Reportagens






 
As mulheres na ciência regional: diagnóstico e estratégias para a igualdade

María Elina Estébanez
Traduzido por: Sabine Righetti

A situação das mulheres na ciência se constituiu, nos últimos anos, uma temática de certa autonomia no debate geral acerca do estado da ciência e da tecnologia no mundo contemporâneo. Deve-se reconhecer que sua visibilidade nas agendas políticas não é similar nos diversos países e é igualmente certo que se multiplicaram os fóruns de discussão, as redes de intercâmbio e outros empreendimentos para seu estudo em todo o mundo.

Podem ser estabelecidos antecedentes significativos entre esse novo status político da questão da mulher na ciência, os estudos acadêmicos sobre as relações entre ciência, tecnologia e sociedade, e os movimentos feministas. Desde a "segunda onda do feminismo", ocorrida entre as décadas de 60 e 70 - que coincide, por sua vez, com um momento chave na história da luta das mulheres por acesso ao conhecimento1 - multiplicaram-se os estudos que vinculam as mulheres aos processos da ciência e da tecnologia na sociedade, que em grande medida tem incorporado um enfoque de "gênero", conceito que planeja uma redefinição teórica e política com respeito ao conceito de sexo. Desde então, podem ser reconhecidos eixos problemáticos marcantes que orientam a reflexão sobre a mulher nesse campo2.

Um deles situa-se no segmento que tem sido chamado de "a questão da mulher na ciência", e que refere à sua participação, e sobre-apresentação, nas atividades científicas e tecnológicas, em particular na pesquisa, e aos problemas do acesso à carreira profissional respectiva. Desse ponto de vista, problematiza-se a questão da "igualdade", aparentada claramente com o processo mais amplo de reivindicação dos direitos à igualdade das mulheres em todos as ordens da vida social. O caso do direito à igualdade na ciência e na tecnologia se traduz como igualdade no acesso à educação e em particular à educação superior; no ingresso à carreira científica e seu desempenho posterior; no acesso a instâncias de decisão no desenvolvimento da ciência e da tecnologia na sociedade. Apelando à imagem de Athena - figura mítica grega com elementos femininos e masculinos em sua identidade - tem-se procurado representar os dilemas que a mulher cientista contemporânea enfrenta ao ingressar no mundo dominado pelo ethos masculino3.

Outro eixo central tem-se constituído em torno de uma problematização de natureza epistemológica que, baseando-se na idéia da constituição social do conhecimento científico, concentra-se na análise da natureza revolucionária do olhar feminino sobre o mundo e, portanto, no potencial inovador da pesquisa científica gerada por mulheres. Dessa perspectiva, o problema não consiste tanto no melhoramento da participação das mulheres no sistema da ciência, senão nos esquemas interpretativos que dominam a construção simbólica da natureza e da sociedade.

Atualmente, os estudos sobre a participação das mulheres nos sistemas de ciência e tecnologia têm sido deslocados "politicamente" nas agendas feministas por estudos de maior conteúdo epistemológico. Cabe assinalar que seria altamente produtivo assimilar aspectos de ambas perspectivas. Um exemplo pode ser encontrado na importância de analisar as conseqüências do déficit no acesso da mulher a determinados âmbitos científicos (por exemplo, a um campo disciplinar, à condução de uma instituição científica, à direção de um órgão de promoção da pesquisa) em termos do tipo de conhecimento científico produzido, as temáticas de pesquisa promovidas, e sua vinculação com as problemáticas sociais de um país.

Nessa direção, e frente ao que se observa em muitos países, particularmente nos países latino-americanos, é necessário resolver a brecha informativa que dificulta o conhecimento da situação das mulheres na ciência, e que não permite dispor de parâmetros atualizados e confiáveis para elaborar diagnósticos que sejam o suporte de políticas específicas. Nos últimos tempos, tomou-se consciência do escasso desenvolvimento de estatísticas de ciência e tecnologia desagregadas por sexo ou da inexistência de sistemas "harmonizados" que permitam comparar a situação das mulheres entre diversos países. Um requisito indispensável para realização de diagnósticos apropriados e, conseqüentemente, para a definição de ações que reparem situações de desigualdade e que evita perda de talentos para a ciência é a disponibilidade de indicadores de ciência e tecnologia desagregados por sexo em todas as dimensões em que se desenvolve atividade científica - a educação científica, a disciplina de exercício, o cargo ou posto de trabalho, os recursos e subsídios para pesquisa, as retribuições econômicas e salariais, as instituições de trabalho. Trata-se de um requerimento básico para conhecer o "estado da ciência" e a detecção de padrões de estratificação.

No momento, diversas iniciativas foram geradas para aplicação de um enfoque de gênero nas estatísticas de ciência e tecnologia, inspiradas na idéia do "gender mainstreaming" difundida na Conferência Mundial sobre a Mulher de Pekín4. A OCDE, nos manuais metodológicos usados para a coleta de estatísticas de ciência e tecnologia - Manual de Canberra e Manual Frascati - introduziu a variável de sexo na produção de informação. Organizações do âmbito europeu, como The Council of Europe ou Eurostat têm gerado nos últimos anos uma série de estudos e ações numa direção convergente5. Durante a Conferência de Budapeste, em 1999, a Unesco - introduziu a discussão sobre a construção de indicadores sensíveis às diferenças de gênero, implementando desde então, mecanismos de apoio e promoção deste trabalho.

No caso da região latino-americana, uma série de problemáticas comuns aos países da região opera contra uma maior acessibilidade de estatísticas e, portanto, afeta a visibilidade da situação da mulher na ciência. Entre as instituições científicas e educativas dos diversos países, há pouca tradição na produção desagregada por sexo na informação sobre seus recursos, atividades e resultados. Isso é traduzido nas estatísticas nacionais que oferecem um limitado número de indicadores desagregados no campo da ciência e da tecnologia. É pouco freqüente o acesso a estatísticas de maior especificidade como, por exemplo, a formação de doutoras, a participação em disciplinas ou a produção científica. Por outro lado, em termos gerais, é difícil conseguir informação desse tipo em séries temporais longas.

Dentro desse contexto, pode-se anunciar que tal questão está sendo instalada na região. A Unesco vem apoiando, desde princípios de 2000, algumas iniciativas que promovam estudo da situação da mulher na ciência através de cátedras regionais ou fundos específicos para estudos comparativos, tais como o Programa Gentec da Oficina Regional de Montevidéu. Já desde 1997, a Rede Iberoamericana de Indicadores de Ciência e Tecnologia (Ricyt) acoplou-se à tendência mundial de aplicar um enfoque de gênero na produção de indicadores, introduzindo a desagregação por sexo nos indicadores de ciência e tecnologia da região, permitem hoje dispor de informação - apta para sua comparabilidade - sobre a participação de homens e mulheres segundo função na pesquisa entre o pessoal de ciência e tecnologia de 15 países.

Situação da mulher latino-americana
Uma revisão sobre a informação disponível na região permite assinalar alguns padrões na situação de gênero na ciência sobre a participação de homens e mulheres entre o pessoal de C&T no ano 2001, e sua evolução durante o período 1990-2001, assim como também a situação diferencial segundo função na pesquisa. A fim de estabelecer um ponto de comparação com outras regiões, tem sido incluídas as estatísticas de Estados Unidos, Espanha e Portugal.6

Em termos gerais, e para 2001, a participação diferenciada de homens e mulheres entre os pesquisadores dos distintos países registra uma base de 20% na participação feminina, a partir da qual se apresentam diversas situações que em nenhum caso leva o teto desta participação além de 50%. De todo modo, somente em três países (Argentina, Paraguai e Uruguai) registra-se uma situação de equilíbrio na proporção de ambos os sexos. No restante dos países, a presença masculina é majoritária. Países de um alto desenvolvimento econômico como Espanha e Estados Unidos registram algumas das participações mais baixas de mulheres entre seu pessoal de C&T.

Entre 1990 e 2000, estas porcentagens têm evoluído no sentido de um crescimento da participação feminina, em todos os estratos funcionais (pesquisadores, bolsistas, pessoal de apoio) para quase todos os países exceto os Estados Unidos, com um padrão de estabilidade particularmente marcado no setor das pesquisadoras. Nesse sentido, pode ser estabelecida uma tendência à participação mais equilibrada de homens e mulheres para os próximos anos na maioria dos países, com alguns casos em que, provavelmente, as mulheres superem os homens.

Comparando a situação de gênero que se observa no setor de pesquisadores com respeito ao setor de bolsistas, os dados para os anos 2001 (referidos a um grupo mais reduzido de países) mostram uma correspondência entre o número de homens e de mulheres. Nos países com altos níveis de participação feminina entre os pesquisadores, a porcentagem de bolsistas mulheres supera a de bolsistas homens. Nos países com altos níveis de participação masculina, este tipo de participação se reproduz no setor de bolsistas.


Em síntese, registram-se duas situações típicas:
  • países com participação equilibrada entre homens e mulheres, incluindo uma projeção de crescimento ainda maior da participação feminina, superando em alguns casos a participação masculina
  • países com uma marcada participação majoritariamente masculina em todos os estratos, particularmente no setor de pesquisadores e bolsistas, que registram, entretanto, uma tendência ao crescimento da participação feminina ao longo dos últimos anos.

Uma interpretação adequada desses dados deveria ser cautelosa em relação ao valor de "equidade" que se apresenta nos países com alto grau de participação feminina. Em primeiro lugar, podem estar intervindo fatores conceituais, tais como: a diversidade de definições para "pesquisador" e, portanto, a diferente atribuição de descritores de C&T em cada país. No caso da baixa participação de mulheres em países de grande desenvolvimento, como Espanha e Estados Unidos, com relação aos países de sua região, esses fatores poderiam produzir interferências ao serem aplicadas categorias mais estritas para inclusão do pessoal do setor científico com o rótulo de pesquisador. Nesse sentido, é importante conhecer com maiores detalhes os processos de estratificação - horizontais e verticais - no interior de cada país.

Por outro lado, deve-se assinalar que o estancamento salarial do setor público em muitos países da região latino-americana, somado aos fenômenos de precarização das condições trabalhistas e desprestígio da carreira profissional, expulsa a mão-de-obra masculina do setor científico, particularmente o público. A existência de uma maior variedade de formas de incorporação de trabalho no setor de C&T - tipicamente a modalidade de tempo parcial ou a maior flexibilidade horária - atrai as mulheres, mais pressionadas a compatibilizar seu rol reprodutivo com o produtivo.

Dada a inexistência de estatísticas gerais da região nesse aspecto, tem-se revisado diversos estudos nacionais, que cobrem alguns países.7 Daqui surge que são registrados processos de segregação institucional na maioria dos casos, revelando que a participação feminina tende a aumentar nos âmbitos de trabalho públicos e universitários, enquanto que abaixa abruptamente nos âmbitos privados e empresariais. Assim mesmo, é produzida uma estratificação vertical muito marcada em todos os países destacados, mostrando que, quanto maior a hierarquia acadêmica ou científica, menor a participação feminina com independência do campo disciplinar. Em alguns países, como Argentina, com porcentagens de participação que superam 50% no âmbito científico universitário, as mulheres descendem até 25% nos postos mais altos na escala acadêmica. E ainda podem descender mais quando trabalham em instituições de máximo prestígio nacional, como o Conicet (Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas).

Uma situação similar é gerada no acesso a postos de alto poder de decisão na ciência, como são a condução de instituições científicas ou organismos estatais de promoção e planificação da ciência, a integração dos órgãos de qualificação do pessoal científico ou de órgãos de controle da profissão (como os periódicos e as associações científicas e acadêmicas). Nesses casos, a presença de mulheres descende significativamente em relação aos dados gerais de participação no país, inclusive quando as instituições ou os órgãos pertencem a disciplinas tradicionalmente femininas.

A respeito desse último aspecto, deve-se assinalar que a disciplina de exercício da atividade científica é um fator relevante de estratificação, neste caso horizontal. Em países com diferente situação de base como, por exemplo, Brasil, Argentina, Venezuela, Uruguai, constata-se que as mulheres são igualmente maioria no campo das ciências sociais e humanidades em geral, têm uma participação igualitária ou levemente maior na química, biotecnologia e ciências da saúde, e uma presença muito baixa nas ciências exatas, em particular na física, matemática e computação e nas engenharias.

As interpretações a respeito desses processos são diversas segundo o lugar epistemológico de onde são geradas. Uma alternativa é considerar as próprias interpretações dos atores sociais que formam parte desses processos. Num recente estudo realizado em diversos países da região latino-americana8 tem-se indagado acerca das representações que intervêm em líderes de opinião e funcionários públicos sobre o lugar da mulher e do homem na ciência e a tecnologia regional, que poderiam estar incidindo na constituição de barreiras para um maior acesso à participação feminina. Algumas das conclusões indicam que na maioria dos entrevistados percebe-se que o crescente número de mulheres que entraram para o sistema científico nos últimos anos é reflexo do acesso a uma situação de igualdade e que os problemas da discriminação são "do passado" ou que naturalmente vão se resolvendo conforme a modernização da sociedade. Desse ponto de vista, reconhecem-se problemas de índole institucional ou normativa. Os condicionamentos culturais provenientes da socialização prematura ou a situação particular da mulher em relação à maternidade têm sido destacados como fatores relevantes na hora de explicar as dificuldades das mulheres no desenvolvimento de carreiras científicas.

Por outro lado, a experiência da maternidade aparece referida, numa recente pesquisa realizada com homens e mulheres cientistas da Argentina9, como um aspecto que incide concretamente no desenvolvimento das carreiras científicas. Na maioria dos casos diz-se que a maternidade ocorre em coincidência com a etapa de formação doutoral e o acesso aos primeiros postos de pesquisa e a paternidade se encontra "deslocado" em uma proporção significativa de etapas posteriores da carreira, o que permite gastar um menor tempo para finalização do doutorado ou uma maior flexibilidade para os estudos, estágios ou congressos no exterior.

O interessante na vinculação que se pode fazer entre um e outro estudo encontra-se no grau de problematização que se realiza sobre este trajeto na vida da mulher cientista, constitui-se um problema inevitável, em um tipo de naturalização do problema, ou bem se constitui um aspecto sobre o qual se pode e se deve intervir nos diversos planos (cultural, político, profissional).


Perspectivas
Conhecer melhor a situação da mulher na ciência nos países da região deve deixar de ser um slogan politicamente correto, para se tornar uma ação efetiva das respectivas gestões governamentais. Embora nos últimos anos muitos organismos tenham começado a produzir informação significativa, ainda não se dispõem de estatísticas desagregadas por sexo em aspectos centrais para apreciar a existência de determinados processos de segregação horizontal e vertical. Os esforços deveriam se dirigir para ampliar a informação sobre a diversidade da situação de mulheres e homens em aspectos tais como:

  • a composição da matrícula e ingresso na graduação e na pós-graduação, particularmente de doutorado, segundo disciplinas científicas;
  • a estratificação do pessoal de P&D segundo disciplinas científicas e cargos;
  • a produção científica e tecnológica;
  • a integração de organismos colegiados de avaliação acadêmica e científica;
  • o acesso a subsídios públicos para P&D segundo solicitante e beneficiário.


María Elina Estébanez é pesquisadora do Centro de Estudos sobre Ciência, Desenvolvimento e Educação Superior (Redes), Argentina. Este trabalho é uma versão modificada e ampliada do trabalho publicado na Ricyt (2003).

Referências:

1. Pérez Sedeño (2000) destaca este como um terceiro momento, que é antecedido por um primeiro momento que vai desde o Renascimento até o século XVII caracterizado pelo acesso das mulheres à educação elementar, e um segundo momento na segunda metade do século XIX quando se planeja o acesso das mulheres às instituições de educação superior e às academias científicas. [voltar]
2. Eixos que por suposto não esgotam a diversidade de olhares. A respeito pode-se consultar: Fox (1995); G. García e Perez Seldeño (2002). [voltar]
3. Etzkowicz e outros (2000). [voltar]
4.
Mainstreaming é "a integração sistemática da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres na organização e a cultura, em todos os programas, as políticas e as práticas, nas maneiras de ver e fazer as coisas" T.Rees (1998) citado em ETAN: Informe Política Científica na União Européia, 2001. [voltar]
5. Por exemplo: O informe "Mulheres e Ciência - mobilizar às mulheres em beneficio da investigação européia" de 1999 estabelecia um plano de ação para obter a igualdade de gênero na ciência; o informe "Política científica na União Européia - Promover a excelência mediante a integração da igualdade de sexos" foi encarregado no mesmo ano pela CE à European Technology Assessment Network, para conhecer a situação das mulheres na ciência e tecnologia. Entre elas, se constituiu em fins de 1999, um grupo de funcionários e expertos em questões de gênero - conhecido logo como Grupo Helsinki sobre mulheres e ciência - que teve entre suas missões produzir um diagnóstico comparativo, aproveitando informação desagregada por sexo, disponíveis num conjunto de 30 países. O Grupo Helsinki editou o documento "National Policies on Women and Science in Europe" que contem as principais conclusões de seu trabalho entre 1999 e 2002, e sistematizadas políticas implementadas para a obtenção de uma maior igualdade de gênero na ciência, e nos 30 países integrantes da iniciativa. [voltar]
6. Se tem utilizado dados da RIC&T. [voltar]
7. Se tem tomado os diversos estudos gerados no marco do Programa Gentec para os diversos países citados (Argentina, Venezuela, Uruguai, Brasil) Ver: http://www.Unesco.org.uy/st-management/pubs-stpolicy.html . No caso do capítulo argentino do Programa Gentec ver: Estébanez 2002 e documento de trabalho completo em http://www.centroredes.org.ar/ ). [voltar]
8. Se tem tomado os resultados dos estudos de caso venezuelano, uruguaio, brasileiro e argentino da Cátedra Regional UNESCO "Mulher, Ciência e tecnologia" apresentados no Simpósio 2003 em FLACSO, Buenos Aires Argentina, ver página web www.catUnescomulher.org. [voltar]
9. Realizada pelo Centro Redes e a Faculdade de Ciências Exatas da Universidade de Buenos Aires - Argentina. Ver resultados completos no informe final do estudo, Estébanez et al in: http://www.centroredes.org.ar/ [voltar]

Bibliografia:

  • Estébanez, María Elina: Un enfoque de género en la construcción de indicadores de ciencia y tecnología en la región. En: Ricyt (2003): El estado de la ciencia. Centro Redes-Ricyt Buenos Aires, 2002
  • Estebanez, M.E., De Filippo, D., Serial, A., Schneider, D.: Las mujeres y el desarrollo de carreras científicas: Notas para el análisis. Documento de trabajo Nro 1: Proyecto Gentec/ Capítulo Argentina. Grupo Redes. Unesco-OEI, 2002.
  • ETAN. Política científica en la Unión Europea - Promover la excelencia mediante la integración de la igualdad de sexos. Comisión Europea. Bruselas, 2000.
  • Etzkowitz, Henry, Kemelgor, Carol y Uzzi, Brian. Athena Unbound .The advancement of women in science and technology. Cambridge University Press, 2000.
  • Fox, Mary Frank. Woman and Scientific Careers en Handbook of Science and Technology Studies, Sage, London, 1995.
  • González García, Marta y Pérez Sedeño, Eulalia. Ciencia, Tecnología y Género en Revista Iberoamericana de Ciencia, Tecnología, Sociedad e Innovación, Número 2 Enero Abril 2002.
  • Pérez Sedeño, Eulalia. Institucionalización de la ciencia: valores epistémicos y contextuales. Un caso ejemplar. En Cadernos Pagu (15), 2000.
  • Red Iberoamericana de indicadores de Ciencia y Tecnología - Ricyt, 2003 http://www.ricyt.edu.ar/
  • Ricyt. El estado de la ciencia 2002. Centro Redes- Ricyt Buenos Aires, 2003.
  • The Helsinki Group. National Policies on Women and Science in Europe. European Commission. Brussels, 2002.
 
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Atualizado em 10/12/2003
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