CARTA AO LEITORNOTÍCIASENTREVISTASREPORTAGENSRESENHASCRÍTICA DA MÍDIALINKS DE C&TCADASTRE-SE NA REVISTABUSCA POR PALAVRA-CHAVECARTA AO LEITORNOTÍCIASENTREVISTASREPORTAGENSRESENHASCRÍTICA DA MÍDIALINKS DE C&TCADASTRE-SE NA REVISTABUSCA POR PALAVRA-CHAVE
 

 

Notícias da Semana

Notícias Anteriores

Eventos
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio

Divulgue
seu evento


 



Alfabetização científica para professores da Amazônia

Cerca de 1,5 mil professores da rede pública municipal e do estado do Pará serão capacitados em alfabetização científica através do projeto "Experimentação Científico-Pedagógica: Construção do Saber sob a Ótica da Alfabetização Científica". O trabalho, mais conhecido como AlfaCiência, é desenvolvido pelo Museu Paraense Emílio Goeldi e conta com a parceria das universidades federal e estadual do Pará (UFPA e UEPA), além do Instituto Evandro Chagas (IEC).

Segundo a coordenadora do projeto, Waldinete da Costa, pesquisadora do Museu Goeldi, os trabalhos estão voltados para a alfabetização científica que se fundamenta na função social dos museus e das 'casas de ciência', e não à simples disseminação do conhecimento. "Em sua essência, esse paradigma prevê uma ciência cidadã", afirma. Assim, as atividades envolvem desde a abordagem teórica de quatro eixos temáticos - "A natureza da Ciência"; "Pluralidade Cultural e Diversidade Sócio-Ambiental"; "Origem, Estrutura e Biodiversidade dos Ecossistemas Amazônicos"; e "Educação em Ciência e Ambiental" - até simulações de investigações científicas nos campi experimentais do Museu Goeldi, além do próprio desenvolvimento de métodos de avaliação em alfabetização científica.

Antes de implementar o projeto no Pará, a coordenadora realizou uma série de estudos sobre a relação das instituições científicas e acadêmicas, inclusive organizações não-governamentais, com a sociedade. A realidade de institutos consolidados e emergentes do Brasil foi comparada à dos Estados Unidos, Inglaterra, Escócia e Austrália. "Não importa o nível intelectual, cultural ou econômico do país, a dificuldade da interface ciência e sociedade é a mesma. É impressionante como as respostas são iguais: o cientista diz que não comunica por falta de tempo e recursos".

Lourdes Ruivo, pesquisadora do Museu Goeldi que participa no projeto desde o seu início, afirma que os cursos estão levando aos professores as informações mais atuais das pesquisas científicas, dando destaque às características da região amazônica. "É muito gratificante participar de um projeto que faz com que as informações geradas pelas pesquisas cheguem à comunidade", admite.

Atendendo à demanda dos professores da região, que apontaram a falta de material didático adequado como sendo a maior dificuldade, a proposta é criar recursos didático-pedagógicos regionalizados. Está previsto o desenvolvimento de kits com CD-roms, vídeos, jogos educativos, livro-texto sobre a Amazônia e uma série de cadernos de alfabetização científica com abordagem teórica e prática. Durante os cursos, os pesquisadores envolvidos no projeto vêm constatando que os livros realmente estão desatualizados e chegam a vir com mapas errados.

Outros planos
Também está em fase de implantação o Centro de Recursos Informáticos em Educação Científica, Tecnológica e Ambiental: Ciência para Cidadania (CentrAlCiência). A proposta é criar uma rede informatizada que possa disponibilizar, em formato eletrônico, todo o material didático produzido no AlfaCiência. "A idéia é criar uma espécie de rede de educação à distância no Pará, aproveitando os Núcleos de Tecnologia Educacional (NTEs)", explica Waldinete da Costa. São dez NTEs, abrangendo mais de 60 escolas em 43 municípios, que poderão realizar teleconferências.

O primeiro dos três volumes da série de cadernos de alfabetização científica deve ser editado ainda neste semestre. Também está prevista para este ano a criação de uma ouvidoria com psicopedagogos das secretarias de Educação do Estado e do município de Belém, dentro do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi. A ouvidoria servirá para a orientação educacional de docentes e discentes, especialmente no segmento da alfabetização científica.

Conforme a coordenadora do AlfaCiência, neste ano começa a fase de acompanhamento dos impactos da aplicação da nova metodologia e dos novos materiais didáticos em sala de aula. As avaliações acontecerão em cinco escolas, com treze professores, durante todo o ano.

Embora o AlfaCiência tenha sido iniciado em 2002, acaba de ser aprovado pelo CNPq como o único projeto de "qualificação de professores com produção de recursos didáticos" na região Norte do país. O projeto envolve cerca de 100 pesquisadores dos diversos institutos parceiros e conta com o apoio das secretarias de Educação do Estado e dos doze municípios beneficiados. Os cursos são gratuitos e podem ser feitos por professores da rede pública de ensino com nível médio, superior ou graduandos. Para mais informações, entre em contato com o Museu Goeldi pelo telefone (91) 249-1004.

 

Atualizado em 12/01/04
http://www.comciencia.br
contato@comciencia.br

© 2001
SBPC/Labjor

Brasil