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De volta às origens
Padrões de qualidade
Cresce o consumo
Ultrapassando fronteiras
Diretrizes para produção
ONGs
Certificação
Falta ciência
Problemas
Química ilusória

 

 

 

 

 

 

Mulher inspeciona cultura orgânica na Nigéria.

Fonte: FAO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Consumidores escolhem produtos orgânicos em feira especializada, em Atlanta (EUA). Fonte: CNN

 

 

De volta às origens

"Agricultura orgânica é um sistema de gerenciamento total da produção agrícola com vistas a promover e realçar a saúde do meio ambiente, preservar a biodiversidade, os ciclos e as atividades biológicas do solo. Nesse sentido, a agricultura orgânica enfatiza o uso de práticas de manejo em oposição ao uso de elementos estranhos ao meio rural. Isso abrange, sempre que possível, a administração de conhecimentos agronômicos, biológicos e até mesmo mecânicos. Mas exclui a adoção de substâncias químicas ou outros materiais sintéticos que desempenhem no solo funções estranhas às desempenhadas pelo ecossistema".

Esta definição de agricultura orgânica foi formulada em julho de 1999, pelo Codex Alimentarius, o mais alto organismo internacional em matéria de alimentação, filiado à Food and Agriculture Organization (FAO). Implicitamente, ela chama a atenção para uma característica muito importante da chamada "agricultura orgânica": o fato de ela valorizar o solo e não a planta.

Nesse tipo de agricultura, plantas, animais e seres humanos saudáveis são fruto de solos equilibrados e biologicamente ativos, implicando na adoção de técnicas de manejo integradoras das atividades agropecuárias. O que interessa é o processo de produção e não o produto. Aliás, o que atrai consumidores para os produtos orgânicos não é a sua aparência (em geral, pior que a dos vegetais cultivados pelo processo convencional, com agrotóxicos) e sim atributos como vida saudável e preservação ambiental.

Um número cada vez maior de pessoas parece pensar dessa forma, tamanha a atenção dispensada aos produtos agrícolas de origem orgânica, ou "bio", como são chamados na Europa. Os números não desmentem essa impressão. Dados recentes do governo norte-americano projetam um crescimento anual para o setor na ordem de 20% a 25%, desde 1990. No próximo ano, calcula-se que a agricultura orgânica vá movimentar US$ 23,5 bilhões em todo mundo, contra cerca de US$ 10 bilhões em 1997. "Isso, dentro de um mercado internacional de alimentação estimado em US$ 500 bilhões", declara John Lupien, diretor de alimentação e nutrição da FAO. No Brasil, a produção de orgânicos é ainda modesta. Em 1999, ela deve alcançar a marca de US$ 10 milhões, sendo aproximadamente 10% desse valor proveniente de pequenos agricultores e 80% de médios.

O aumento da procura por produtos orgânicos está também ligado às preocupações ambientais dos consumidores. As pessoas estão mais atentas ao comportamento das empresas alimentícias em relação ao meio ambiente, o que tem a ver com os conceitos propostos pela agricultura orgânica. Embora esse perfil de consumidor possa parecer idealizado, ele resulta das conclusões dos especialistas que participaram do fórum Consumo de alimentos no próximo milênio, realizado no início de outubro de 1999 em São Paulo (SP). "Com o aumento do volume de informações que relacionam os alimentos à qualidade de vida, o consumidor começa a rever seus hábitos", diz a nutricionista Daniela Oliveira, uma das participantes do fórum. "Quem produz e comercializa alimentos terá de se adequar a essa nova atitude", completa.

Mas praticar a agricultura orgânica não é tarefa fácil...

 

 

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