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Área de saúde desenvolve conteúdos
e aplicativos para TV Digital

Neste mês se esgotaria o prazo para a escolha do modelo de TV digital a ser adotado pelo Brasil. Esse prazo, no entanto, deve ser prorrogado já que os projetos para desenvolvimento de tecnologias, aplicativos e conteúdo para criação de um Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), apoiados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pelo Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), apesar de já terem sido selecionados, ainda estão em fase inicial de desenvolvimento. Dos R$ 65 milhões destinados pelo governo ao SBTVD, apenas R$ 30 milhões foram liberados até o momento. Já está em andamento um estudo para analisar os primeiros testes do terminal de TV digital com contéudos e aplicativos de saúde

Para criação de Serviços, Aplicações e Conteúdo do Sistema Brasileiro de Televisão Digital na área de saúde, foi aprovado um projeto com um financiamento de cerca de R$ 1 milhão de reais, que está sendo coordenado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A rede de pesquisa envolve várias entidades como a Universidade Federal da Paraíba, Universidade Federal de Pernambuco, Instituto Edumed, Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, Instituto de Desenvolvimento e Educação (IPDE) e TV Cultura de Santa Catarina. "A rede de pesquisa é bastante ampla com instituições espalhadas por quatro das cinco regiões do país; articulamos esse consórcio para que tivéssemos capacidade científica e tecnológica para cumprir as metas de um projeto nacional", explica Cleidson Cavalcante, do Centro Tecnológico da UFSC e um dos gerentes de projeto da rede de pesquisa. Segundo ele, a integração dos centros de pesquisa é importante também para que haja uma representação da diversidade cultural brasileira, um fator fundamental quando se trata de um modelo de televisão analógico ou digital.

Mas quando se fala em TV digital, é importante lembrar que a interação permitida é de um tipo bem mais rústico do que o que conhecemos hoje com a internet. Os comandos e opções que foram adotadas em outros países permitem interações simples através de opções como: "sim e não", "enviar", "comprar" e "escolher". "Televisão digital não é internet", enfatizou Renato Sabbatini, presidente do Instituto Edumed. "Experiências feitas em outros países tecno-culturalmente mais adiantados que o Brasil, onde tentou-se fazer com que a TV tivesse níveis de interatividade parecidos com o da internet não trousseram muitos resultados, o telespectador senta para ver TV com uma espectativa diferente de quem usa o computador ", afirma.

Outras diferenças importantes entre internet e TV digital estão no sistema de transmissão da TV que é broodcasting e a circulação das informações. O sistema permite que todos telespectadores enviem mensagens, mas não permite que todos recebam mensagens individuais. Para que isso ocorra é necessário a criação de canais reservados que sejam limitados e permitam um número reduzido de acessos.

Na área de saúde existem alguns exemplos de como a interatividade proporcionada pela TV digital poderia trazer melhorias. Segundo Cavalcante e Sabbatini, um médico poderia, da casa do paciente, acessar o prontuário médico e o paciente, por sua vez, agendar consultas também pela televisão. Ou ainda, o telespectador poderia tirar dúvidas de assuntos relacionados a área de saúde diretamente pela televisão, através de um menu de opções disponíveis na tela. "A TV digital abre a possibilidade de criar um serviço de acompanhamento de cosultas e resultados de exames através dos chamados serviços de Tele Home Care ou Tele Monitoramento de Sáude", acrescenta Sabbatini. Além desse tipo de utilização, a TV digital possibilitaria ainda uma ampliação das possibilidades de atualização e educação à distância para os profissionais da área, de forma a acompanharem cursos de atualização profissional sem sair de casa.

O Instituto Edumed está coordenando o estudo piloto que deverá fazer o acompanhamento dos primeiros testes do terminal de TV digital com contéudos e aplicativos de saúde que será colocado para testes no Centro de Sáude do Distrito de Barão Geraldo na cidade de Campinas (SP) onde os usuários poderão fazer consultas e receber dicas de saúde.

Nessa etapa de desenvolvimento dos projetos, o acompanhamento das tecnologias e conteúdos envolvidos no SBTVD ainda é restrito, pois envolvem termos de confiabilidade e sigilo. O prazo previsto para apresentação das conclusões sobre o projeto de serviços, aplicações o contéudos na área de sáude é o final deste ano. Por enquanto, informações mais concretas sobre qual o tipo de plataforma utilizada, aplicativos, interface, linguagem e conteúdo, que servirão ao objetivo de interação e inclusão digital do SBTVD, ainda não foram divulgados. "Ainda estamos estudando como será a interface, mas devemos privilegiar a utilização de ícones e ferramentos de interação que tornem a linguaguem o mais simples possível para as pessoas que não estão acostumadas com a linguagem digital", informou o gerente de projetos.

Leia mais sobre o assunto na ComCiência
- Governo estimula modelo de TV digital que contribua para inclusão (19/08/04)

Atualizado em 04/03/05
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