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Astronomia cresce no Brasil e tem futuro promissor

De acordo com dados da União Astronômica Internacional, o Brasil tem cerca de 1,6% dos astrônomos mundiais, enquanto os EUA têm 27% e a Europa 47%. Apesar disso, de acordo com muitos pesquisadores, a astronomia brasileira é destinada a crescimento nos próximos anos, e a um futuro promissor. "Os EUA são a nação que individualmente mais investe em astronomia. Porém, no panorama global, não tem hegemonia: os países europeus competem de igual para igual com os EUA", afirma Gustavo Rojas, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP. Historicamente, a astronomia se desenvolveu no continente europeu, principalmente em países como França, Reino Unido, Alemanha e Itália. Somente a partir do século XX, os EUA começaram a se destacar nas pesquisas astronômicas.

Para Kepler de Oliveira, chefe do Departamento de Astronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, os problemas da astronomia no país são devidos aos poucos recursos disponíveis para ciência e tecnologia no Brasil e ao escasso número de profissionais da área. "Somos somente 250 astrônomos profissionais, nas universidades e institutos de pesquisa". Já para João Braga, coordenador geral de ciências espaciais e atmosféricas do Inpe, um dos problemas é a escassa visibilidade da disciplina, causada pela "falta de tradição dos pesquisadores brasileiros em divulgar suas pesquisas para o público em geral e a falta de tradição do Brasil em jornalismo científico". Porém, o pesquisador é otimista: "acho que isso já está mudando, visto o crescente espaço para matérias sobre ciência nos jornais".

Os pesquisadores concordam sobre o futuro promissor da astronomia brasileira. "Embora responda por uma pequena fração da produção científica astronômica mundial (atualmente cerca de 2% dos artigos científicos publicados nas principais revistas internacionais), dentre os chamados países emergentes o Brasil ocupa posição de destaque, ficando atrás apenas da Rússia, China e Índia", afirma Rojas. "Esse fato é relevante se considerarmos que grande parte das pesquisas astronômicas brasileiras foi realizada nos últimos 30 anos. A qualidade das pesquisas astronômicas brasileiras é reconhecida internacionalmente, e o país está no mesmo patamar dos países desenvolvidos, porém com bem menos recursos e contingente humano", completa. Segundo Braga, "a participação brasileira em publicações nos principais periódicos internacionais tem crescido muito, assim como o tamanho da comunidade astronômica. Com o telescópio Soar e os novos projetos de instrumentação em astronomia, além das importantes colaborações internacionais, o Brasil estará em pouco tempo capacitado a contribuir significativamente em todas as áreas da astronomia".


O Brasil tem participado com destaque nas principais áreas da pesquisa astronômica, em projetos como esses:

-Telescópios Gemini

O projeto Gemini é um consórcio internacional operando dois telescópios de 8,1 metros, um no monte Mauna Kea (4.220m, no Havaí) e outro em Cerro Pachon (2.720m, no Chile). Os telescópios e toda a instrumentação auxiliar estão à disposição das comunidades científicas dos países membros: EUA, Reino Unido, Canadá, Chile, Austrália, Argentina e Brasil.

-Telescópio Soar

O telescópio tem abertura de 4,1 metros e é projetado para produzir imagens de qualidade melhor que as de qualquer outro observatório do mundo em sua categoria. Foi financiado por um consórcio com os seguintes parceiros: Brasil (representado pelo CNPq), o National Optical Astronomy Observatory, a Universidade da Carolina do Norte e a Universidade Estadual de Michigan. O Soar deve iniciar a operação de coleta de dados científicos de rotina no segundo semestre de 2004.

-Satélite Corot

É um satélite dedicado à sismologia estelar (a análise de pulsações das estrelas) e à procura de planetas fora do nosso sistema solar. Integra o programa de pequenos satélites da agência espacial francesa CNES e tem lançamento previsto para o início de 2005 numa missão de três anos.

-Satélite Masco

O projeto tem como objetivo desenvolver um telescópio capaz de obter espectros e imagens em raios X e gama de fontes cósmicas. Vai operar a 42 km de altitude, a bordo de balões estratosféricos.

-Telescópio Solar Submilimétrico

O principal objetivo do projeto é estudar as explosões que acontecem na atmosfera solar. Além disso, o telescópio permite fazer mapas do Sol e da Lua, e ainda observar planetas. Também será possível realizar pesquisas de rádio-propagação e de rádio-metereologia, e investigar na atmosfera terrestre a raia de monóxido de cloro, composto responsável pela destruição da ozonosfera.

Atualizado em 28/05/04
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