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Brasil tem tecnologia para produzir diamante sintético

O domínio da tecnologia para produção de diamante sintético coloca o Brasil no seleto grupo de países que têm essa capacidade de fabricação. Cientistas da Universidade Estadual Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) utilizaram a técnica de produção em altas pressões e altas temperaturas para obtenção dos primeiros dez mil quilates de diamante sintético, cerca de 2 quilos. A pesquisa, desenvolvida no Laboratório de Materiais Avançados (Lamav) com a participação de especialistas russos, foi apresentada durante a feira de negócios Top Norte, em Campos (RJ), no último dia 15, e já despertou o interesse de representantes de empresas paulistas e cariocas, envolvidas com produção de ferramentas diamantadas.

Os diamantes são cristais naturais, quimicamente inertes, com alta dureza, baixo coeficiente de atrito, alta condutividade térmica e um ótimo isolante elétrico. Essas propriedades físico-químicas atrativas o tornam indispensável na produção de ferramentas de usinagem, que sofrem constantes desgastes. Em 2002, o Brasil despendeu R$ 60 milhões na importação de seis toneladas de diamante em pó, segundo dados do Departamento de Produção Mineral (DNPM).

As técnicas de fabricação de diamante sintético começaram na década de 50. A primeira síntese oficial, realizada pela General Eletric ocorreu em 1954. Em 1987, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul registraram a primeira síntese do diamante no Brasil. Os métodos baseados na transformação da fase grafítica em diamante, em alta pressão estática (4.3-8.0 GPa) e temperaturas (1150-1800°C), utilizam diferentes dispositivos de pressão.

A equipe do Lamav utilizou o dispositivo de pressão do tipo bigorna com concavidade central, capaz de gerar pressões até 5.0 GPa (Giga Pascal) e temperaturas até 1400°C, utilizando uma prensa com força especial de 2500 toneladas. A prensa foi comprada na Rússia e o dispositivo foi adaptado e aprimorado para as condições do projeto. A equipe coordenada por Guerold Bobrovntichii desenvolveu uma tecnologia, com aspectos inovadores como a construção do dispositivo de alta pressão, o método de aquecimento da mistura reativa, a diminuição do tempo da síntese, os critérios de escolha do grafite para síntese e liga, as técnicas de extração e purificação de diamante depois da síntese. "Nós já temos a patente brasileira sobre a construção do dispositivo de alta pressão (P10207938-0). A outra patente, relativa ao processo da extração e purificação de diamantes, está em andamento no INPI", informa o coordenador.

A tecnologia para produção do diamante, de acordo com Guerold, ainda pode ser melhorada sob o ponto de vista da qualidade. "O diamante é um material estratégico. O desenvolvimento de tecnologias poderá diminuir o custo de fabricação de ferramentas que, por sua vez, diminuirá o custo dos produtos em geral, além de aumentar a qualidade e [tempo de] utilização", afirma.

Os próximos passos do projeto envolve a fabricação do dispositivo capaz de trabalhar a pressão de 8.0 GPa, elaborar a técnicas para obtenção de diamantes de alta qualidade para aplicação em ferramentas de corte de granito em minas.

 

Atualizado em 21/05/04
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