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Pesquisa analisa eficiência de ração
na alimentação de bovinos

A adoção de tecnologias nas áreas de genética, nutrição, sanidade e manejo, possibilitou o crescimento da produtividade na pecuária brasileira. Cientes da importância do uso de ração concentrada para a alimentação do gado em confinamento, dos níveis de oferta desse concentrado e de seu custo, pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) demonstraram em pesquisa recente que a eficiência na conversão de ração concentrada em ganho de peso e produção de leite é ainda baixa no Brasil quando comparada a países da América Latina, e que ainda é necessário otimizar essa prática para que apresente resultados positivos.

A pesquisa coordenada pelo professor Rogério de Paula Lana permitiu obter os resultados de eficiência, por meio de um coeficiente que permite fazer o cálculo do ganho de peso em função do consumo de concentrado - cereais, sementes e sub-produtos de oleaginosas, e outros. O concentrado é importante no estímulo ao ganho de peso, a pesquisa realizada a partir de dados provenientes de sete pesquisas feitas com animais confinados, mostrou que o ganho é de apenas 0,10 kg por quilo de concentrado consumido. Foram ainda analisados dados de 25 experimentos com bovinos em crescimento sob pastagens no período de seca e sete com bezerros e novilhos em crescimento ou terminação em confinamento. Verificou-se que, em pastagem, o ganho de peso médio dos animais foi de 0,10 a 0,14 kg por quilo de concentrado e, em confinamento, o valor foi de 0,10 kg por quilo de concentrado.

Para o gado de leite os índices não são melhores. Pesquisa anterior da equipe da UFV avaliou a eficiência do uso de concentrado, estudando a relação quantidade de ração concentrada versus produção de leite. O resultado obtido foi de baixa resposta na produção de leite com o uso de concentrado, em oito experimentos feitos com vacas a pasto. A produção obtida foi de 6,8 a 13,8 kg de leite/dia, sem ração, e de 0,67 kg de leite por quilo de ração. Somente com o uso de caroço de algodão, a produção foi maior, atingindo 1,8 kg/kg. Uma vez que 0,67 kg de leite pagam R$0,27 ao produtor e um quilo de ração custa R$0,50, concluiu-se que o uso da ração na produção de gado leiteiro é economicamente inviável.

Lana afirma que o diferencial de seu trabalho é que não existem pesquisas que avaliem a eficiência de uso de concentrado expressa em quilo de concentrado por quilo de acréscimo no ganho de peso, ou vice-versa, para animais em confinamento. "Esta é uma boa ferramenta na decisão de quanto concentrado usar na suplementação de bovinos de corte, permitindo obter um cálculo direto do quanto se gasta por animal e por dia, com concentrado, e qual é o retorno imediato em termos de carcaça comercializável", diz Lana.

A produção de 2001 mostrou que o volume alcançado pela pecuária bovina de corte atingiu 6,9 milhões de toneladas, e em 2002 o resultado foi de 7,l5 milhões/t, cerca de 3,7% acima do período anterior. A rigor, desde 1998, embora a taxas menores, o setor vem exibindo a aplicação de um processo administrativo impecável que tem assegurado um "aumento anual médio de 25% nos embarques para o exterior, demonstrando o imenso potencial exportador. "Apesar dos volumes significativos de produção, os níveis de produtividade da pecuária bovina no país estão aquém da real potencialidade do rebanho e bem abaixo dos níveis produtivos obtidos por outros países participantes do Mercosul", diz Lana.

Os resultados obtidos por sua equipe demonstram a ineficiência da substituição do volumoso pelo concentrado para animais confinados, justificando a baixa adoção de uso de ração concentrada pelos produtores de gado de corte e gado de leite no Brasil. "Mas ainda existe a necessidade de realização de pesquisas que verifiquem a resposta dos animais ao uso de baixos níveis de concentrado, situação na qual a resposta é mais elevada por unidade de insumo utilizado", afirma Lana. O trabalho mostra como maximizar a produtividade animal no Brasil com pequeno uso de ração ou suplemento, reduzindo o desperdício constatado e o custo de produção.

Os resultados da pesquisa desenvolvida no Departamento de Zootecnia da UFV serão apresentados de 25 a 29 de julho, durante o "2004 ADSA/ASAS/PSA Joint Meeting", em Saint Louis, Missouri, Estados Unidos. O evento é anual, e neste ano incluirá três congressos: American Dairy Science Association (ADSA), American Society of Animal Science (ASAS), Poultry Science Association (PSA).

Atualizado em 23/06/04
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