REVISTA ELETRÔNICA DE JORNALISMO CIENTÍFICO
Dossiê Anteriores Notícias Reportagens Especiais HumorComCiência Quem Somos
Dossiê
Editorial
Empírika 2012 - Carlos Vogt
Reportagens
Brasil recebe feira internacional de ciência, tecnologia e inovação
Romulo Augusto Orlandini
Seminário internacional em Campinas analisa ciência e sociedade
Rômulo Orlandini e
Monique Lopes
Desafios em ciência e tecnologia e olimpíadas como meio de motivar o pensamento científico na educação
Marcela Marrafon de Oliveira e
Monique Lopes
Cultura científica: alguns caminhos
(e descaminhos) de dentro dos portões da escola
Meghie Rodrigues
O despertar de talentos em ciência e tecnologia
Andréia Hisi e
Cristiane Paião
As experiências da Febrace e da Mostratec
Cristiane Paião e Andreia Hisi
Artigos
Feiras de ciências e programas de pré-iniciação científica: oportunidade de aprendizado e contribuição para cultura científica
João Freitas da Silva
Trabalho, tecnologia e educação profissional
Almério Melquíades de Araújo
O papel dos centros e museus de ciência na cultura científica no Brasil: a experiência da Estação Ciência
Michel Sitnik, Patrícia Mourad e José Antonio Visintin
Bariloche: um ano embaixo das cinzas
Sandra Murriello
Resenha
O preço da solidão
Por Carolina Octaviano
Entrevista
Ana Victoria Pérez Rodriguez
Entrevistado por Por Augusto Orlandini
Poema
Soleira
Humor
HumorComCiencia
João Garcia
    Versão para impressão       Enviar por email       Compartilhar no Twitter       Compartilhar no Facebook
Reportagem
Seminário internacional em Campinas analisa ciência e sociedade
Por Rômulo Orlandini e
Monique Lopes
10/10/2012
Após a exposição é a vez da reflexão – principalmente daqueles que estão produzindo ciência. Esse é o objetivo II Seminário Internacional Empírika, que será realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, entre os dias 26 e 27 de outubro. O evento bienal, cuja intenção é analisar a dinâmica das relações entre ciência e sociedade, complementa a programação da Empírika 2012, que acontece na capital paulista, e é a oportunidade para estudantes de graduação e pós-graduação trazerem suas reflexões sobre divulgação científica.

“ É importante contar com esses alunos e professores para participarem das discussões sobre como aproximar a ciência e a tecnologia de um público amplo, contando com sua participação na construção do conhecimento, na avaliação das políticas públicas relacionadas aos temas de ciência, tecnologia e educação. Desse modo, poderemos falar em democratização do conhecimento”, disse Simone Pallone Figueiredo, uma das coordenadoras do evento.

Antes de apresentarem seus trabalhos, os participantes ouvirão alguns especialistas na área: a abertura do Seminário contará com uma mesa redonda sobre cultura científica, onde debaterão os professores Carlos Vogt (coordenador geral da Empírika Brasil e coordenador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp), Marcelo Knobel (professor do Instituto de Física da Unicamp e ex-diretor do Museu Exploratório de Ciências da mesma universidade) e Miguel Quintanilha (docente na Universidade de Salamanca, que sediou a primeira edição da Empírika, em 2010).

Além da abertura e das apresentações dos estudantes inscritos, haverá ainda palestra com Jorge Wagensberg, professor na Universidade de Barcelona e diretor do museu de ciência CosmoCaixa. Outro palestrante estrangeiro é Alberto Rojo, da Universidade de Oakland, nos Estados Unidos, que falará sobre a física na vida cotidiana. Rojo também deverá comentar sobre seu recém lançado livro El azar em la vida cotidiana, pela Siglo XXI Editores.

Estão previstas, ainda, oficinas de animação, produção de cartões postais, fotografia e jornalismo. A programação completa pode ser conferida no site http://polisempirika.org/seminario.

Os temas de discussão do II Seminário Internacional Empírika foram estruturados a partir das quatro linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Divulgação Científica e Cultural do Labjor. Ao todo foram 169 trabalhos inscritos. Veja abaixo como eles ficaram distribuídos:

  http://www.labjor.unicamp.br/comciencia/img/empirika2/rep_romulo_monique/rep_romulo_monique.jpg

A ciência ao alcance de todos

A grande novidade da versão brasileira da Empírika, em 2012, não estará em nenhum dos 30 estandes expostos nos 4.800 metros quadrados da Expo Barra Funda, na capital paulista. Trata-se de uma cidade virtual, cuja inauguração será em 23 de outubro e transformará a feira em evento permanente. Ela poderá ser encontrada em qualquer lugar do mundo no endereço: http://polisempirika.org

A iniciativa virtual é a tentativa de fazer com que a exposição científica se torne mais que um evento previsto para acontecer a cada dois anos. Para o engenheiro Sylla John Lerro Taves, responsável por dar vida à Pólis Empírika, ganhar o mundo virtual é fazer com que a ciência deixe de ter um território e dê acesso aos que não conseguirão participar presencialmente do evento brasileiro. “Ao longo das discussões sobre o projeto, fomos percebendo o potencial da plataforma e as diferentes formas de interação que poderíamos ter com o público”, conta.

A Pólis Empírika foi elaborada para ser uma plataforma de conteúdos no formato de um aplicativo. Assim, ela pode ser acessada tanto online quanto nos momentos em que o usuário não estiver conectado na internet. A navegação será em 3 dimensões, com ambientes virtualizados.

Tavez adianta que além dos materiais de conteúdo institucional, alimentados pelos parceiros da Empírika (como universidades e museus de ciências), o espaço digital promoverá a difusão da cultura científica de maneira interativa e inteligente. “Os conteúdos também serão lúdicos e interativos, produzidos por essas instituições (parceiras da Empírika) para divulgação científica, na forma de infográficos, vídeos e jogos”, explica.

Ele acrescenta que o projeto inicial da Pólis é ficar online até 2018 – quando a feira retorna para a Salamanca no aniversário de 800 anos da universidade.

A prática da ciência e a ciência da prática

Enquanto a Empírika chega ao Brasil com cara de novidade, a Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps), que integra instituições de educação profissional pública, acontecerá concomitantemente à feira bienal internacional nos dias 23, 24 e 25 de outubro e chega com vigor à sua sexta edição.

O evento é a oportunidade dos alunos do Centro Paula Souza mostrarem o que vêm desenvolvendo nas escolas técnicas e faculdades de tecnologia. Os projetos apresentados são trabalhos de conclusão de curso. "Serão 281 projetos de Etecs e Fatecs. Nessa sexta edição, participam cerca de 850 alunos, com 250 orientadores", disse Almério Melquíades de Araújo, coordenador do ensino médio e técnico do Centro Paula Souza e da Fetesp. Os trabalhos apresentados, em geral, abordam a ciência por seu viés prático, demonstrando que a iniciativa experimental, junto com a aliança entre o setor produtivo privado e o setor público de ensino, são bons caminhos de divulgação científica voltada para o desenvolvimento social.

"A diversidade e a qualidade dos projetos expostos ao público são exemplos do trabalho pedagógico desenvolvido pelos cursos técnicos e tecnológicos do Centro Paula Souza, que têm, entre seus objetivos, a potencialização da inteligência e da imaginação de seus alunos e professores", comenta Melquíades.

Meritocrático em seu processo seletivo, em 2012 o Centro Paula Souza fez uma concorrência entre os alunos e selecionou projetos em sete categorias: ciências humanas, sociais e artes; gestão e ciências econômicas; ciências biológicas e agrárias; informática e ciências da computação; tecnologia industrial; segurança e saúde; tecnologia química, de alimentos, da agroindústria e da bioenergia.

Além dos brasileiros, a Feteps contará também com a participação de instituições estrangeiras. Nesta edição, a feira receberá jovens da Argentina, do Chile, da Colômbia, do Peru, do México e de Cabo Verde, na África.

Inaugurado em 1969, o Centro de Paula Souza é um modelo entre as instituições voltadas para o ensino técnico superior e médio. Ao todo, a instituição administra 208 escolas técnicas (Etecs) e 55 faculdades de tecnologia (Fatecs) estaduais em 159 cidades paulistas.

As Etecs têm cerca de 226 mil estudantes em 121 cursos técnicos para os setores industrial, agropecuário e de serviços. Nas Fatecs, são cerca de 59 mil alunos matriculados em 62 cursos de graduação tecnológica. No “vestibulinho” deste ano, a instituição oferecerá 89.154 vagas em suas diversas modalidades de ensino.

Mais informações sobre o evento no site: http://www.feteps.com.br/