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Auto-suficiência prevista para 2005 não descarta importação do petróleo

O Diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, anunciou no último dia 10 a antecipação da meta de auto-suficiência de petróleo para o Brasil de 2006 para 2005. Isto significa um aumento de 14 % da produção em dois anos, saltando de 1,590 milhão de barris por dia, no final de 2003, para 1,850 milhão, estimado para 2005. A previsão é baseada na quantidade de barris de petróleo produzidos e consumidos pelo país. No entanto, Saul Suslick, diretor do Centro de Estudos do Petróleo da Unicamp, lembra que continuaremos importando o chamado óleo leve, mais abundante no Oriente Médio, recomendado para a produção de derivados como a gasolina e que não produzimos em quantidade suficiente.

"O aumento de produção é fruto de investimentos que a empresa fez no passado e que agora estão gerando resultados positivos", afirma Suslick. O pesquisador explica que na indústria do petróleo, todo investimento tem um longo "tempo de maturação" até gerar resultados finais. Deste modo, a projeção da empresa está, certamente, baseada em evidências sólidas e em um planejamento estruturado. Mas, é preciso cautela ao falar em "auto-suficiência".

Em primeiro lugar, Suslick aponta a necessidade de estar atento para a balança comercial do petróleo, já que o país exporta o chamado "óleo pesado", de maior densidade e abundante nas jazidas petrolíferas nacionais, e importa o "óleo leve". Ambos são importantes no processo de refino e obtenção de derivados, porém o "óleo leve" é mais valorizado no mercado internacional. Isso significa que o Brasil sempre estará dependente, ainda que em graus mais reduzidos, do petróleo importado.

Além disso, não se pode descartar o fato do petróleo ser um produto negociado internacionalmente e, portanto, sujeito a variações no mercado mundial. "Em 1999, o preço do barril estava por volta de US$ 10,00 e ninguém estimava um crescimento da demanda tão alto", explica Suslick. Hoje, o barril custa cerca de U$ 46 no mercado internacional. A demanda fica sujeita a alterações de acordo com o crescimento ou retração do PIB dos países e de problemas políticos como a Guerra do Iraque.

Questionado sobre os benefícios desse anúncio para o consumidor, Suslick afirma que os resultados para o país são bons, pois geram emprego e receita. No entanto, a melhor maneira do cidadão comum saber qual o impacto no seu bolso é o governo definir de maneira transparente como é feito o cálculo do combustível. Outro ponto seria aperfeiçoar os mecanismos para superar períodos de instabilidade internacional e de alta do preço do barril, sem repassar imediatamente os custos ao consumidor.

A assessoria de imprensa da Petrobras informa que o anúncio não altera o planejamento estratégico da empresa, que continua mantendo a meta de auto-suficiência para 2007.

Atualizado em 16/08/04
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