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Resenhas

Viva Zapata!
Dir. Elia Kazan. Roteiro de John Steinbeck

Reforma Agrária e Meio Ambiente
Neide Esterci e Raul Silva Telles do Valle (org.)

 

Outras resenhas


 

Viva Zapata!
EUA, 1952. Dir. Elia Kazan. Roteiro de John Steinbeck. Com Marlon Brando, Anthony Quinn, Jean Peters, Joseph Wiseman, Arnold Moss e Alan Reed

Por Simone Pallone

Um grupo de lavradores vai até o presidente do México afimando que suas terras foram roubadas pelos grandes proprietários, que deixaram para eles apenas terras improdutivas. Entre eles está Zapata, filho de um camponês que há muito havia perdido suas terras, tornando-se então treinador de cavalos. O presidente sugere que eles demarquem suas terras antes de requerê-las de volta, mesmo que tenham, para isso, que atravessar as cercas já colocadas pelos grandes proprietários. Ao fazer isso, são atacados pelos fazendeiros armados.

É assim que começa o filme Viva Zapata!, de 1952, dirigido por Elia Kazan a partir do roteiro de John Steinbeck, com Marlon Brando e Anthony Quinn no elenco. O filme recebeu quatro indicações ao Oscar, mas apenas Quinn foi premiado como melhor ator coadjuvante.

O filme conta a história do líder revolucionário Emiliano Zapata, o qual liderou a revolução dos lavradores mexicanos contra a dominação dos grandes proprietários de terras que tomaram as terras dos camponeses apoiados pelo presidente Porfírio Diaz.

Reconhecido como líder do povo, Zapata é convocado por Francisco Madero, candidato derrotado à presidência, exilado nos EUA que visava a derrubada do governo. Madero, que comandava de longe a revolução, acreditava que, com ele ao norte e Zapata liderando os camponeses ao sul, eles conseguiriam o poder e a recuperação da democracia no país. Mas a única intenção de Zapata era que as terras fossem devolvidas para os agricultores, que dela tiravam seu sustento.

Entre lutas que provocaram a morte de muitos camponeses, Zapata e Madero conseguem derrubar Diaz, que foge para os Estados Unidos. Mas logo Madero também sofre um golpe e quem assume a presidência é o general Huerta, que mantém a opressão do povo e os latifúndios.

Zapata não desiste, mas, alertado por seu amigo o camponês Pablo Gomez, percebe que os ideais da revolução estão se perdendo em meio a interesses políticos. O objetivo dele e dos camponeses não era deter o poder e sim ter terras para plantar milho, que poderiam alimentar suas famílias e que lhes dessem condições para ter suas casas onde pudessem descansar ao fim do dia.

Une-se à luta, o revolucionário Pancho Villa, e os rebeldes conseguem derrubar Huerta, e Zapata assume a presidência. No entanto, quando se vê em situação semelhante à do começo do filme, com camponeses reivindicando que o seu próprio irmão devolva as terras que tomou deles, desiste do cargo e volta à luta. Ele se esconde nas montanhas onde continua liderando a luta pela reforma agrária, mas acaba morto em uma emboscada planejada por Aguirre.

Seu corpo é exposto em praça pública, mas imediatamente os camponeses que o encontram decidem que vão acreditar que seu herói ainda vive nas montanhas e que sempre que for preciso ele retornará.

Ainda hoje Zapata é um símbolo da reforma agrária, da luta pela terra e inspira movimentos sociais não só no México, onde evidentemente sua influência é maior, mas em outros países também.

A revolução protagonizada por Zapata e Pancho Villa lançou as bases de uma reforma agrária consagrada na Constituição da revolução, e que se manteria inalterada até as reformas de Salinas. O movimento de libertação de Chiapas, sul do México, retomou sua história de lutas e homenageia o líder dando seu nome ao Exército Zapatista de Libertação Nacional (leia artigo sobre o movimento zapatista).

Atualizado em 10/06/03

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2003
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