Habitações de baixa renda e favelas completam o quadro de precariedade da região. A rodovia Rio-Santos ainda tem pontos onde o asfalto está em péssimas condições e o mato avança sobre a estrada. Já que a evacuação da população se daria pela Rio-Santos no caso de uma emergência, estes problemas dificultam muito a operação. A Eletronuclear tem dado apoio financeiro às obras de melhoria e recapeamento nos trechos mais críticos. Porém, a responsabilidade é do governo federal, já que se trata de uma rodovia federal.

O plano de emergência tem sido o ponto de maior conflito entre a Eletronuclear e a prefeitura de Angra. O Prefeito José Castilho reclama também da questão do impacto ambiental e social da implantação da usina: "Os benefícios das usinas Angra 1 e 2 serão sentidos em nível nacional, ou pelo menos regional, já que as usinas fornecem energia para as grandes capitais da região sudeste. Porém o impacto negativo só se refletirá em Angra dos Reis. Na época das obras de Angra 1 havia 11 mil homens trabalhando. Eles trouxeram também suas famílias e isso gerou um contingente humano imenso que a cidade teve que abrigar. Muita gente veio de outros estados. E agora para funcionar a usina não gera muitos empregos, é possível mantê-la funcionando com cerca de dois mil homens ou menos. Além disso, só recentemente ela começou a pagar impostos, já que como estatal é isenta de cobrança. A cidade arcava com custos gerados e o impacto do afluxo humano e não recebia uma contrapartida". No entanto, segundo o próprio Castilho, essa situação mudou bastante de 1988 para cá. A usina começou a pagar impostos à cidade, colabora nas obras da rodovia e o diálogo entre as partes tem melhorado. Além disso, há maior preocupação em informar e orientar a população sobre o que ocorre na usina, através da Assessoria de Comunicação da usina.

Para o Superintendente de Produção de Angra 2, Kleber Cosenza, a opinião pública brasileira, assim como o resto do mundo, tem uma tendência a associar a idéia de energia nuclear com bomba atômica. Por si só isso já cria uma resistência grande.

Além disso, há a questão dos resíduos radioativos...

   
           
     

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Atualizado em 10/08/2000

   
     

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