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Salmões cultivados podem fazer mal à saúde

Um estudo publicado este mês na revista norte-americana Science deu um susto nos consumidores e produtores de salmão. Neste estudo, coordenado por Ronald A. Hites, os pesquisadores chegaram à conclusão de que o consumo de salmão do Atlântico cultivado não é tão saudável quanto se pensa, por causa da contaminação desses peixes por um grupo de compostos químicos denominado organoclorados, que são prejudiciais à saúde e estão relacionados ao desenvolvimento de câncer.

Os pesquisadores não sabem exatamente o motivo da contaminação dos peixes cultivados mas acreditam que esteja relacionado ao tipo de alimento dado aos peixes, que é diferente do alimento dos animais capturados na natureza. Durante a criação, os salmões recebem ração composta, entre outros ingredientes, por farinha e óleo de peixe - obtidos a partir do processamento de pequenos peixes de baixo valor comercial capturados nos oceanos e que são contaminados com organoclorados devido à poluição industrial das águas.

Hites e seus colegas estudaram salmões do Atlântico (Salmo salar) cultivados pelos principais produtores mundiais, que estão na Europa do Norte, América do Norte e Chile. Além dos salmões cultivados, eles estudaram também a contaminação em cinco espécies de salmões do Pacífico capturados na natureza em diferentes regiões geográficas. Os pesquisadores afirmam que os salmões cultivados na Europa apresentam maiores concentrações de contaminantes que os da América do Norte e América do Sul.

Ainda segundo eles, os resultados das análises dos compostos organoclorados, tais como PCBs (bifenilos policlorados), toxafeno e dieldrina, tanto dos salmões cultivados quanto dos capturados, mostram que as concentrações individuais de cada composto nos peixes analisados não excedem as recomendações da FDA (U.S. Food and Drug Administration, agência norte-americana responsável pela aprovação de alimentos e medicamentos). Eles explicam que os efeitos destes compostos para a saúde humana dependem, entre outras coisas, da concentração destes nos tecidos dos peixes e das taxas de consumo. Apesar das concentrações aceitáveis pela FDA, os pesquisadores chamam atenção para o fato de que as especificações não consideram os riscos para a saúde causados pela co-existência de mais de um contaminante nos peixes.

O estudo publicado é o mais completo que existe até o momento e o único que apresenta uma comparação entre salmões contaminados de diferentes regiões geográficas do mundo. Os resultados sugerem que os produtores precisam encontrar com urgência formas alternativas de alimentação dos salmões durante o cultivo para garantirem um alimento seguro para os consumidores, caso contrário a produção de salmão cultivado, que apresentou taxas elevadas de crescimento nos últimos anos, pode sofrer queda significativa. Vale lembrar que os produtores de salmão cultivado são os responsáveis pela produção da maior parte dos salmões consumidos no mundo.

Leia o artigo publicado na revista Science.

Atualizado em 19/01/04
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