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                             A mobilização social para arrecadar fundos, através de doações  para projetos e programas de alcance humanitário, tem uma longa  história e se constitui como uma certa tradição, com graus e  frequência variáveis, em todo o mundo.
  O alcance desse tipo de iniciativa e de movimento foi, certamente,  crescendo, com o desenvolvimento e a sofisticação dos meios de  comunicação, em particular o rádio e a televisão até um  determinado momento. 
 O momento de mudança nas formas solidárias das ações de  financiamento se dá com o advento das novas tecnologias de  informação e de comunicação ─ as TICs ─ que permitirão, para  além dos grandes programas envolvendo grandes instituições e  grandes corporações, como é o caso, por exemplo, do Criança  Esperança e do Teleton, mobilizações, cada vez mais comuns, entre  cidadãos, através das redes sociais e de todas as formas de  sociabilidade oferecidas pela internet. 
 Independentemente do sucesso, ou do fracasso das iniciativas, o fato  é que se trata de um fenômeno característico da contemporaneidade.  Procurar entendê-lo, buscando compreender os mecanismos que fazem  funcionar o financiamento coletivo de produtos e serviços, de  empresas emergentes (startups), de empréstimos para pessoas físicas  e/ou jurídicas, de projetos inovadores, de ajuda filantrópica e até  mesmo o financiamento imobiliário, faz parte do esforço de  formulação das perguntas que podem guiar-nos em meio às grandes  mudanças e transformações por que passa a nossa sociedade. 
 É nesse sentido que este número da ComCiência é dedicado  ao tema dessas novas formas de organizações e de instituições  econômicas em que o coletivo e a coletividade têm, graças às  TICs, um papel fundamental.  
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