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Ciência, tecnologia e inovação - a reorganização da pesquisa pública no Brasil
Vários autores. Coordenação de Sergio Salles-Filho, Editora Komedi e Capes

por Fábio Sanchez


São muitas as mudanças no país e no mundo que atingem fortemente os sistemas de produção, gestão e arrecadação de recursos das instituições públicas de pesquisa, as IPPs. Entre elas estão as transformações no papel do Estado como gerenciador dessas instituições e provedor de seus recursos, o racionamento de recursos disponíveis nos governos federal e estaduais para ciência, o conseqüente foco no mercado globalizado, a onda de privatizações e as diversas mudanças técnico-científicas em progresso no mundo. Tudo isso vem provocando junto às IPPs mudanças intensas e diversas que são alvo das análises e estudos que constam do livro Ciência, tecnologia e inovação - a reorganização da pesquisa pública no Brasil, escrito por diversos autores e coordenado por Sérgio Salles-Filho, professor do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O livro traça quatro estudos de caso emblemáticos das situações que vivem grande parte das IPPs, até porque tiveram problemas e soluções diferentes, apesar de enfrentarem contextos semelhantes: a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o Laboratório Nacional de Luz Sincroton (LNLS). Todos eles tiveram que passar recentemente por reorganizações institucionais como forma de fazer frente a dificuldades sem precedentes no país. Antes dessas análises, o livro preocupa-se em estabelecer seus parâmetros para uma avaliação dos diversos atores no cenário da pesquisa e desenvolvimento e para uma compreensão das dinâmicas que os envolvem, trazendo uma análise ampla das IPPs e propondo uma base conceitual para estudos dessa natureza.

A grande virtude do livro é uma análise isenta e investigativa, que evita conclusões falaciosas não só em seus cenários gerais como também nos que se referem às quatro IPPs estudadas detalhadamente. Não há, segundo os autores, um único culpado pelos problemas encontrados nas IPPs, nem há também uma única solução, apesar do contexto global semelhante. As instituições, na ótica dos autores, "não monitoraram de forma eficiente as mudanças no ambiente para as novas tecnologias e não cuidaram da requalificação de seus pesquisadores". O Estado, por sua vez, tem se mostrado apático a mudanças estruturais necessárias e que, se tinham uma diretriz clara no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, perderam completamente seu destaque do ponto de vista político no segundo mandato. O programa de privatizações tem se mostrado mais preocupado em negar funções públicas na economia de mercado do que em requalificar essas funções, o que também tem prejudicado as IPPs. Entre as soluções apontadas, estão não apenas formas de aumentar o nível de excelência das IPPs, mas também a ampliação da própria capacidade delas em convencer o Estado e a sociedade em geral da necessidade de sua existência.

Resenha publicada pela agência de notícias Prometeu.

Atualizado em 10/09/01
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