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Perfil - Andrew Simpson

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Para Simpson, trabalhar com cientistas brasileiros é mais estimulante e entusiástico comparando com a formalidade dos ingleses. Foto de Miguel Boyayan.

 

 

A determinação genética

O perfil do biólogo está mudando, faz questão de ressaltar Andrew Simpson, coordenador de DNA do Projeto Genoma Xylella. Esse profissional deixou de se assemelhar à figura do cientista isolado, olhando no microscópio, para ser um profissional mais próximo da sociedade realizando atividades mais dinâmicas, que passaram a se relacionar com aplicações comerciais e tecnológicas. A própria biologia também tem sofrido mudanças, aproximando-se de disciplinas mais exatas, tais como a computação, a química e a matemática.

Simpson, que veio para o Brasil por achar que o país é um lugar de muitas oportunidades, especialmente para a ciência, diz que a inicial falta de infra-estrutura com a qual se deparou não o desanimou. Afinal, como ele mesmo diz: "Temos que trabalhar sem preconceitos com a realidade na qual estamos inseridos e adaptar o trabalho aos recursos disponíveis".

Uma das mudanças estimulantes que observa no seu trabalho com cientistas brasileiros é trabalhar com pesquisadores mais jovens, mais entusiasmados e com grande senso de oportunidade, o que proporciona um ambiente de trabalho mais alegre do que na Inglaterra, onde, em geral, a ciência é mais formal. Para ele, o Genoma Xylella envolve momentos de muita emoção. "Não propriamente pela descoberta, mas sim pelas conquistas que estão sendo feitas de forma coletiva", diz.

O pesquisador é um grande entusiasta da genética. Ele acredita que essa ciência pode nos levar a alcançar a imortalidade: "Obviamente vai haver mortes, mas sempre por causa de acidentes. Eu acredito que a vida é um processo químico altamente complexo que tem um controle. O envelhecimento é uma perturbação desta estrutura química complexa. Uma vez que nós entendemos isso melhor - e estamos começando a entender - parece-me que seria possível evitar o processo de envelhecimento. Isso não seria necessariamente muito simples mas eu acredito que seja possível", afirma.

Os estudos sobre genoma certamente terão uma implicação muito grande no futuro. sobretudo do ponto de vista ético. Na visão de Simpson, a questão da ética na ciência é muito simples. Basta que nos perguntemos sempre se o que está sendo feito pode prejudicar alguém.

A genética, para ele, determina os nossos potenciais, enquanto a cultura é responsável por determinar se esses potenciais serão atingidos ou não. Ele afirma que não basta ter uma cabeça brilhante se a pessoa não tiver oportunidade de ir a uma boa escola onde irá desenvolver sua inteligência. O mesmo ocorre quando ela nasce com baixo potencial intelectual. Não será muito frutífero que estude em uma escola muito exigente, pois ela só irá se desenvolver até o seu limite. Com a personalidade acontece o mesmo, é uma parte inerente à pessoa. "O conteúdo dos genes determina pessoas mais sérias, mais melancólicas, e eu estou convencido de que isso não muda. Então, provavelmente deve existir pessoas que são incapazes de serem felizes", conclui.

   
         
     
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Atualizado em 06/07/00

   
     

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