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Novos observatórios
Lentes maiores
No século XXI
O que se buscará
Elo perdido

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vista do Monte Paranal com o VLT durante o entardecer, e o Oceano Pacífico. Fonte: European Southern Observatory (ESO).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vista aérea do Monte Mauna Kea, com o Gemini Norte ao centro e os Keck I e II, ao fundo. Fonte: Richard Wainscoat/Gemini Observatory.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O que se buscará com os novos telescópios?

Nos últimos meses, descobertas de sistemas planetários próximos ao nosso têm sido anunciadas como nunca antes. No meio acadêmico, contudo, as descobertas não são exatamente uma surpresa.

O uso de dectetores CCD (Charge Coupled Device), os mesmos usados em câmeras de vídeo, foi o que permitiu as novas descobertas. Com os novos telescópios, mais potentes que os atuais, mais alvos serão observados com maior detalhe.

Segundo Michel Mayor, co-descobridor do planeta Pegasus 51, o VLT, no Chile, poderá captar imagens de planetas do tamanho de Júpiter ao redor das estrelas mais próximas. Quando os quatro telescópios VLT estiverem operando em conjunto, em 2006, formarão o mais poderoso observatório do mundo. Para se ter uma idéia da precisão obtida com tais equipamentos, no caso do projeto Gemini (Havaí e Chile), será possível distinguir duas fontes de luz do tamanho de um farol de carro a uma distância de 2500 quilômetros.

 

Para o pesquisador e astrônomo, Francisco Jablonski, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), os novos telescópios deverão provocar uma enxurrada de descobertas de sistemas planetários. Tais descobertas permitirão realizar, pela primeira vez, um estudo estatístico da ocorrência de planetas em torno das estrelas em nossa galáxia. Com isso, poderemos aumentar consideravelmente o nosso conhecimento acerca do número e características de sistemas planetários em todo o Universo.

O atual limite observacional consegue identificar cerca de 300 mil galáxias em apenas um grau quadrado do céu (que equivale a uma região do céu do tamanho de quase duas circunferências lunares), o que nos levaria a um total de 12 bilhões de galáxias observáveis no céu inteiro. Com isso, o número de sistemas planetários em todo o Universo pode ser espantoso e é muito provável que em alguns haja condições favoráveis para que floresça vida. Não são os místicos que afirmam tal coisa, mas boa parte da comunidade científica, baseada em probabilidades e na hipótese de que as leis que regem a natureza sejam as mesmas em todo o Universo. No dizer do astrônomo Carl Sagan: "se a vida tiver chance, ela surge".

 

 

 

Embora a vida em outros planetas seja um tema relevante e de grande impacto junto à opinião pública, uma visão realista mostra que inúmeras limitações tecnológicas precisam ser superadas para que avanços substanciais sejam realizados nessa frente. Mas nem por isso a procura por vida em outros sistemas planetários é deixada de lado. Pelo contrário, nos Estados Unidos, por exemplo, a idéia conta inclusive com a aprovação da população, que pressiona seus congressistas a aprovarem recursos para projetos que incluem a busca de vestígios de vida fora da Terra.

Esses temas serão objetos de estudos intensivos nas primeiras décadas do novo milênio. Pelo menos um deles está prestes a ser respondido, o que se refere à formação de estruturas primordiais através de um vigoroso programa de experimentos que envolve instrumentos embarcados em balões e satélites. Para os demais, as respostas envolverão graus distintos de esforço e quem sabe até mesmo revisões fundamentais a respeito do nosso entendimento da natureza e suas leis.

Com auxílio dos telescópios, o progresso no entendimento do Universo será mais previsível e seguro. Aqui, basicamente dependemos de telescópios de grande abertura e instrumentos talhados para observar eficientemente grandes amostras de objetos ou objetos individuais em grande detalhe.

Por trás da pesquisa sobre o Universo há também a busca de um elo perdido na evolução da espécie humana...

   

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