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Grupo pioneiro no Brasil realiza
II Workshop Nacional de Gravitação e Cosmologia


Foi encerrado na sexta passada, no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro, o II Workshop Brasileiro de Gravitação e Cosmologia. O evento reuniu pesquisadores de todo o Brasil das áreas de cosmologia, gravitação e astrofísica, dando continuidade ao primeiro workshop, que aconteceu em 2002. De acordo com Mário Novello, pesquisador do Laboratório de Cosmologia e Física Experimental de Altas Energias do CBPF e um dos organizadores do evento, o workshop contou com cerca de 40 palestras, algumas baseadas em teses inéditas.

A cosmologia consiste no estudo do universo em sua escala mais ampla, tanto espacial quanto temporal, para que, através da observação, se possa construir modelos e teorias condizentes a sua origem, natureza, estrutura e evolução. O homem sempre observou o universo, mas com o avanço tecnológico e a construção de instrumentos cada vez mais sofisticados é que se pôde chegar a entender sua história. "Porém, falta ainda entender muitos detalhes", explica Samuel Rocha de Oliveira, pesquisador do Grupo de Gravitação e Cosmologia da Unicamp.

Segundo Rocha de Oliveira, o grande desafio da cosmologia atualmente é confirmar um novo modelo para a expansão do universo. "Ainda não é consenso, mas parece que esta expansão está acelerada. A confirmação de um modelo depende de novas medidas e, para isso, de instrumentos mais sofisticados", afirma. Um dos modelos mais aceitos, de acordo com o pesquisador da Unicamp, é o da "expansão inflacionária": a expansão do universo depende da quantidade de "matéria negra", um tipo de matéria que foi previsto teoricamente, mas que ainda não foi detectado pelos cientistas e cujas caraterísticas são debatidas. Se a matéria negra não existe, ou se existe em quantidade muito pequena, o universo se expandirá para sempre. "Para que isso se torne um dado empírico, precisamos desenvolver os instrumentos adequados", comenta o pesquisador. Para ele, pesquisas mais aprofundadas, com aparelhos mais sofisticados, podem fazer com que incógnitas da cosmologia, como a matéria e a energia escura (outro fator importante na dinâmica do universo, que talvez causaria a aceleração da expansão), revelem "uma certa ignorância das teorias atuais".

A pesquisa de Mário Novello, que foi apresentada no II Workshop de Gravitação e Cosmologia no CBPF, consiste na proposição de um novo modelo para a expansão do universo. O autor propõe um modelo convencional de universo, homogêneo e isotrópico (ou seja, com caraterísticas parecidas em todas as direções), mas estuda os fótons (os portadores da energia eletromagnética) como responsáveis pelo comportamento não- linear do universo, pois sabe-se que este está se expandindo de forma acelerada. "Essa pesquisa está sendo publicada agora nos Estados Unidos, por isso até então ouvimos falar muito na teoria de expansão inflacionária" explica Novello, que não descarta a existência da energia escura, mas diz que ela não interfere na expansão do universo.

Cosmologia: uma paixão antiga, uma ciência moderna
Mesmo antes da cultura científica, o homem já observava o universo, mas suas explicações quanto à sua criação eram relacionadas a crenças religiosas e mitos. "Ninguém sabia o que eram as estrelas, se observava a olho nu ou com instrumentos rudimentares", diz Samuel Rocha. Durante quase vinte séculos, o modelo dos movimentos das estrelas se apresentava como circular e uniforme. "Além desse modelo concordar, em parte, com as observações feitas na época, o círculo é a figura mais perfeita e acreditava-se que o Criador só poderia ter projetado o mundo da forma mais perfeita: em círculos", explica Rocha.

Uma projeção divina sustentada por séculos foi a teoria Geocêntrica, desenvolvida por Ptolomeu (87 - 150) e refutada pelo astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473 - 1543). Com Copérnico, a Terra não é mais o centro do universo e sim mais um entre outros tantos planetas que giram em torno do Sol: é o modelo heliocêntrico, consolidado pelo italiano Galileu Galilei (1564 - 1642). Físico, matemático e astrônomo, Galileu construiu a primeira luneta astronômica, com a qual descobriu as montanhas da Lua, os satélites de Júpiter e as manchas solares. Para Samuel Rocha, Galileu é o pioneiro no desenvolvimento de aparelhos para auxiliar nas pesquisas cosmológicas. "Após as lunetas construídas por Galileu, outros instrumentos começaram a ser desenvolvidos pelos observadores, chegando assim a sofisticados telescópios".

Devido aos poderosos telescópios que construiu, William Herschel (1738 - 1822) descobriu as chamadas "nebulosas", pois sua constituição era desconhecida; tanto poderiam fazer parte da Via Láctea, como poderiam constituir os chamados 'universos-ilhas', assim denominados por não fazer parte do nosso universo. Mais tarde, essas nebulosas foram esclarecidas como galáxias, por Edwin Hubble (1889 - 1953), uma vez que ele demonstrou que uma nebulosa chamada Andrômeda era externa à Via Láctea. Hubble anunciou também que as galáxias se afastam de nós com velocidades proporcionais à sua distância, descobrindo assim a expansão do universo que ainda hoje é central no debate dos cosmólogos.

Atualizado em 26/04/04
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