ONG promove agricultura orgânica no Sul do país

Um consórcio formado por três organizações não-governamentais (ONGs), no Rio Grande do Sul, assessora 3.767 famílias de agricultores, em 60 municípios, no trabalho de lidar com a terra sem a utilização de insumos agrícolas ou sementes transgênicas. Para isso, atuam em conjunto o Centro de Tecnologias Alternativas Populares (Cetap), o Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa) e o Centro Ecológico, existentes há mais de 15 anos e componentes da União Institucional pelo Fortalecimento da Agricultura Familiar e da Agroecologia.

O uso de agrotóxicos nas plantações do Sul, até hoje região líder no Brasil no emprego desses insumos, propiciou a definição de estratégias de proteção ambiental e da própria vida da população. Formado há três anos, o consórcio liderou, no Sul, a campanha "Por um Brasil livre de transgênicos". A meta dessas ONGs é orientar agricultores, famílias de assentados e algumas comunidades indígenas no cultivo de alimentos e fibras sem o uso de agrotóxicos, adubos químicos e organismos geneticamente modificados.

O coordenador do Centro Ecológico de Dom Pedro de Alcântara (RS) e engenheiro agrônomo Laércio Meirelles, explica que o seu objetivo principal é interagir de "maneira orgânica". A assessoria do consórcio Cetap, Capa e Centro Ecológico possibilita treinamentos e capacitação técnica dos agricultores, orientados a utilizar tecnologias alternativas, de baixo custo e sem riscos para a saúde e a natureza. Dessa maneira, eles praticam o desenvolvimento sustentável e a agroecologia, organizados em associações, pequenas cooperativas ou unidos em grupos.
Ao atuar em conjunto com órgãos do governo estadual, prefeituras e outras entidades, como a Rede Mata Atlântica e a

Emater-RS, o consórcio promove a formação dos agricultores com um propósito educativo, para que estes se conscientizem como cidadãos integrantes de uma realidade que pode ser alterada a seu favor. As famílias também são partícipes do processo de comercialização dos produtos cultivados, entre eles batatas, grãos e leite. O coordenador do Centro Ecológico afirma que a experiência é positiva. "Nós estamos felizes sim, ainda mais que nos unimos em consórcio". De 25 a 27 de junho será realizado, em Pelotas, o Encontro de AgriCultura Ecológica, organizado pelas ONGs.

(RB)