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 Sociedade  da informação (em inglês, global information society), ou  sociedade do conhecimento, e nova economia, são expressões geradas  no interior do mesmo fenômeno e que, se não recobrem exatamente os  mesmos significados, pertencem, contudo, ao mesmo campo semântico  estendido na planura da retórica redencionista da globalização.  Nesse sentido, o Brasil, antes mesmo da apropriação da  materialidade abstrata da globalização, que é a livre circulação  do capital financeiro, foi se apropriando, pelos projetos e programas  que constituem os marcos das aspirações da sociedade mundializada,  dessa retórica-simulacro-de-inclusão.  
  As  perorações dos sacerdotes do novo credo formam arengas que, pela  recitação insistente, vão constituindo mantras de verdades  oraculares: novo paradigma tecnoeconômico; resgate da dívida  social; alavancagem do desenvolvimento; constituição de uma nova  ordem social; exclusão da exclusão; economia baseada na informação,  no conhecimento e no aprendizado; "onda de destruição  criadora"; não formação de uma classe de "infoexcluídos";  alfabetização digital; fluência em tecnologias da informação e  comunicação (TICs); lema do aprender a aprender; inclusão social  como prioridade absoluta; democratização dos processos sociais  pelas TICs; vitória sobre a clivagem social entre o formal e o  informal; agregação de valor; redes de conteúdos que farão a  sociedade se mover para a sociedade da informação; educação a  distância; igualdade de oportunidades de acesso às novas  tecnologias ─ condição indispensável para a coesão social no  Brasil. Há mais! Mas essa amostra basta para dar uma ideia do curso  das águas claras desse pensamento simplista que constitui o ideário  ambicioso da sociedade global da informação.  
  O  governo brasileiro oferece aos cidadãos uma série de serviços  informatizados que antes requeriam, em geral,  longas vias burocráticas de dificuldades variadas e o pagamento de  atravessadores para sua facilitação. Hoje, serviços que envolvem  Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Programa de Integração  Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público  (PIS/Pasep), Imposto de Renda (IR), Carteira de Trabalho e  Previdência Social (CTPS), Cartão Nacional de Saúde (CNS), Título  Eleitoral e Passaporte estão, entre outros, disponíveis via rede  eletrônica, além de instâncias de serviços que muito facilitam a  vida do cidadão, como é o caso do Poupatempo, no estado de São  Paulo. Então, o Brasil está dentro desse novo contexto? Está  dentro e fora ao mesmo tempo. Inclui-se pela modernidade dos  programas e pela ambição das metas, além das récitas das  ladainhas da pós-modernidade que tão bem decora e reproduz. Está  fora porque, embora o número das inclusões digitais seja crescente  e cada vez maior, o número do residual ainda é grande e a qualidade  do funcionamento das redes de internet ainda deixa a desejar,  sobretudo num setor crucial para o pleno exercício da cidadania: o  da educação. 
  Não  há receita fácil para os problemas criados na esteira da  globalização nem é certo que o fenômeno perdure mais que o tempo  de tornar o capitalismo mais forte e mais concentrado, pela agregação  de capital, como se diz agora, ou por sua acumulação, como já se  dizia anteriormente. O fato é que, socialmente, num sentido amplo,  seus benefícios têm sido feitos mais de simulacros do que de  distribuição efetiva da riqueza do mundo, a qual está cada vez  mais transnacional, livre para circular como capital financeiro, mas  ancorada na propriedade exclusiva dos grandes conglomerados que, ao  enriquecerem mais e mais, empobrecem os Estados, os governos, as  nações e as populações marginalizadas da Terra. Nesse sentido,  não paira a mínima dúvida de que há exclusão social. O desafio é  também entender como ela se dá ─ e como sempre se deu ─ nesse  espaço cada vez menos físico, cada vez menos geográfico da  universalidade da máquina, da globalidade da vida, tecida na teia  intrincada do fluxo e da circulação da informação.  
  A  vida globalizada é a vida estendida no tempo, mas também no varal  do território árido do deslumbramento. Simultaneidade de ausências!  O homem não só não tem centro, como não está, ao mesmo tempo, em  toda parte. Nesse contexto, a informação manipulada pode ser a  manipulação informada, sob a condição de deixá-la disponível  integralmente, sem risco de que seja compreendida efetivamente, isto  é, vivenciada na verticalidade da individuação de cada vida como  fato único, definitivo e transitório, em sua permanente finitude. 
  Com  poucas palavras, Rainer Maria Rilke define, no poema "O cão",  o que considera o essencial da condição canina: "nem excluído  nem incluído". É assim que Roger Grenier  inicia o capítulo  "Um olhar de recriminação", do livro Da dificuldade de  ser cão, em que trata das relações entre o poeta e esses  ternos ─ quando ternos ─ animais domésticos, reprovando,  sobretudo, o fato de a vida desses animais não durar tanto quanto a  dos humanos. O que dizer, então, de um outro animalzinho social –  o homem digital – criado pelo aparato tecnológico da chamada  sociedade da informação que, ao contrário do cão do poeta, é  "excluído ou incluído" sem termo médio possível? 
  Uma  das obsessões programáticas dos teóricos idealizadores da  sociedade da informação é o firme desígnio da inclusão digital  das populações do planeta, pela universalização do acesso ao uso  dos computadores e às facilidades eletrônicas que a internet  proporciona. Por sua vez, a internet é uma rede mundial que nasceu  como um sistema de comunicação para uso estratégico do governo, ou  seja, para permitir estratégias de comunicação alternativa às que  se conheciam até o fim dos anos 1960 e que, em um segundo momento,  voltou-se ao ensino e à pesquisa nos Estados Unidos, onde nasceu. A  internet, alcançando interesses comerciais mundo afora,  universalizou suas finalidades e utilizações, mas restringiu sua  capacidade como instrumento de ensino e pesquisa e selecionou, entre  o grande público, os beneficiários de seu ambicioso e retórico  programa de inclusão social informatizada. 
  Em  1994, os usuários comerciais da internet já eram o dobro dos  usuários acadêmicos e, no ano seguinte, a National Science  Foundation (NSF), agência do governo dos Estados Unidos, decidiu  desativar o backbone NSFNCT, não sem antes tomar medidas para  garantir a continuidade da internet. Entre essas medidas, aquela que,  em parceria com a empresa norte-americana MCI, possibilitou, por  cinco anos, um investimento de 50 milhões de dólares para que a MCI  operasse um novo backbone experimental de alta velocidade,  Very High-Speed Backbone Network Service (VBNS). 
  A  insatisfação da comunidade de ensino e pesquisa com os serviços da  internet, então crescente, fez que, em 1996, duas iniciativas  marcassem o surgimento de uma nova etapa no desenvolvimento das  tecnologias de informação e das tecnologias de rede: a Internet 2 e  a Next Generation Internet (NGI), constituindo consórcios de várias  universidades e empresas do setor e anunciando poderosos  investimentos governamentais com vistas a aumentar a capacidade  inteligente do sistema, não só do ponto de vista físico, mas  sobretudo lógico e tecnológico, ou seja, implementar e  potencializar sua racionalidade informacional e comunicativa. 
  Para  permitir o uso da internet para fins de ensino e pesquisa era preciso  acelerar e fomentar a pesquisa em internet e em novas TICs de um modo  geral. O domínio das TICs constitui, cada vez mais, um requisito  indispensável na formação dos jovens para sua habilitação  profissional num mercado extremamente competitivo e  transnacionalizado. O mesmo ocorre com a necessidade de domínio da  expressão linguística em sua língua materna e em pelo menos duas  grandes línguas "francas" internacionais, como é hoje o  caso do inglês e do espanhol. Se tiver o domínio das matemáticas,  estará, então, preparado para concorrer nas primeiras fileiras dos  que disputam seu lugar ao sol. 
  Mas  a grande multidão dos que hoje não têm emprego e padecem da  anorexia que tomou conta dos programas sociais dos governos pelo  mundo se deve, de fato, à velha dama indigna da má distribuição  da riqueza e da injustiça social. Sem o compromisso dos governos com  a retomada do Estado de bem-estar social, a plena, plana e  generalizada educação informacional não trará conforto à  sociedade, nem a sociedade, por mais incluída que esteja,  virtualmente, na democracia digital da informação, deixará de  permanecer, realmente, excluída do acesso, não só aos bens de  consumo, mas às condições de desenvolvimento cultural humanístico  que deve continuar a ser a utopia e o traço distintivo do homem em  sua humanidade. 
  Mas  de que é feita a humanidade do homem? De muitos predicados. Bons e  maus. Nem bons nem maus, a exemplo de nosso herói em Macunaíma:  o herói sem nenhum caráter, de Mário de Andrade. No caso da  humanidade digital do homem tecnológico poder-se-ia dizer, para  contrapô-la – uma das formas lógicas da definição – ao  cachorrinho poético de Rilke, que o que a define é a contrariedade  entre a inclusão e a exclusão sociais, enquanto que a "caninidade"  do cão seria, nesse triângulo de contrários – para usar as  categorias do pensamento formuladas pelo lógico francês Robert  Blanché –, o termo médio da oposição: nem incluído nem  excluído, da mesma forma que indiferente, ou facultativo estão para  o obrigatório e o proibido, ou o amoral, para o moral e o imoral, ou  ainda o amarelo para o verde e o vermelho, nos sinais de trânsito,  significando "nem pare, nem siga". 
  Desse  modo, o cão, que jamais será socialmente digital, não sendo  passível de espécie alguma de alfabetização, muito menos a  tecnológica, além da importância que sempre teve na história  afetiva de nossas vidas, constitui-se também um ícone de sábio  ceticismo para a definição da nova humanidade do velho homem, ou da  velha humanidade do novo homem e de todas as outras combinações  possíveis com que gostosamente vamos nos iludindo de esperanças. 
  Vivemos  um momento delicado na história do planeta. E não por razões  cósmicas, cosmológicas, astronômicas ou mesmo astrológicas; não  por razões naturais, mas por razões culturais, quer dizer, por  motivações sociais, políticas, religiosas. Enumerar os graves  problemas que o homem hoje enfrenta, em diferentes circunstâncias,  mas com a mesma intensa e indesatável presença, é fazer desfilar  uma lista interminável de alegorias do mal, da dor e do sofrimento.  
  Entre  essas alegorias do padecimento humano nas sociedades contemporâneas  está, qual uma locomotiva da crueldade do progresso, a do  desemprego, a da falta de trabalho, a da ausência de perspectiva  para o exercício de uma profissão, a da falta de ocupação e,  consequentemente, a da negação da identidade pessoal por falta  total do espelho no qual se reproduz a imagem social de nossas  semelhanças e de nossas diferenças. Estamos no ponto de nos  percebermos feitos ou só de semelhanças – o que produz, como  significado, o ruído ensurdecedor do silêncio absoluto –, ou de  puras diferenças – o que gera o silêncio alucinante do alarido  contínuo.  
  Alguns  impasses marcaram as liberdades conquistadas nas últimas décadas no  nosso continente: liberdade política, liberdade de expressão,  liberdade de movimento, liberdade de circulação do capital  financeiro, mas também falta de confiança nos políticos,  politização dos meios de comunicação, falta de mobilidade social  e exclusão, muitas vezes absoluta, de parcelas enormes da população  da ciranda dos cada vez mais poucos que gozam dos privilégios da  livre circulação do dinheiro pelos mercados internacionais.  
  Em  outras palavras, globalizam-se as condições de reprodução do  capital financeiro ao preço de sacrifícios regionais – chamados  emergentes – nunca antes conhecidos. Por isso,  o risco das  motivações para induzir, tal como revelam os relatórios da  Organização das Nações Unidas (ONU), as populações a  dissociarem da democracia as virtudes do bem-estar social gerado pelo  desenvolvimento da economia. O que é ruim para os indivíduos,  péssimo para a sociedade e pior ainda para o futuro da qualidade de  vida do homem e do meio ambiente no planeta. 
  Já  se disse com sincera hipocrisia ou com disfarçada virtude que a  hipocrisia é o tributo que o vício paga à virtude. Uma das  virtudes apregoadas da democracia é a visibilidade de suas formas de  decisão, de representação e de participação das sociedades na  formulação dos destinos de seus repousos e de suas transformações.  A hipocrisia democrática que só põe ao alcance das populações os  simulacros de seus benefícios sem, contudo, permitir-lhes o acesso  real ao conforto material de suas liberdades ideológicas e/ou  virtuais corre o risco de gerar, na percepção de seus atores e  usuários, uma contradição perversa entre liberdade e bem-estar  social.  
  Nesse  momento, a hipocrisia subsumirá a sinceridade e o vício, não tendo  mais tributo a pagar a quem quer que seja, confundirá a virtude com  uma inconveniência passageira a ser contornada para o pleno triunfo  dos finalismos que tudo justificam. Passa-se, assim, do equilíbrio  ético construído entre o vício e a virtude para a plena vigência  do cinismo de resultados competitivos, acirrando os individualismos a  ponto de ameaçar a consistência dos elos que sustentam o contrato  social que oferece condições de vida ao homem e que é razão de  ser de sua vida em sociedade.  
  A  questão do trabalho, do emprego, da ocupação, da mobilidade social  é grave no mundo contemporâneo e mais grave ainda em países como o  Brasil, pois aponta para a necessidade de medidas políticas urgentes  dos governos, das entidades e das instituições nacionais e  internacionais que alterem a rota de colisão em que nossas  sociedades foram postas pelo primado do capital especulativo e pouco  produtivo, não só do ponto de vista econômico, mas sobretudo, do  ponto de vista social, político e cultural.  
  Quando  Sigmund Freud apresentou, na 18ª de suas Conferências introdutórias sobre psicanálise, a psicanálise como o terceiro golpe a atingir a soberba ingênua e o  amor-próprio do homem2,  completava-se, assim, a tríade dos grandes abalos que o conhecimento  foi produzindo ao longo dos séculos no entendimento ou na  compreensão da vivência das relações com o cosmos  ̶  o cisma  cosmológico provocado pela revolução iniciada por Nicolau  Copérnico  ̶ , das relações com sua centralidade na criação  entre as espécies  ̶  o cisma do evolucionismo biológico  desencadeado pela obra de Charles Darwin  ̶  e das relações  consigo próprio na descoberta das forças do inconsciente que o  alienam de sua própria casa  ̶  o cisma psicanalítico anunciado  por Freud. 
  Um  quarto abalo, também fundamental, poderia ser acrescentado, passando  a configurar uma espécie de "quadrado lógico" da síndrome das  grandes perdas da história vertiginosa do mundo ocidental e das  apresentações de suas representações no espetáculo do  conhecimento: o do cisma ontológico provocado pelo pensamento de  René Descartes e pela definitiva alienação entre o eu e o mundo  por ele captada e, epistemologicamente, provocada  como paradigma de  abordagem e de produção científicas do conhecimento. 
  O  conjunto desses cismas provoca, por sua vez, no mundo contemporâneo,  em particular a partir de Immanuel Kant e Friedrich Nietzsche  ̶   Nietzsche que dizia não haver nenhum fato, mas apenas interpretações   ̶ , um quinto abalo que passa a funcionar como uma espécie de  epicentro dos grandes tremores do pensamento ocidental na atualidade:  um cisma epistemológico de proporções geológicas e planetárias  que nos leva até mesmo a identificar suas características não pelo  conjunto positivo de predicados que agrega, mas pela multiplicidade  de atributos que concorrem para sua desagregação desconstrutora. Ao moderno que o "quadrado císmico" configurava, segue-se, no epicentro da  ruptura epistemológica, o pós-moderno,  que, na falta de uma designação positiva, nega, pelo prefixo, o que  sucede e afirma, pelo nome, o que nega. É a dialética  da separação de que nos fala Émile  Bréhier em seu livro Transformation  de la philosophie française, de  1950. 
  O  fato é que esse cisma epistemológico vem enviando sinais de abalo  há muito tempo. Pelo menos desde as linhas de tensa convivência  entre o racionalismo e o subjetivismo romântico, gerados, como  gêmeos em conflito, pelo iluminismo e que estabeleceram, nos últimos  três séculos, paradigmas de exclusão entre a ciência e a  religião, a ciência e a arte e mesmo entre a ciência e a  filosofia. Uma das consequências dessa eclosão epistemológica é a  busca de pontos de urdidura para descoser as distâncias e os  distanciamentos entre essas atitudes e posturas e os domínios do  conhecimento por elas desenhados, de modo que se possa produzir, em  sua plenitude, a aspiração maior de Goethe, ao buscar a união  entre a ciência e a poesia numa visão da natureza fortemente  carregada de uma profunda sensualidade religiosa e, ao mesmo tempo,  de uma sensível religiosidade sensual. 
  Todos,  ou quase todos, conhecemos a fábula da corrida do coelho e do  cágado, segundo a qual o excesso de autoconfiança do primeiro o  leva a cochilar, por desprezo ao segundo, que, por morosa  persistência, ganha a prova. Depois do longo sono do coelho e do  lento caminhar do cágado, temos como mora da história: 
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 O  	apressado come quente e queima a boca. 
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 De  	grão em grão a galinha enche o papo. 
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 Mais  	vale um pássaro na mão do que dois voando. 
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 Água  	mole em pedra dura tanto bate até que fura. 
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 A  	vingança é um prato que se come frio. 
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 Quem  	espera sempre alcança. 
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 A  	esperança é a última que morre. 
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 Deus  	ajuda quem cedo madruga. 
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 Quem  	vê cara não vê coração. 
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 Se  	correr o bicho pega, se ficar o bicho come. 
  
  Há  uma enorme quantidade de provérbios, dos quais o decálogo acima é  uma amostra, louvando as virtudes da calma e da paciência contra os  vícios da pressa e da velocidade. In medio stat  virtus3 proclamava a cultura clássica latina, e por estar no meio é  que a virtude, como valor, constitui-se, em oposição às categorias  do excesso, para menos e para mais, tanto de falta como de  abundância. Como escreveu o poeta romano Horácio nas Epistulae:  Virtus est medium vitiorum et utrimque reductum4. 
  Na  obra Novos ensaios sobre o entendimento humano, Gottfried  Wilhelm Leibnitz escreveu natura non facit  saltus5 e, quando crianças, nós aprendemos, com os ensinamentos do  catecismo, que um mesmo Deus, todo-poderoso, criou o mundo em seis  dias e escolheu o sétimo para descansar, legando-nos a gostosa  preguiça dos domingos calmos e vagarosos e, às vezes, chatos de tão  demorados de passar. Mas ninguém se iluda com o hedonismo horaciano  do carpe diem6 ou com o bucolismo virgiliano do sub tegmine  fagi7, de que fez eco explícito, com o poema "Sub tegmine fagi" de   Castro Alves, e outros poetas românticos brasileiros que deitaram  seus versos à sombra das laranjeiras, debaixo dos bananais.  
  O  século XIX já anunciava que os tempos mudavam numa velocidade antes  não conhecida de mudança e que a oposição entre campo e cidade,  cara ao século XVIII, acentuava, em suas diferenças, a rapidez da  vida moderna. A cidade e as serras, de Eça  de Queirós, é um belo registro desse contraste. Eadweard Muybridge,  com o seu gênio inventor e seu talento fotográfico, fez vários  estudos sobre o movimento, entre eles o que mostrou, através das 24  câmeras fixadas na linha do chão, o galope de uma égua e sua  imagem suspensa com as quatro patas no ar, num balé de beleza, graça  e agilidade etérea, o que não é pouco para um corpo pesado e que  ninguém conseguia ver, em velocidade, sem um ponto de apoio no chão.  Estava nascendo o fotograma e com ele a tecnologia que permitiria o  cinema. 
  Os  filmes do início do cinema, no começo do século XX, têm um deficit tecnológico que faz que tudo o que registram se mova  em velocidade surpreendente. Entretanto, o que é uma insuficiência  tecnológica é também uma técnica descritiva e narrativa que acaba  por constituir um estilo, um modo de ser, sempre em movimento  frenético. Nesse sentido, Tempos modernos, de  Charles Chaplin, é uma comédia da ruptura. O filme é uma crítica  e um registro lírico de uma perda, mas é também a enunciação de  um anúncio: o mundo mudara e não só era feito de mudanças, como  anotaram os clássicos do Renascimento, mas de mudanças velozes. 
  Com  o fenômeno da globalização da economia, consolidado com a queda do  Muro de Berlim no final dos anos 1980, consolidou-se também a  imperiosa necessidade de padrões cada vez mais rápidos de  comunicação e de circulação de informações para permitir, entre  outras coisas, a livre e ágil circulação do capital financeiro por  todas as partes do globo e o giro incessante da máquina virtual de  fazer lucro que o carrega. Ainda nos anos de 1980, a IBM, numa loja  em Paris, na Place des Voges  ̶  local de concentração de  joalherias, em vez de uma pedra preciosa, expôs, à luz de spots,  um chip de computador, sozinho, numa vitrine, protagonizando o  enredo do novo conceito de riqueza que a economia e a sociedade do  conhecimento estavam, então, aprimorando, para lançar em nossos  carnavais. Condensação e velocidade, que buscadas cada vez mais  intensamente para e pelas TICs acabariam, não por acaso, levando ao  prêmio Nobel de Física de 2007 dois físicos, Albert Fert e Peter  Grünberg, cujas pesquisas levaram a aumentar a capacidade de  armazenamento de dados nos discos rígidos, permitindo, por sua vez,  que se tornassem cada vez menores e eficientes em rapidez, qualidade  e quantidade de informação.  
  Em  fevereiro de 1909, o poeta italiano Filippo Marinetti publicava na  França, no jornal Le Figaro, o Manifesto  Futurista, que iria se  constituir num dos marcos do modernismo.  
  Ofuturismo, além da exaltação inicial de alguns de seus seguidores em favor da  guerra e da violência, pregava a crença na velocidade e nos  desenvolvimentos tecnológicos de fins do século XIX e rejeitava o  passado e todas as formas de moralismo ou, ao menos, as que assim  eram consideradas pelos adeptos do movimento. Essa é uma questão  que vale a pena ser levada em conta já que a relação  velocidade-guerra-violência se instalou de tal modo nas sociedades  contemporâneas que é quase inevitável pensarmos também essa  relação em correlação com o fenômeno da indigência ética e com  a presentificação leviana do passado que caracterizam o mundo  industrial moderno e sua versão tecnocientífica no pós-moderno.  
  Para  isso, alertou Walter Benjamin quando falou do fim da narrativa ou das  condições de narratividade do mundo colados nos acontecimentos pela  simultaneidade de suas imagens em circulação informativa e  comunicacional, o tempo do símbolo, achatado, no que simboliza,  tira-nos a distância da vivência e da reflexão e nos põe no  frenesi de uma corrente de fatos que surgem do nada, desfilam no  vazio e desaparecem na sucessão atropelada de novos fatos, novos  acontecimentos, que são os mesmos já vistos e presenciados  virtualmente, mas que, céleres, não se deixam captar pela memória  e pela lembrança.  
  A  velocidade é um valor caro ao presente, avesso ao passado e  arrogante de futuros. É um risco, uma aposta, um jogo de dados que  também, mais uma vez, não abolirá o acaso. No livro Modernismo,  Peter Gay escreve que a locomotiva foi considerada, com  razão, segundo ele, fundadora de um novo mundo dominado pela  mecanização, acelerando as comunicações com os melhoramentos  revolucionários nos correios, nas estradas e demais vias de  transportação. Desse modo, entre as várias características que  podem ser atribuídas ao modernismo, cujas raízes devem ser buscadas  no século XIX e no processo de industrialização intenso que  consolidou socialmente a burguesia como classe dominante, está, sem  dúvida, a da paixão pela velocidade, pelo movimento rápido, pela  rapidez da mobilidade. É interessante notar que, nessa perspectiva,  o trem e a locomotiva estão para o mundo moderno, também como  símbolos, como as caravelas estão para o mundo dos descobrimentos e  da Renascença.  
  A  verdade que Darwin ajudou a contar de forma definitiva, ao menos até  agora, é que o homem nasceu inquieto ou inquietou-se depois do  nascimento, tanto do indivíduo, como da espécie  ̶  neste último  caso, desde a mãe África, onde ele surgiu, por diversificações da  linhagem do chimpanzé, cerca de 5 a 7 milhões de anos atrás. De lá  para cá, deu-se uma grande variedade de ocorrências em seu processo  evolutivo, desde o Sahelanthropus tchadensis, supostamente o hominídeo mais antigo, até o Homo  sapiens,que, ereto desde 100 mil anos passados, colonizou todos os  continentes, começando sua imensa peregrinação na Terra há mais  de 200 mil anos, quando era ainda Homo neanderthalensis.Então,espalhou-se pelo planeta como Homo sapiens  sapiens, chegando às Américas há cerca de 15 mil anos, embora  haja controvérsias entre seus descendentes antropólogos e  paleontólogos quanto às datas de sua chegada mais ao sul do  continente.  
  O  fato é que o indivíduo viajou e a espécie também,  movimentando-se, por ondas migratórias, uma ou três, três ou mais,  por terra e por mar, ao que supõem as hipóteses também em disputa  para explicar a origem do homem na América. Se nascemos sabendo ou  se adquirimos a sabedoria do pensamento simbólico depois, por alguma  mutação genética, ainda não sabemos, mas temos fé e esperança  de que viremos a saber. O que já sabemos, entre tudo o que é  sabido, é que o homem continuou a andar, a circular, a voar, a  girar, a viajar também pelo ar, a se movimentar: para um lado e para  o outro, para cima e para baixo, para o fundo e para o raso, para a  superfície e para o profundo, para si próprio e para o outro, para  Deus e para o diabo, para a penitência e para o pecado, para a  solidão e para o convívio, para a cidade e para o campo, para a  produção e para o consumo, para o trabalho e para o ócio, para o  amor e para o ódio, para o não e para o sim, para o talvez sim e  para o talvez não, para o real e para sua ilusão... Portanto,  movimento e repouso, como categorias do ser movente e da movimentação  do ser mutante.  
  Se  a locomotiva é um ícone do modernismo e a caravela um símbolo do  Renascimento, tudo que é pós-industrial e pós-moderno pode ser  simbolizado no computador como ícone das TICs, que aceleraram a  velocidade do homem no espaço e no tempo, dotando-o da  simultaneidade das imagens e dos simulacros que abalroam os vazios de  suas distâncias e o peso de suas aproximações. O viajante chegou  ao porto movimentado de sua imobilidade, em que navega sem sair do  lugar e se planta deslocando célere e obsessivamente o eixo de sua  concentração.  
  No  ponto dessa máxima imobilidade, o mundo se movimenta e o homem  evolui também incorporando, na mudança, comportamentos e ações  que sua inteligência imprimiu nas máquinas que simulam sua  capacidade simbólica e lhe devolvem influências que certamente  marcarão os caminhos de suas transformações futuras. Nelas, já se  sabe, o presente tenderá a se alongar, não como passado histórico,  mas como imagem congelada de simultaneidades espalhadas na superfície  do tempo colado ao espaço dessa imobilidade vertiginosa. 
  A  seleção natural como princípio e processo explicativo da  transformação das espécies incorpora o conhecimento e a capacidade  que tem o homem de ação e interferência sobre o meio ambiente como  um dado do processo seletivo das formas de vida ─ o homem inclusive  ─, que, aturdidas, oscilam entre as forças da natureza e a  dominação científica e tecnológica que a cultura do conhecimento  permite estabelecer, não propriamente sobre elas, mas com elas, em  contratos de utilidade social e econômica.  
  Entre  os muitos sinais de que, no modernismo, o novo trazia já, em si, os  elementos de sua superação, um deles pode ser destacado, porque é  emitido de um lugar, de um tópos culturalmenos  esperado, mais discreto talvez e, por isso, quem sabe, mais  surpreendente.    Ele vem da linguística e de sua concepção tal  como proposta no Curso de Linguística Geral, publicado  em 1905 por obra de discípulos do mestre suíço, Ferdinand de  Saussure, reunindo em livro as aulas, palestras e conferências que o  autor, ele próprio, não teve tempo de organizar em vida. 
  E  aqui vai o sinal de uma primeira ausência: Saussure é autor de um  livro que não escreveu, mas cujas ideias revolucionaram os estudos  da linguagem humana e todos os sistemas de signos. Por isso, ao  fundar a linguística moderna, Saussure funda também a semiologia e  lança as bases para os estudos de todos os sistemas de significantes  em qualquer tipo de linguagem, tendo como princípio de sua  organização a função comunicativa. A segunda ausência, agora  parte integrante e constitutiva da teoria, diz respeito à noção de  valor do signo linguístico. Para Saussure, o valor do signo  linguístico é relacional, não é uma coisa em si, não é uma  substância. É na relação de um signo com outros, dentro do  sistema a que ele pertence, que ele vale por alguma coisa que ele  representa, mas que não é. Desenha-se, pois, como consequência  dessa noção relacional do valor do signo, o princípio de  classificação e de organização dos fenômenos de comunicação,  princípio que domina todo o estruturalismo, do ponto de vista  teórico e metodológico, e que consiste em procurar estabelecer as  regras de funcionamento de um dado sistema de significações pela  estrutura das relações de oposição entre os elementos  significantes que integram o referido sistema. 
  A  linguística tem como objeto explicar como se dá a relação  som-sentido, isto é, como uma cadeia material de sonoridades com  propriedades mecânicas e físicas específicas produz sentidos e  significados cuja natureza é imaterial, sem nenhuma relação de  motivação necessária entre um nível e o outro. Assim, o fenômeno  da significação da linguagem humana e de todos os sistemas  semiológicos é explicado negativamente, por uma ausência: a de ser  o que ele não é. Isto é, para que a linguagem realize plenamente  sua função maior, que é a comunicação, ela nega sua  materialidade física e afirma a imaterialidade do que ela significa  nos atos de fala e de enunciação que entrelaçam a comunidade dos  falantes numa rede de reconhecimentos e de estranhamentos que formam  a dinâmica da vida em sociedade. Portanto, a linguagem é, para  forçar o paradoxo, o que ela não é. 
  Essa  visão negativa, relacional, da linguagem e da comunicação será  fortalecida, ainda mais, com o advento da informática e da internet,  isto é, da rede mundial de computadores e de seus vários produtos  sociais como o são, entre outros, os sites, os blogs e  o Twitter.    
  Com  eles, ganha força o conceito de rede social, sobretudo com as  últimas formas de organização da comunicação rápida, veloz e  instantânea, baseada numa limitação cada vez maior do número de  caracteres a serem utilizados pelos adeptos, em número crescente no  mundo todo, dessa nova espécie de tribalismo virtual. 
  Com  o processo de semiotização da vida social no mundo contemporâneo ─  processo caracterizado pela substituição da coisa por sua  representação, isto é, por sua imagem, por seu signo, e no qual as  TICs têm papel fundamental ─, vem se constituindo também uma  espécie de nova metafísica, uma metafísica não do ser, mas de seu  simulacro, não do mundo real e das ideias de sua concepção, mas da  virtualidade da forma de suas apresentações. Breve, uma metafísica  da imagem. Associe-se a isso a velocidade dos dados e informações e  tem-se, com o instantaneísmo, a presentificação do tempo e do  espaço feitos agora em imagens de simultaneidade que se oferecem a  uma nova forma de percepção, sem perspectiva, porque sem passado;  sem passado, porque sem distância; sem distância, porque sem futuro  de possibilidades. 
  Se  tudo cabe no cenário familiar da sala de jantar, da biblioteca, do  escritório, da caminhada pelas ruas, da viagem de carro, de ônibus,  de navio, de avião, entrando pela janela da televisão, do  computador, do laptop, do celular, tendemos também a estar em  toda parte e em lugar nenhum, não como uma nova espécie de  divindade jansenista, mas como uma ausência tecida nos intervalos  dos nós que amarram a rede, feita do vazio relacional que nos  constitui, no jogo dinâmico, veloz e fugaz das representações, em  imagem, não do que somos ─ porque isso já não saberemos ─, mas  do que somos levados a ser e logo a deixar de ser. 
  Um  dos aspectos característicos da sociedade contemporânea, sublinhado  pelo fenômeno das redes sociais, é o da banalização da  privacidade, homólogo, de algum modo, ao da banalização da  violência, já tão apontado, descrito e analisado como traço  marcante do cotidiano de nossas vidas. O Twitter, independente das  utilizações práticas e boas que dele se podem fazer, como as que,  por exemplo, permitem uma grande otimização dos serviços na  administração pública, é uma consagração da banalidade e uma  banalização da privacidade. 
  Consagra  o banal porque registra para as tribos de seguidores a "planitude"  infinita do "sem importância" de que todos somos investidos em  boa parte de nosso dia a dia. Acordamos, levantamos, vamos ao  banheiro, escovamos os dentes, tomamos café, saímos, conversamos,  trabalhamos, bebemos, comemos, vamos ao cinema, deitamos, dormimos,  namoramos, e por aí vai. Não é viver que é banal. A banalização  da vida é tentar fazê-la brilhar só pelo banal, erigindo-o, nas  tribos, em mantras de revelação pela boca do sacerdote cuja  eminência é, no momento, mais evidente, ou, o que dá no mesmo,  cuja evidência é mais eminente. 
  Nesse  sentido, é ilustrativa a minicrônica de humor de Tutty Vasques:  
  Se  você é desses que de vez em quando vai dar umas voltinhas no  Twitter e volta com a impressão de que não sabe andar nessa  bicicleta, calma! Na maioria das vezes, a falta de intimidade com a  linguagem das redes sociais é até louvável num ambiente sem  cerimônia ou privacidade. Muita coisa que você lê ali e não  entende não é mesmo da sua conta. 
  Quer  ver só? 
  Dia  desses, me embrenhei nas novíssimas mídias eletrônicas pra ver se  aprendia a ganhar dinheiro com isso. Cheguei ao Twitter de Eike  Batista já nos finalmente da conversa fiada do bilionário: "Vou  bater mais um papinho com meu Pillow" ─ sem duplo sentido, por  favor! 
  Como  nunca tinha ouvido aqui no Brasil alguém chamar travesseiro de  "Pillow" (ainda mais com inicial em caixa alta), resolvi  pesquisar no Google a respeito. Descobri um certo Pillow Talk,  travesseiros que, por meio de sensores, se comunicam a grandes  distâncias, permitindo que namorados sintam a presença e até o  batimento cardíaco um do outro quando dormem em cidades diferentes. 
  Daí  a você começar a imaginar se a namorada do Eike Batista está  viajando é um pulo que, sinceramente, parece coisa de maluco, né  não? Sei lá se ele tem namorada, caramba!8 
  À  banalização do banal, segue-se a banalização da privacidade, a  tal ponto que, há algum tempo, foi noticiado em todo o país, por  diferentes meios de comunicação, o caso do casal de adolescentes  que se expuseram pela Twittcam, transmitindo uma relação sexual,  sem outro propósito, ao que parece, se não o de mostrar esse ato de  grande intimidade na praça pública das trivialidades corriqueiras e  das banalidades virtuais.  Não sendo apenas isso, o que serão  também as redes sociais? Entre outras coisas, um impressionante  veículo de mobilização política nas sociedades contemporâneas! 
  Referências: 
  Castro  Alves, A. F. de. "Sub tegmine fagi". Espumas  flutuantes.  São Paulo: Ática, 1998. 
  Andrade,  M. de. Macunaíma:  O herói sem nenhum caráter.  São Paulo: Oficinas Gráficas de Eugênio Cupolo, 1928. 
  Aristóteles. A  ética de Nicômaco.  São Paulo: Athena, 1940. (Col. Biblioteca Clássica, vol. XXXIII) 
  Bréhier,  E. Transformation  de la philosophie française.  Paris: s.n., 1950. (Col. Bibliothèque de Philosophie Scientifique) 
 Eça  de Queirós, J. M. de. A  cidade e as serras.  São Paulo: Nobel, 2010. 
  Freud,  S. Vorlesungen  zur einführung in die psychoanalyse. Leipzig/Wien:  Hugo Heller, 1916-1917. (Trad. bras.: Conferências  introdutórias sobre psicanálise  (1915-1917).  Tradução coordenada por Jayme Salomão. Comentários de James  Strachey. Rio de Janeiro: Imago, 1996. (Col. Edição Standard  Brasileira das Obras psicológicas completas de Sigmund Freud, v.  XVI.) 
  Gay,  P. Modernism. Nova Iorque/Londres: W.W. Norton & Company, Inc., 2008. Grenier,  R. Les  Larmes d'Ulysse.  Paris: Gallimard, 1998. (Trad. bras.: Da  dificuldade de ser cão.  Tradução de Lucia Maria Goulart Jahn. São Paulo: Companhia das  Letras, 2002.) 
  Horácio. Epistulae.  (Trad. bras. Obras  completas: odes, épodos, carme secular, sátiras e epístolas.  Elpino Duriense et al. São Paulo: Cultura, 1941). Série Clássica  da Cultura "Os Mestres do Pensamento"; v. 15. 
  ____. Odes/carminas.  (Trad. bras.: Odes  e epodos.  Tradução de Bento Prado de Almeida Ferraz. São Paulo: Martins  Fontes, 2003. Col. Biblioteca Martins Fontes) 
  Leibniz,  G. W. Nouveaux  essais sur l'entendement humain par l'auteur du système de  l'harmonie préetablie.  Amsterdam: Schreuder, 1765. (Trad. bras.: Novos  ensaios sobre o entendimento humano.  Tradução de Luiz João Baraúna. São Paulo: Nova Cultural, 2004.  p. 29. Col. Os Pensadores) 
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  Saussure,  F. de. Cours  de linguistique génerale. Publié  par Charles Bally et Albert Sechehaye avec la collaboration de Albert  Riedlinger. Paris:  Payot, 1916. (Trad. bras.: Curso  de linguística geral.  Tradução de Antônio Chelini, José Paulo Paes e Izidoro Blikstein.  São Paulo: Cultrix, 2008.) 
 Vasques,  T. Você conversa com o seu pillow? O  Estado de S.Paulo,  São Paulo, 19 ago. 2010. 
  Virgílio. Eclogae.  (Trad. bras.: Bucólicas.  Tradução de Manuel Odorico Mendes. Edição anotada e comentada  pelo grupo de trabalho Odorico Mendes. Cotia/Campinas: Ateliê/Editora  da Unicamp, 2008. Col. Clássicos Comentados) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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