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A crescente informatização da sociedade e a percepção da informação como valor são alguns dos fatores que colaboraram para modificar profundamente aquela imagem da biblioteca como lugar tranqüilo e silencioso, distante da agitação do cotidiano. A nova imagem da biblioteca vem se consolidando nos últimos anos como um lugar sem paredes e, obedecendo a um novo ritmo de funcionamento, permanentemente disponível. São as bibliotecas virtuais, também chamadas digitais ou eletrônicas, assim como museus e arquivos do gênero, disponíveis na Internet. Segundo a National Science Foundation, as bibliotecas virtuais não são "simplesmente uma coleção de informações digitalizadas, mas representam um empreendimento mais amplo que envolve serviços e pessoas, e abarca todo o processo desde a criação e disseminação, até uso e preservação dos dados".

A passagem do papel para o acervo digital suscitou várias questões em torno de direitos autorais e da extinção do bibliotecário, das bibliotecas convencionais e, para alguns, dos próprios livros. Para os mais otimistas com relação ao futuro do papel os formatos impresso e digital não são excludentes, assim como não o são os diferentes veículos de comunicação: rádio e tv, vídeo e cinema. Para eles, as bibliotecas continuarão a ser um local importante para leitura e reflexão.

Para Murilo Bastos da Cunha, do departamento de Ciência da Informação da Universidade de Brasília (UnB), este processo ainda está num período de transição e o perfil do profissional de ciência da informação está se redefinindo de acordo com a incorporação de novas tecnologias específicas desta área, acompanhando também as mudanças mais amplas ocorridas no mercado de trabalho com as exigências próprias dos novos modelos econômico e de gestão do trabalho. "Diferentemente das bibliotecas universitárias tradicionais, as bibliotecas digitais não se localizam em um determinado prédio ou edifício. Provavelmente, muitos prédios de bibliotecas irão desaparecer do campus. Outros irão sobreviver. A informação está se tornando cada vez mais digital, mas as pessoas não!", diz Murilo Bastos.

Na polêmica em torno dos direitos autorais questiona-se, entre outras coisas, a facilidade, proporcionada pelos acervos digitais de reproduzir e distribuir cópias não autorizadas e a ausência de uma legislação mais específica. A lei 9.610 de 1998 sobre direitos autorais no Brasil também é válida para a Internet. De acordo com ela, os direitos patrimoniais do autor, sejam para livros, obras audiovisuais ou fotográficas, duram por 70 anos após sua morte. Após este prazo, são de domínio público, podendo ser reproduzidos e copiados. Durante a vida do autor qualquer reprodução deve ser autorizada por ele ou por terceiros, caso os direitos tenham sido concedidos para outras pessoas. Um dos fatores que dificulta a criação de uma legislação direcionada especificamente para esta questão, é a territorialidade das leis de direitos autorais e a queda de fronteiras caracterizada pela Internet.

Concreta realidade virtual - Independente dos questionamentos, próprios da mudança, os acervos digitais são uma realidade bastante concreta e quase indiscutível do ponto de vista do aumento da possibilidade de acesso à informação.

Vários projetos e programas vem sendo desenvolvidos e implementados. O Projeto Gutenberg, por exemplo, nasceu na década de 70 com Michael Hart nos Estados Unidos e, até o final do ano de 2001, pretende disponibilizar mais de 200 mil obras literárias e científicas que já são dedomínio público. Entre os projetos internacionais, destacam-se ainda a biblioteca e o museu do Vaticano e a Biblioteca de Alexandria.

No Brasil, o Comitê Gestor da Internet (CG), que coordena e integra as iniciativas de serviços de Internet no país, possui dois grupos de trabalho voltados para museus e bibliotecas virtuais. Os projetos são vários, tanto da iniciativa pública como de empresas privadas. O Scientific Eletronic Library On line (Scielo), por exemplo, é um projeto de pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Centro Latino Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme) que disponibiliza, atualmente, mais de 30 periódicos científicos brasileiros.

Ainda entre os projetos brasileiros de mais destaque temos o Programa Prossiga do CNPq que oferece vários serviços para os pesquisador além das bibliotecas virtuais divididas por temas. Entre estes temas a "Biblioteca Virtual sobre Bibliotecas Virtuais" compila e organiza informações relacionadas com Ciência da Informação e áreas correlatas e com projetos de bibliotecas virtuais. O projeto de informatização do acervo da Biblioteca Nacional e a Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro , da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo (USP), também compõe de maneira inestimável este cenário. Apesar de apenas 5% da população brasileira ter acesso à Internet no Brasil, os serviços que tem sido projetados e disponibilizados são bastante promissores, como é o caso de museus, bibliotecas e acervos digitais, que têm fortalecido de forma especial a divulgação da informação científica.

   
           
     

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Atualizado em 10/03/2001

   
     

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