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Novos observatórios
Lentes maiores
No século XXI
O que se buscará
Elo perdido

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Espelho primário do Gemini Norte, em Mauna Kea (Havaí). Fonte: Gemini Observatory.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Unidade 2 do VLT, com a célula que sustenta o espelho prestes a ser montadas (8/12/98). Fonte:- European Southern Observatory (ESO).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Telescópios Keck I e II, em Mauna Kea (Havaí).
Fonte:

 

 

Os telescópios do século XXI

Reinando durante muito tempo como maior do mundo, o telescópio com lente de 5 metros no Monte Palomar, na Califórnia (EUA), também chamado de Hale Telescope, foi construído no final dos anos 40, com um espelho monolítico, espesso e extremamente pesado. Representou o ápice no uso de uma tecnologia que é basicamente limitada pelo fato de que, para diâmetros maiores, as deformações causadas pelo próprio peso do espelho tornam impossível manter a superfície com a forma necessária para concentrar a luz com perfeição.

Boa parte da nova geração de telescópios gigantes conta com espelhos do tipo menisco, portanto mais leves, que permitem chegar a diâmetros de 8 metros, caso dos telescópios Gemini Norte (Havaí) e Sul (Andes chilenos).

 

O salto de qualidade na tecnologia de fabricação permitiu empreitadas como a construção do VLT (Very Large Telescope) onde dois ou mais telescópios podem operar em conjunto, próximos entre si, somando as áreas individuais de coleta de luz e permitindo realizar interferometria, de maneira similar ao que fazem os radiotelescópios no filme Contato, baseado no romance do astrônomo Carl Sagan, publicado em 1985.

A interferometria é utilizada há décadas na faixa de freqüência de rádio, mais simples de se operar do que nas faixas ótica e do infravermelho. Tem como grande atrativo científico a capacidade de resolver detalhes e estruturas como se o arranjo fosse um só espelho coletor com diâmetro aproximadamente igual à distância entre os espelhos individuais.

 

 

A operação conjunta dos quatro telescópios do projeto europeu VLT (Very Large Telescope), no Chile, programada para a primeira década do próximo milênio, equivalerá a um grande telescópio de 16,4 metros de diâmetro em termos de área coletora. Em termos de capacidade de resolver detalhes finos, o arranjo irá se comportar como um telescópio de diâmetro ainda maior. Cada um dos VLT, com espelhos de 8,2 metros, fazendo uso da óptica adaptativa, pode operar sozinho ou em conjunto com os demais. O primeiro deles está funcionando desde maio deste ano.

Os maiores observatórios já construídos são os Keck I e II, no Havaí, cujos espelhos são de 10 metros cada um. Esses dois telescópios também irão operar no modo interferométrico. No entanto, não incorporam a facilidade de óptica adaptativa como uma capacidade básica, deixando-a a cabo dos instrumentos específicos que são instalados no telescópio. A diferença é importante. O VLT, embora com espelho de menor diâmetro, utilizando óptica adaptativa torna-se 2,5 vezes mais sensível do que cada um dos Keck, sem óptica adaptativa. E também por sua grande área coletora, pode ser 50 vezes mais poderoso que o telescópio espacial Hubble, de 2,4 metros. A vantagem do Hubble, ou de qualquer outro telescópio que opere no espaço, está na sua capacidade de obter imagens de alta definição e também de operar em regiões do espectro eletromagnético que são completamente barradas pela nossa atmosfera, como a radiação ultravioleta. Telescópios no espaço também são mais imunes às distorções provocadas pela atmosfera.

 

 

Por outro lado, o tamanho dos telescópios espaciais tem limitações devido às restrições impostas pelas operações de colocação de um equipamento desse porte no espaço. A solução seria a construção de um sistema interferométrico em órbita, idéia incorporada pelo telescópio Origins, da Nasa.

Para os projetos a serem desenvolvidos em terra, a idéia é projetar telescópios com espelhos cada vez maiores. A equipe que projetou os Gemini tem estudado a possibilidade de telescópios com espelhos entre 30 e 50 metros de diâmetro.

Impulsionada pelo aperfeiçoamento das ferramentas observacionais, a astrofísica no século XXI deverá trazer grandes revelações. A questão continua sendo "o que buscar"...

 

 

   

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Bibliografia / Créditos

 


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