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Consumo mundial cresce, mas exportação
brasileira está em queda


A Páscoa é um dos mais importantes feriados nacionais e, sem dúvida, a data mais importante para as empresas do setor de chocolate, visto que nesse período as indústrias duplicam e até triplicam sua produção. Embora a demanda mundial de cacau e seus derivados tenha aumentado, a exportação brasileira sofreu uma redução drástica. "O país começou a década de 90 como líder na exportação de líquor, ou massa de cacau, chegou a ser responsável por 20% das exportações mundiais. Em 1999, menos de uma década depois, já caía para o sexto lugar e não tem apresentado sintomas de recuperação", afirma Ana Elisa de Brito Garcia, do Centro de Tecnologia de Cereais e Chocolate (Cereal Chocotec) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital).

Em artigo intitulado "O Brasil e as exportações mundiais de derivados de cacau", a ser publicado em breve na revista Informações Econômicas, a pesquisadora aponta alguns fatores que teriam levado à diminuição da participação brasileira na exportação de derivados de cacau. Entre eles estão a devastação da lavoura cacaueira pelo fungo chamado popularmente de "vassoura de bruxa", e a concorrência dos países africanos e asiáticos, agravada ainda pela política interna de juros altos.

O principal problema enfrentado hoje pela cacauicultura, de acordo com Garcia, é o esgotamento do modelo agrário-exportador do cacau. "A maioria dos fazendeiros encontra-se altamente descapitalizada, o que desestimula os investimentos e abre um paradoxo: para se sair da crise é necessário o investimento, mas como o setor se encontra sem recursos, ele não acontece, agravando a crise", explica. De acordo com a pesquisadora, é importante para a economia do país que as lavouras de cacau voltem a produzir e exportar e que, paralelamente, se busque agregar valores aos produtos derivados de cacau. "A exportação de cacau, líquor e manteiga de cacau é importante, mas não podemos esquecer que os produtos com maior valor agregado são na verdade as barras de chocolate, bombons e outros produtos que sofrem processamentos mais complexos".

Apesar disso, o Brasil ainda é um dos maiores mercados do mundo na venda de ovos de chocolate, segundo estimativas da Associação Brasileira de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), o feriado de 2004 deve ser melhor para o setor que a do ano anterior, podendo atingir uma produção total de 18,5 mil toneladas de chocolate. Estima-se que entre 25% e 35% do lucro anual obtido pela indústria de chocolate corresponda às vendas efetuadas durante a Páscoa.

Muito chocolate, poucas empresas
A grande maioria desse chocolate é produzida por um pequeno número de empresas de grande porte. No entanto, no período da Páscoa ocorre um crescimento de um mercado informal caracterizado por uma produção pequena e artesanal. "São, na maioria das vezes, donas de casa que entram no mercado informal de produção de chocolate apenas durante a Páscoa e depois saem", explicou Garcia.

A Chocolates Garoto, ex-empresa nacional que detém 24% do mercado interno, foi vendida no ano passado para a suíça Nestlé que domina 29%. Caso essa negociação fosse efetivada, a multinacional suíça dominaria mais de 50% do mercado brasileiro. O risco de estabelecimento de monopólio fez o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinar, em fevereiro desse ano, que a Nestlé venda a Garoto em até 150 dias para uma concorrente que detenha no máximo 20% do mercado de chocolates. Essa decisão, no entanto, deve ser adiada, já que no dia 15 de março a fábrica suíça entrou com um pedido de reapreciação da decisão do Cade.

Atualizado em 08/04/04
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