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Genoma Xylella ganha reconhecimento e incentiva novas pesquisas
Para Perez, o principal mérito do Programa Genoma da Fapesp foi provar que é possível, nas condições atuais e com algum incentivo, fazer pesquisa de ponta no Brasil com eficiência equivalente à dos países desenvolvidos. "Ficou provado que o Brasil está apto a fazer ciência de ponta na área de genética molecular, que temos competência para isso. A estrutura da rede Onsa é inovadora e reconhecida por vários países", afirma. A partir daí, o diretor acredita que começa a se definir melhor uma política científica para a área, com a indução de novas pesquisas através da alocação de recursos específicos (que é a estratégia da Fapesp com o seu Programa Genoma), do interesse econômico gerado pelos resultados e manifestado através das parcerias com empresas, e da otimização do dinheiro aplicado, a partir da experiência positiva da rede Onsa. Há também visões diferentes, como a do professor Fernando Reinach, que, em declaração ao jornal Folha de S. Paulo sobre uma possível "fuga de cérebros", chamou atenção para a necessidade de criação de mecanismos que incentivem a permanência dos pesquisadores no Brasil. Reinach teme que a estrutura burocrática das universidades públicas (onde está o grosso da pesquisa genética) seja um entrave ao desenvolvimento de projetos em parceria e à valorização do trabalho dos cientistas. Já Paulo Arruda discorda de que a universidade brasileira seja um entrave. Ele salienta que o projeto Genoma Cana é o maior do gênero (dos que seqüenciam genes de planta) no mundo, desenvolvido por uma instituição pública. Nesse debate, uma outra componente entra em jogo. O seqüenciamento do genoma de um organismo é apenas a primeira etapa de um processo cujo resultado final será, espera-se, a formulação de novos medicamentos, vacinas, tratamentos mais eficazes contra doenças ou pragas. Desse modo, ainda não se pode avaliar com precisão as conseqüências econômicas e sociais da pesquisa, embora seja certo que o interesse econômico nos resultados da pesquisa do genoma será grande.
Para se chegar de uma pesquisa científica à solução de problemas concretos há geralmente um longo caminho. No caso da indústria farmacêutica, por exemplo, o desenvolvimento de um novo medicamento leva cerca de uma década, entre experimentação com novas moléculas, testes de laboratório, estudos clínicos etc. Apesar disso, não se pode deixar de observar que a rapidez com que o projeto Genoma Xylella foi concluído é notável, mostrando que as soluções talvez cheguem em ritmo mais acelerado do que o previsto. Vale salientar que isso foi possível devido à bioinformática, parte essencial do seqüenciamento genético... |
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Atualizado em 06/07/00 |
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