A crise de abastecimento de água entre 2014 e 2015 trouxe à tona as  falhas na infraestrutura na região sudeste. Mas esse problema é  apenas uma parte do emaranhado de questões políticas e ambientais  que levam à falta de água.
  Uma discussão abrangente e atual sobre esse tema está no  documentário A lei da água, lançado em 2014, e que está  com uma programação de exibições abertas. O filme alerta sobre o impacto dos  desmatamentos em prol da agricultura e da pecuária, entre outros  fatores, que não só levam à escassez, mas também prejudicam a  qualidade da água. 
 No início, há um panorama sobre momentos históricos em que foram  definidas as leis de meio ambiente no Brasil. Depois, o foco do  documentário é o novo Código Florestal, aprovado em 2012, e os  interesses que estiveram em disputa na ocasião. 
 A narrativa de 78 minutos é construída por uma sequência de  depoimentos de ambientalistas, ruralistas, agricultores, advogados e  cientistas. O filme também tem preocupação em ser didático,  usando recursos visuais que ajudam a entender os números, e as  regras no novo conjunto de leis. 
 Uma mensagem clara de A lei da água é que os interesses da  agricultura não podem ser opostos ao meio ambiente. Proteger  mananciais, por exemplo, é importante para a floresta, mas também é  bom para a produção agrícola. Além disso, destaca o argumento de  que a defesa do meio ambiente é um direito previsto na Constituição,  maior que as demandas econômicas. 
 A lei da água é obra da Cinedelia produtora dedicada  a projetos socioambientais, em coprodução com a O2 Filmes. A  direção é de André D'elia, que fez o documentário Belo Monte,  o anúncio de uma guerra. A produção é de Fernando Meirelles,  de Cidade de Deus, O jardineiro fiel e outros filmes de  sucesso. 
 
 Exibições abertas 
 O documentário A lei da água conta com a colaboração  espontânea para motivar exibições e debates públicos. Segundo os  produtores, são mais de 300 sessões realizadas por iniciativa de  escolas, universidades, organizações sociais e instâncias  políticas em mais de 200 municípios, reunindo um público de 17 mil  pessoas. Com a ajuda de um financiamento coletivo também há  exibições comerciais em algumas salas de cinema. 
 Os produtores convidam outros interessados em aumentar ainda mais o  público dessas sessões abertas. Para participar da difusão, basta  acessar o site https://aleidaaguafilme.wordpress.com . Para colaborar com as exibições em salas de cinema comerciais, a  campanha de doações está disponível em https://agua.catarse.me/pt#created 
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