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Programa Biota completa cinco anos

O "Instituto Virtual da Biodiversidade", como é conhecido o Programa Biota da Fapesp, comemora seus 5 anos de existência com estudos detalhados da biodiversidade do estado de São Paulo, com o lançamento de livros e de uma exposição fotográfica. Neste período estão grandes achados como as 70 espécies novas de animais invertebrados marinhos, 14 de peixes, e uma espécie de planta, dada como extinta há duzentos anos.

Para Carlos Joly, coordenador do Biota, "a principal contribuição do Programa foi estabelecer um novo paradigma na grande área de pesquisa que a temática biodiversidade abrange" com a substituição de projetos isolados por um programa de pesquisas integrado. "A competição [entre profissionais] deu lugar à cooperação e a confiança mútua, que permite que esses pesquisadores compartilhem dados inéditos e experiências profissionais" destaca Joly. Atualmente, são cerca de 400 profissionais em São Paulo, 70 de outros estados e aproximadamente 50 do exterior.

A idéia principal do Biota é levantar e caracterizar a biodiversidade do estado de São Paulo e promover a sua conservação e uso sustentável, envolvendo. Desde sua criação, 53 projetos de pesquisa (dos quais 14 já estão finalizados), gerando mais de 500 publicações, mais de 50 dissertações e teses e 4 livros já editados. Dois livros estão em fase final de organização.

Novas espécies
O inventariamento de espécies sempre foi, e continua sendo, uma das prioridades do Programa, informa o coordenador. No início, um diagnóstico do conhecimento foi realizado para saber quais locais e grupos de organismos eram menos estudados. "O mais interessante é que mesmo em locais e grupos que achávamos que eram bem conhecidos, novas espécies foram encontradas", conta Joly. Um dos exemplos foram as mais de 70 novas espécies de invertebrados marinhos identificadas entre São Sebastião e Ubatuba na pesquisa coordenada por Cecília Amaral, da Unicamp.

Outros locais e grupos guardavam grandes surpresas. Nos riachos do Alto Rio Paraná foram encontradas 95 espécies de peixes, 15% delas desconhecidas. A mesma equipe, coordenada por Ricardo Castro, da USP de Ribeirão Preto, encontrou uma nova espécie de bagre no Morro do Diabo, uma área de conservação no Pontal do Paranapanema. Os pesquisadores acreditam que esta espécie ocorra apenas nesse local.

Com relação às algas, o volume de novas informações é ainda maior, em apenas um dos grupos (Charophyceae) estudados pela equipe do Instituto de Botânica, coordenada por Carlos Bicudo, o número de espécies aumentou em 45%.

Grande parte desses estudos é realizada em áreas de conservação e os resultados obtidos pelo Programa e têm auxiliado na implantação do Sistema Estadual de Unidades de Conservação, de acordo com Maria Cecília Brito, diretora geral do Instituto Florestal (IF), responsável pelo gerenciamento dessas áreas. Ela salienta que, a partir do mapeamento dos remanescentes florestais feito pelo Biota, em parceria com o IF, foi possível verificar que não só o desmatamento caiu no estado como novas áreas florestais cresceram. "É um dado muito importante e estratégico quando pensamos em políticas públicas", diz.

Cores do Cerrado
Os levantamentos feitos no Cerrado paulista constataram que este bioma encontra-se bastante fragmentado - são mais de oito mil pequenos fragmentos espalhados principalmente em áreas privadas - o que traz um grave problema para sua conservação. A diversidade presente nesses pequenos fragmentos, no entanto, é imensa, e uma parte dela está no livro Plantas do Cerrado Paulista: imagens de uma paisagem ameaçada, que será lançado no dia 31 de maio na Fapesp. O livro traz 420 espécies de plantas identificadas e fotografadas durante vários anos. Segundo Giselda Durigan, uma das autoras do livro e pesquisadora do Instituto Florestal, o trabalho começou em 1986, mas os dois anos de pesquisa dentro do Biota foram essenciais para o crescimento da idéia e a identificação das espécies que compõe a obra.

Clitoria densifloria. Foto: Marinez Ferreira de Siqueira

Um dos grandes achados deste trabalho foi a espécie Clitoria densifloria que havia sido encontrada apenas uma vez em São Paulo, há mais de 200 anos e, portanto considerada extinta. "O Cerrado em São Paulo está ameaçado por causa da fragmentação", ressalta Durigan, "mas acredito que poucas espécies estão extintas; o que falta são muitas coletas e estudos, como no caso da Clitoria".

Atualizado em 28/05/04
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