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Entrevista com Anselmo Salles Paschoa

Soluções para os resíduos
Situação de outros países
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Lixo nuclear: falta uma solução política

CC: Qual o modelo de armazenamento de lixo atômico adotado pelos países que mais possuem usinas nucleares?
AP: França
- O Commissariat à l'Energie Atomique (CEA), através da L'Agence Nationale pour la Gestion des Déchets Radioactifs (ANDRA) regulamenta o processo de tratamento e gerenciamento de rejeitos radioativos. Antes de 1982 era prática comum jogar no mar os tambores com rejeitos radioativos de baixa atividade (RRBA). Em 1969, contudo, foi inaugurado o repositório nacional de RRBA no Centre de la Manche, perto de La Hague. Este repositório teve sua capacidade de armazenamento esgotada por volta de 1990. O novo repositório nacional para RRBA está operando no Centre de l'Aube, situado a cerca de 3 horas de carro ao sul de Paris. Sua vida útil deverá ir até 2020 mais ou menos.

Estados Unidos - A situação dos RRBA nos Estados Unidos é muito complicada devido às diferenças de legislação entre os Estados. Um estudo da National Academy of Sciences (NAS), de 1957, recomendava que os rejeitos radioativos fossem colocados em depósitos profundos e geologicamente estáveis. A princípio o Department of Energy (DOE) concentrou os esforços avaliando as formações de sal no meio oeste, próximo a Lyons, no Kansas, pensando em colocar lá os rejeitos de alta radioatividade e os transuranianos (isótopos de elementos mais pesados que o urânio). Depois de muita discussão política, as montanhas Yucca, em Nevada, foram escolhidas para a construção dos rejeitos não transuranianos. O processo de caracterização destas montanhas, que começou há mais de dez anos, está na fase final. Os mais otimistas estimam que o repositório de Yucca Mountain começará a funcionar em 2003. As responsabilidades regulatórias para os RRBA nos Estados Unidos estiveram durante anos com as agências locais, estaduais e federais. Em 1980, um ato do Congresso americano (Public Law 96-573, 1980) estabeleceu que os estados seriam responsáveis pelos RRBA. Esta lei não ajudou muito na solução do problema, até que uma emenda de 1985 (Public Law 99-240, 1985) criou um prazo, até 1993, para que os locais dos repositórios fossem escolhidos. Alguns Estados, ou grupos de Estados passaram a agir para evitar as penalidades previstas na emenda de 1985. Os chamados "compacts", ou consórcio entre Estados, foram formados para atender as exigências da emenda de 1985. A situação atual dos consórcios é a seguinte: 40 estados reuniram-se em 9 consórcios; outros 5 estão negociando a adesão a consórcios já existentes; 2 (New York e Texas) construirão repositórios próprios; e Washington DC é tratado como um caso especial, provavelmente enviará seus rejeitos para o consórcio das Montanhas Rochosas que reúne Colorado, Nevada, New Mexico e Wyoming. O pior problema dos Estados Unidos, porém, é decorrente do programa nuclear militar durante a guerra fria.

Japão - A Comissão de Energia Atômica do Japão parou de jogar seus RRBA no mar em 1982. Hoje existe um repositório nacional em Rokkasho Mura, na região de Aomore. Entre 1982 e a inauguração deste repositório há alguns anos, os RRBA eram mantidos nas instalações nucleares onde eram gerados. O acidente de Tokaimura (veja artigo de A. Paschoa publicado pela revista Ciência Hoje - www.sbpcnet.org.br) ocorreu numa planta de reciclagem de combustível nuclear usado para fabricação de MOX (uma mistura de plutônio recuperado e urânio). O acidente de Tokaimura foi grave, morreram pelo menos quatro pessoas, mas não se compara com o de Chernobyl.

Rússia - Quando se fala em Rússia, pensa-se logo em Chernobyl, que fica na Ucrânia. Ocorre porém que os RRBA da antiga União Soviética constituem um problema menor quando comparado aos rejeitos provenientes de seu programa nuclear militar. Chernobyl, aparentemente, não é o maior problema de rejeitos da Federação Russa e de outros países que faziam parte da antiga União Soviética. Em 1997, participei de uma conferência internacional em São Petersburgo sob o título "Radioactive Waste. Storage, transportation, recycling. Environment and human impact". Infelizmente, quase todos os trabalhos russos referentes aos RRBA foram apresentados e publicados em russo, sem tradução. Não traduziram nem os títulos dos trabalhos. Como não sei russo, não pude acompanhá-los, nem sei sobre o que tratavam.

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Atualizado em 10/08/00

   
     

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