As infeções  por bactérias resistentes aos antibióticos são um problema grave  enfrentado dentro dos hospitais. Um trabalho conduzido por pesquisadores da  Universidade Federal de Goiás identificou a presença de bactérias  da família Enterobacteriaceae  na saliva de profissionais da saúde, e 57,8% da amostra apresentou  resistência à amoxicilina. 
 Foram utilizadas 294  amostras de saliva de profissionais de saúde de um hospital  oncológico, e o estudo foi publicado na Revista  do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo.  
 Dentre as bactérias identificadas  estão 64 enterobactérias. Os três gêneros mais comuns foram  Enterobacter (46,9%), Klebsiella (18,8%) e Citrobacter (17,2%). A  maioria das espécies foi Enterobacter gergoviae (17,2%).  
 Os números do estudo são reforçados  por outros ainda mais preocupantes. De acordo com a Organização  Mundial da Saúde, em média,  de cada 100 pacientes internados, 13 adquirem alguma infecção  durante o período. O risco se torna ainda maior quando a internação  é em Unidades de Tratamento Intensivo, e entre 30 e 47% dos  pacientes são acometidos por infecções. 
 Na UTI, os pacientes são submetidos  mais frequentemente a procedimentos invasivos como respiração  mecânica, cateteres venosos drenos, e sondas. Os equipamentos podem  levar, assim, os patógenos diretamente para a corrente sanguínea,  pulmão, bexiga e outros locais. 
 Controle de agentes infecciosos no  Brasil 
 O país promove  ações de combate às infecções hospitalares desde a década de  60, quando surgiram as primeiras Comissões de Controle de Infeção  Hospitalar (CCIH). A questão passou a ser considerada um problema de  saúde pública em 1988, quando foi criado o Programa  Nacional de Controle de Infecção Hospitalar. 
 Nos anos seguintes, portarias foram  criadas pelo governo com o objetivo de atualizar e normalizar as  ações de prevenção e controle das infecções. O principal avanço  foi a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária  (Anvisa), em 1999. A agência passou a desenvolver ações em todo  país na tentativa de minimizar os riscos, e em 2003 criou a Unidade  de Controle de Infecção Hospitalar (Ucisa), depois denominada  Gerência de Investigação e Prevenção das Infecções e dos  Eventos Adversos (Gipea). Em 2011, após reformulação na estrutura  organizacional da Anvisa o programa nacional passou a ser conduzido  pela Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde  (GVIMS). 
 Dentre os muitos trabalhos realizados  pela GVIMS estão as cartilhas de conscientização. Elas indicam que  os profissionais de saúde devem conhecer e seguir rigorosamente as  rotinas de prevenção recomendadas pela Comissão de Controle de  Infecções, além de lavar as mãos cuidadosamente sempre que  necessário e ser criterioso ao indicar medicamentos e procedimentos.  Familiares devem evitar levar alimentos para o paciente; não tocar  em superfícies, camas e objetos, além de lavar as mãos ao chegar e  ao sair do ambiente hospitalar. 
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