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Publicação reúne reflexões sobre agricultura sustentável

Em 2003 a agricultura sustentável marcou as páginas de várias publicações nacionais enriquecendo os debates sobre sustentabilidade que fervilham no meio acadêmico e terceiro setor. Seguindo esta tendência, a revista semestral Ciência & Ambiente da Universidade Federal de Santa Maria (RS) dedicou sua última edição ao tema. Na publicação, os editores lançam aos estudiosos de assuntos ligados à agricultura a seguinte questão: A atividade agrícola desenvolvida nos moldes atuais é sustentável do ponto de vista ecológico?

Para responder a esta pergunta, pesquisadores de várias instituições foram convidados a discorrer sobre as várias dimensões da agricultura sustentável, que tem sido considerada uma alternativa ao modelo agrícola convencional duramente criticado nas últimas três décadas. Alguns artigos mostram que, apesar da necessidade de mudanças, ainda não se sabe exatamente como substituir o modelo agrícola convencional com eficiência. Além disso, os articulistas evidenciam que a viabilização da agricultura sustentável no mundo moderno é um desafio que abrange, além de questões técnico-científicas, fatores políticos, sociais e econômicos difíceis de serem manejados em um cenário de interesses conflitantes.

Não há novidade na afirmação de que o modelo agrícola tradicional é agressivo ao meio ambiente e compromete a sustentabilidade a longo prazo. A novidade, muito evidente na publicação, está, provavelmente, na fuga da ecologização geral dos discursos sobre agricultura sustentável que caracterizou as discussões sobre produção agrícola nas últimas décadas.

João Carlos Canuto, um dos articulistas, chama a atenção para a banalização das discussões sobre desenvolvimento sustentável. "Em conseqüência, o conceito de desenvolvimento sustentável guarda grande ambigüidade e é pouco operacional". Em outro artigo, Francisco Roberto Caporal e José Antônio Costabeber salientam a confusão conceitual do termo Agroecologia. "Não raramente tem-se confundido a Agroecologia com o modelo de agricultura, com processo de produção, com produto ecológico, com prática ou tecnologia agrícola, com política pública, com modo de vida e até com movimento social", explicam os autores acrescentando que, embora hajam diversas interpretações conceituais, "a agroecologia corresponde, fundamentalmente, a um campo de conhecimentos de natureza multidisciplinar que apresenta uma série de princípios, conceitos e metodologias que permitem o estudo, a análise, o desenho e a avaliação de agrossistemas".

Os artigos publicados na Ciência & Ambiente evidenciam a preocupação atual de operacionalizar o novo modelo de produção baseado em fundamentos científicos que gerem bases técnicas concretas. Porém, mesmo o desenvolvimento de pesquisas é dificultado pela falta de clareza conceitual dos pesquisadores e outros atores envolvidos sobre o que é a Agroecologia. Apesar das dificuldades, o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Meio Ambiente (Jaguariúna), Paulo Choji Kitamura, afirma, no artigo "Agricultura Sustentável no Brasil, Avanços e Perspectivas", que é importante desenvolver tecnologias e sistemas de produção baseados na filosofia da agricultura orgânica. Na opinião de Kitamura, o futuro tende a misturar tendências incorporando componentes da agricultura orgânica pelos sistemas convencionais e utilizando estratégias de desenvolvimento da agricultura intensiva pelos sistemas orgânicos, o que permitirá a consolidação dos sistemas orgânicos como um sistema competitivo no mercado.

Atualizado em 08/01/04
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