REVISTA ELETRÔNICA DE JORNALISMO CIENTÍFICO


Editorial
Desastres ambientais no Brasil
Por Carlos Vogt
10/03/2016
O rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), no dia 5 de novembro do ano passado, provocou um desastre de tais proporções que, passados mais de quatro meses de sua ocorrência, não se tem ainda a medida completa das terríveis consequências que acarretou, está acarretando e vai acarretar para a vida e para o meio ambiente, por quilômetros e quilômetros da extensão de sua rota e de suas adjacências.

Do Distrito de Bento Rodrigues, totalmente destruído, das vidas interrompidas, da transformação do rio Doce em rio de lama e da lama espalhada pelo litoral do Espírito Santo, a dimensão da contaminação da vida pelos rejeitos da mineração é tão despropositadamente grande que só de pensá-la sob a ótica da responsabilidade da empresa mineradora causa calafrios ao próprio pensamento do tamanho da irresponsabilidade que acompanha o tamanho do desastre.

No Brasil, há outros desastres que trazem também a marca da irresponsabilidade de agentes causadores que, na maioria dos casos, não seguiram ou negligenciaram os protocolos de precaução que deveriam orientar a conduta ética e pragmática das empresas e instituições envolvidas.

É o caso, em 1984, do incêndio da Vila Socó, em Cubatão (SP), do Césio 137, em Goiânia (GO) em 1987, do vazamento de óleo na Baia de Guanabara (RJ), em 2000, das chuvas da região serrana do Rio de Janeiro (RJ), em 2011, e do vazamento de óleo na Bacia de Campos (RJ), no mesmo ano.

Há vários outros!

O esforço para entendê-los, explicar suas causas, conhecer suas consequências, adotar ações preventivas, responsabilizar – ética, material e judicialmente – os que contribuíram para o seu desencadeamento, militar por sua divulgação e divulgar a militância da defesa da preservação da vida e do meio ambiente é parte da tarefa cidadã que temos de fazer em todas as circunstâncias da nossa vida social.