REVISTA ELETRÔNICA DE JORNALISMO CIENTÍFICO


Editorial
Sistema Único de Saúde
Por Carlos Vogt
10/09/2016

O SUS – Sistema Único de Saúde – é reputado ser o maior e mais abrangente dos sistemas públicos de saúde do mundo, indo desde o atendimento ambulatorial até procedimentos de alta complexidade, como, por exemplo, o transplante de órgãos.

Criado pela Constituição Federal em 1988, o seu objetivo e compromisso é garantir o acesso integral, universal e gratuito da população aos benefícios sociais da saúde pública no Brasil.

O desafio é grande e os obstáculos ao funcionamento pleno do sistema são também enormes, entre eles, além do tamanho da população e do próprio território nacional, por onde ela se distribui, as questões econômico-financeiras, os problemas de gestão e as variações do humor político dos dirigentes.

Conceitualmente, o programa é muito bem concebido e tem servido de modelo para outros programas em outros países. Estruturalmente, sua concepção é também adequada e pertinente, considerando os seus propósitos e a filosofia que o embasa. Operacionalmente, isto é, no seu modo de funcionamento efetivo, é que residem os grandes problemas do SUS.

Esses problemas, contudo, não podem por em risco a integridade do sistema, nem fazer regredir as conquistas e avanços sociais que ele representa no cenário das políticas públicas de saúde no país.

O Brasil construiu, ao longo dos anos, durante o século XX e neste início do novo século, outros programas sofisticados, eficientes e eficazes, como é o caso do sistema de pós-graduação e de pesquisa.

Mas o que se levou anos para ser feito, pode ser posto a perder em tempo muito curto, dado o caráter corrosivo do descaso, do equívoco e dos erros de avalição das autoridades responsáveis.

Esse é o nó górdio que precisa ser desatado e esse é o grande desafio que, também na área de saúde pública, temos todos de enfrentar no país.