Da linguística geral à filosofia da linguagem: escutando os sentidos do signo morte nos estudos da língu(a)gem

Por Valdemir Miotello, Camila Caracelli Scherma, Fabrício Cesar de Oliveira e Nathalia Viana da Mota

RESUMO: A partir de Saussure, passando por Bakhtin, a questão da significação constituiu um problema central nos estudos filosóficos do século XX. De um lado, estavam os herdeiros do Crátilo (Platão), defensores da teoria objetivista da linguagem, tais como Ferdinand de Saussure, que julgavam que as palavras deveriam refletir apenas a descrição, sincrônica e imutável, da realidade; do outro lado, encontravam-se os herdeiros das Investigações filosóficas (Wittgenstein), defensores de uma visada mais concreta e pragmática, tais como Mikhail Bakhtin, que entendiam que com as palavras poder-se-ia fazer muito mais coisas do que apenas descrever, nomear ou classificar os objetos no mundo, pois entendiam a língu(a)gem como ação, como um agir no mundo em interação social. Nesse sentido, o objetivo deste texto é apresentar algumas compreensões dos sentidos do signo morte nos estudos da língu(a)gem. Para tanto, procuramos estabelecer uma relação dialógica entre a perspectiva linguística saussuriana e a perspectiva linguístico-filosófica bakhtiniana no que tange à concepção de língua e, sobretudo, de signo.

Palavras-chave: Morte; Signo linguístico; Saussure; Bakhtin; Dialogismo.

Acerca da categoria do signo

Pensar os sentidos do signo morte nos estudos da língu(a)gem[1] nos remete, antes de tudo, a refletir sobre a própria condição de possibilidade a partir da qual o genebrino Ferdinand de Saussure, através da publicação da obra Curso de Linguística Geral por seus discípulos Charles Bally e Albert Secheaye, delimitou a langue, em detrimento da parole, como o objeto da Linguística para que ela pudesse reclamar um lugar entre as ciências.

Ao se afiliar ao modo positivista de fazer ciência, Saussure reproduziu, no interior dos estudos da linguagem humana, toda uma lógica de pensamento dicotômico que opera, inclusive no tempo presente, não só com base na ideia sectarista de divisão, mas sobretudo na ideia hegemônica de hierarquização.

Do ponto de vista dos estudos linguísticos saussurianos, então, o signo linguístico é “uma entidade psíquica de duas faces” (SAUSSURE, 2012, p. 106) – uma imagem acústica e um conceito – que deriva não da combinação de uma palavra com um sentido, e sim de um significante com um significado. Além disso, o signo deve ser definido em função da relação opositiva entre “identidades e diferenças, não sendo estas mais que a contraparte daquelas” (SAUSSURE, 2012, p. 154). O que significa dizer que a identidade do signo linguístico morte se caracteriza por sua diferença conceitual com sua contraparte vida, vice e versa.

Em outras palavras, podemos dizer que o conceito de morte encarado como signo linguístico assume um caráter majoritariamente individual, arbitrário e linear. Ademais, considerando o “circuito da fala”[2], também podemos dizer que o signo é produto de um ato abstrato, cuja significação se concentra, como ponto de partida, em um único indivíduo (embora o “circuito” se complete por duas pessoas, a pessoa A, emissor ativo, e a pessoa B, receptor passivo) e se realiza em função, única e exclusivamente, de três processos: o psíquico, no qual um dado conceito aciona “no cérebro uma imagem acústica correspondente”; o fisiológico, no qual “o cérebro transmite aos órgão da fonação um impulso correlativo da imagem”; e o físico, em que “as ondas sonoras se propagam da boca de A até o ouvido de B.” (SAUSSURE, 2012, p. 43; grifos do autor) .

Pensar a língu(a)gem a partir dessa perspectiva abstrata e dicotômica é tomá-la como lugar de monologização e absolutização dos sentidos. É concebê-la, em última instância, como aquilo que persegue o acabamento e a repetibilidade do “existir-evento”[3], mortificando todas as suas condições de possibilidade de vir a ser diferente: de vir a ser mais, de vir a ser entre, de vir a ser com…

É preciso, pois, pensar “outramente”[4], para além do modelo ocidental dominante, que insiste na produção de significados (e não de sentidos) a partir de relações bipolares e antagônicas entre os signos. É preciso pensar a língu(a)gem não como lugar de arbitrariedade autoritária capitaneada pela cultura da exclusão (a cultura do “ou”), mas como lugar de alteridade libertária conjugada pela cultura da articulação (a cultura do “com”).

Bakhtin e o Círculo[5] construíram um modo outro de pensar o signo. Na perspectiva círculo-bakhtiniana, o signo possui uma realidade exterior, posto que “o próprio signo e todos os seus efeitos (todas as ações, reações e novos signos que ele gera no meio social circundante) aparecem na experiência exterior” (BAKHTIN; VOLOCHÍNOV, 2009, p. 33). Cada signo é, portanto, constituído de materialidade, tem uma “encarnação material”[6], contudo, essa encarnação material não é estanque ou excludente; ela se dá no jogo dos sentidos já contidos na materialidade do signo e nos sentidos que nele se acumulam ao longo de todas as relações sociais e históricas das quais já fez parte. O signo, na perspectiva do Círculo de Bakhtin, além de ser parte constitutiva de uma dada realidade, também reflete e refrata uma outra realidade que lhe é exterior.

Justamente por essa força de refletir e refratar realidades outras, que lhes são exteriores, o domínio do signo coincide com o domínio do ideológico e, por isso, ao refletir e refratar uma outra realidade além daquela à qual ele pertence, o signo “pode distorcer essa realidade, ser-lhe fiel, ou apreendê-la de um ponto de vista específico etc. Todo signo é ideológico, pois está sujeito aos critérios de avaliação ideológica (isto é, se é verdadeiro, falso, correto, justificado, bom etc.) (BAKHTN; VOLOCHÍNOV, 2009, p.32). E a palavra, por sua vez, e ao contrário da concepção sígnica saussuriana,

[…] não é uma fotografia daquilo que ela significa. É um som significante, emitido ou pensado por uma pessoa real, em um determinado momento da história real, e que é, portanto, um enunciado inteiro ou uma parte dele, seu elemento. Fora desse enunciado vivo, a palavra só existe nos dicionários, mas lá ela é uma palavra morta, mero conjunto de linhas retas ou semicirculares, marcas de tinta tipográfica nas folhas de um papel em branco. (VOLÓCHINOV, 2019, p. 314; grifo nosso)

O signo bakhtiniano é constituído, portanto, de uma materialidade, além das camadas de materialidade sócio-histórica que sobre ele se acumulam ao longo das relações, e da valoração ideológica, que se dá pelo seu caráter semiótico. Para o Círculo bakhtiniano, a materialidade sígnica não é regida pela (mono)lógica da estabilidade e repetibilidade (A = A), mas pelas possibilidades de abertura alteritária do signo a sentidos outros (A = A e B e C e D e Y e 2…), num jogo entre a estabilidade e a instabilidade, entre a repetibilidade e a irrepetibilidade, entre o mesmo e o diferente, a partir da mesma materialidade e na singularidade de cada relação.

Compreendendo os signos com Bakhtin e o Círculo

Um pensamento diferente sobre a questão da língu(a)gem, e mais precisamente sobre os sentidos do conceito de morte, pode ser localizado (dentre outros textos do Círculo) nas obras Problemas da Poética de Dostoiévski e A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais, do filósofo russo Mikhail Bakhtin.

Ao invés do sentido negativo e reducionista do conceito de morte captado a partir da lógica dicotômica ocidental, Bakhtin, ao desenvolver seus estudos do carnaval medieval-renascentista e do grotesco rabelaisiano, nos mostra uma outra possibilidade de encarar tal conceito, a partir da ideia positiva de processo: a morte não como palavra de um único tom que aponta para o fim ou para o acabamento da vida, mas, ao contrário, como palavra de duplo tom, que acena para a mudança e para a renovação da vida

A morte, em sentido carnavalesco bakhtiniano, traduz-se como um ritual biunívoco e ambivalente de coroação/destronamento (ou destronamento/coroação) do rei do carnaval. Por conseguinte, traduz-se como uma imagem criadora, prenhe de mudanças e renovações, que nada mortifica eternamente, “apenas proclama a alegre relatividade de tudo” (BAKHTIN, 2002, p. 125): de qualquer poder, de qualquer ordem, de qualquer verdade.

Além disso, em perspectiva, então, da cosmovisão carnavalesca, a morte adquire um sentido não de estagnação/estabilização, da ordem do monológico e do bipolar, e sim, um sentido de transitoriedade/mudança, da experiência do dialógico e do multipolar. Afinal, os sentidos, ao contrário dos significados que operam pela imobilização, se constroem no movimento ambivalente da “palavra de dupla tonalidade”[7], no continuum das relações dialógicas entre os polos, entre os extremos, entre os opostos, configurando, assim, “o estado de não-acabamento constante do mundo, a fusão permanente da mentira e da verdade, do bem e do mal, das trevas e da claridade, da maldade e da gentileza, da morte e da vida” (BAKHTIN, 1987, p. 379-380).

Para olharmos para a morte como signo ideológico na perspectiva bakhtiniana, é preciso nos colocar à escuta dos sentidos que se constroem sobre essa materialidade sígnica, considerando aquilo que é de caráter da repetibilidade, que se dá por meio das forças de estabilização dos sentidos, mas também, e sobretudo, considerando aquilo que é de caráter da irrepetibilidade, que se dá por meio das forças de abertura a compreensões outras, a sentidos outros.

Essa abertura dos sentidos, para o pensamento bakhtiniano, se dá sempre no encontro, no jogo, no movimento dialógico entre o mundo em que os sentidos são apresentados com seu valor genérico e o mundo da singularidade que cada sujeito ocupa. Nesse jogo, somente é possível compreender um signo pelo seu valor igual a si mesmo, o valor que é genérica e universalmente reconhecido, “pela sua correlação com o lugar singular daquele que participa, determina e reconhece” como valor.

Do mesmo modo, no caso do signo morte, também um valor genérico, abstratamente reconhecido, um valor igual a si mesmo, não existe. Sua validade somente pode ser reconhecida no jogo, no encontro com cada lugar singular daquele que reconhece o seu valor. Uma morte abstrata, genérica, objetificada apaga a singularidade, instaurando a indiferença, em que “o reconhecimento do outro no máximo alcança o nível da imparcialidade, da paridade, da igualdade, da justiça, do tratamento igual por todos os análogos, […] mas sempre de maneira não-participativa, indiferente à singularidade, à diferença de cada um – ou antes, com a interdição da não indiferença nos seus confrontos.” (PONZIO, 2009, p.19). A validade da morte, como signo, é reconhecida e condicionada não pelo seu conteúdo em si, abstratamente tomado, mas na correlação com o lugar único, singular e irrepetível daquele que a determina e a reconhece.

À escuta de sentidos do signo morte

Podemos compreender alguns sentidos desse jogo de forças entre uma morte genérica, tida como universalmente válida, e a morte como um ato singular, na correlação com o sujeito que a reconhece, um sujeito que vive a morte, na letra de Gilberto Gil – Não tenho medo da morte (Banda Larga Cordel, 2008). Nessa letra, o compositor estabelece um diálogo entre a morte, substantivo, e o morrer, verbo. Ao enunciar “Não tenho medo da morte / Mas medo de morrer, sim”, o locutor se coloca em posições diferentes ante a morte e o morrer.

No diálogo com o interlocutor, ele indaga “Qual seria a diferença/ Você há de perguntar”. Aqui, o diálogo se expressa pela diferença de sentidos que os versos abrem a partir do substantivo morte e do verbo morrer.  Para ele, “A morte é depois de mim/ mas quem vai morrer sou eu”. Esses versos nos permitem compreender que o valor ou a validade da morte do locutor é singular para o outro ou para os outros que viverão sua morte; mas essa morte é depois dele, depois de findada sua existência nesta dimensão, como uma condição. Já o valor ou a validade do morrer se dá, inclusive, pela função sintática do sujeito do verbo, que é o próprio sujeito que vai morrer. O ato de morrer é singular para o sujeito que viverá sua morte, como um ato responsável – somente ele, de seu lugar único e irrepetível viverá a própria morte e, nela, terá “[…]de estar presente/ Assim como um presidente/ dando posse ao sucessor” e, nesse ato, o sujeito da canção afirma “Terei de morrer vivendo/ Sabendo que já me vou”. Nesses versos, a fronteira entre a vida e a morte é expressa pelo gerúndio do verbo viver, enunciando a forma como o sujeito terá de morrer. Nessa materialidade discursiva, a morte e a vida se encontram signicamente pela presença dos dois verbos – morrer e viver. Morte e vida materializam seus sentidos em dois verbos distintos, que se misturam na singularidade da morte desse sujeito que constrói a memória de futuro do encerramento de sua própria existência. Contudo, os dois verbos refletem e refratam, ao mesmo tempo, a morte e a vida, já que o sujeito terá de morrer vivendo e, em vida, morrerá, como seu “derradeiro ato”. Os dois verbos carregam em sua materialidade a morte em vida e a vida no ato da morte, são bifrontes ao olharem, ao mesmo tempo, para a morte e para a vida.

O valor da morte nessa canção é constitutivo de um sujeito encarnado, um sujeito que vive com a morte uma valoração única, singular, de um lugar também único e singular. A morte, que, em muitos contextos, é transformada em objeto, apagando a diferença, situando sua validade nas identidades, se encontra com o sujeito justamente no mundo por ele vivido, no mundo em que ele encarna sua existência singular. Vemos isso nos versos que instauram uma fronteira entre o substantivo morte, que “[…] já é depois/ que eu deixar de respirar” – portanto, do lado de lá, o além – e o verbo morrer, que […] Morrer ainda é aqui/ Na vida, no sol, no ar/ Ainda pode haver dor/ Ou vontade de mijar”. Ao promover o encontro do ato de morrer com acontecimentos que afetam o corpo, o compositor estabelece uma relação com o corpo grotesco, que, na perspectiva bakhtiniana, é um corpo que se manifesta nos limites da morte e da vida, do encerramento com o nascimento, do começo e do fim da vida. Para Bakhtin, (2010, p.277):

[…] os atos do drama corporal – o comer, o beber, as necessidades naturais (e outras excreções: transpiração, humor nasal etc.), a cópula, a gravidez, o parto, o crescimento, a absorção por um outro corpo – efetuam-se nos limites do corpo e do mundo ou nos do corpo antigo e do novo; em todos esses acontecimentos do drama corporal, o começo e o fim da vida são indissoluvelmente imbricados.

O instante do ato de morrer enunciado na canção também é constituído desses acontecimentos do drama corporal, pois o sujeito enuncia que “Então nesse instante sim/ Sofrerei quem sabe um choque/ Um piripaque, ou um baque/ Um calafrio ou um toque/ Coisas naturais da vida/ Como comer, caminhar/ Morrer de morte matada/ Morrer de morte morrida/ Quem sabe eu sinta saudade/ Como em qualquer despedida”. A canção enuncia os acontecimentos que afetam o corpo como “coisas naturais da vida”, mas que, na letra, se dão durante o ato de morrer. As fronteiras porosas entre a morte e a vida situam o grotesco da morte e do morrer, uma vez que esses dois signos se abrem à vida, ao devir, ao além, no jogo com o aqui e agora.

Considerações finais

Neste texto, dialogamos a respeito dos sentidos possíveis do signo morte, partindo de uma retomada da categoria de signo de base saussureana, como a soma do significante e do significado, que, de certo modo, encerra os sentidos, colocando em oposição as identidades do signo linguístico, caracterizando-se por sua diferença conceitual. Nessa perspectiva, o signo morte se contrapõe em sua identidade ao signo vida.

Caminhamos, em seguida, para a perspectiva bakhtiniana do signo, como uma arena, como um lugar de encontro, de abertura, de constituição de uma unidade a partir da própria materialidade sígnica. Compreendemos o signo morte do ponto de vista do grotesco e do carnavalesco, uma vez que, na materialidade do mesmo signo, escutamos os sentidos de morte – como encerramento de dada existência –, mas também de vida – como abertura, como possibilidade de renovação, como fertilização do devir.

O encontro promovido na materialidade dos versos da canção de Gilberto Gil (2008, no disco Banda Larga Cordel) é o encontro de dois mundos: o da unidade objetiva de um domínio da cultura e o da singularidade irrepetível da vida de cada sujeito. Aqui, vemos a morte genérica na expressão “medo da morte” e a morte singular e irrepetível na expressão “medo de morrer”. Como resultado, os versos confrontam esses dois mundos, que segundo Bakhtin (2010, p.43), são incomunicáveis e mutuamente impenetráveis”. A unidade objetiva de um determinado campo da cultura e a singularidade do existir irrepetível, no efetuar-se do evento único e singular do ato de morrer daquele sujeito, e somente nesse efetuar-se é que se constitui a unidade única como um momento do evento singular do existir (BAKHTIN, 2010).

Vimos o ato de morrer como um Jano bifronte, que olha em duas direções opostas: a direção do repetível – todos somos mortais, portanto, todos nos deparamos com a morte – e a direção do irrepetível – a morte de cada um, como um evento único do mundo da vida. Esse encontro num plano bidirecional constitui o ato de morrer também como um ato responsável, tornando inseparáveis o conteúdo-sentido da morte e a historicidade concreta de sua realização. Desse modo, morrer também é um ato que se dá com toda a força da vida singular de cada um, da experiência de morte vivida por cada um, como um momento do viver-agir de um sujeito concreto. O ato de morrer se dá na vida vivida. A fronteira é que constitui a abertura desses dois campos para o encontro da morte que já é dada com o morrer que está para se cumprir, da morte genérica com o morrer singular e irrepetível, do que já é com o vir a ser.

Valdemir Miotello é docente sênior do Departamento de Letras, recém aposentado. Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFSCar. E-mail: miotello@terra.com.br

Camila Caracelli Scherma é professora doutora de Língua Portuguesa e Linguística na Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó-SC. E-mail: camila.scherma@uffs.edu.br

Fabrício Cesar de Oliveira é doutor em Linguística e Filosofia da Linguagem pela Universidade Federal de São Carlos. E-mail: prof.fabricio_oliveira@yahoo.com.br

Nathalia Viana da Mota é doutoranda em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual do Ceará. E-mail: nvianadamota@gmail.com

Referências

BAKHTIN, M. M. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Tradução de Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 1987.

BAKHTIN, M. M. Para uma filosofia do Ato Responsável. Tradução de Valdemir Miotello e Carlos Aberto Faraco. 3. ed. São Carlos: Pedro & João, 2017.

BAKHTIN, M. M. Problemas da poética de Dostoiévski. Tradução: Paulo Bezerra. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002.

BAKHTIN, M. M.; VOLOCHÍNOV, V. N. Marxismo e Filosofia da linguagem. 13ª ed. São Paulo: Hucitec, 2009.

GIL, Gilberto; ZAPPA, Regina. Gilberto bem perto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2013 (2008).

PONZIO, A. A concepção bakhtiniana do ato como dar um passo. In: BAKHTIN, M. M. Para uma filosofia do ato responsável. Tradução de Valdemir Miotello e Carlos Aberto Faraco São Carlos: Pedro & João Editores, 2010.

SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. 28. ed. São Paulo: Cultrix, 2012.

TOURAINE, A. Pensar outramente: o discurso interpretativo dominante. Tradução de Francisco Morás. Petrópolis: Editora Vozes, 2009.

VOLÓCHINOV, V. A palavra na vida e a palavra na poesia: ensaios, artigos, resenhas e poemas. Tradução e organização de Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo. São Paulo: Editora 34, 2019.

[1] Ao adotarmos o termo “língu(a)gem” estamos defendendo que a linguagem, entendida como um todo constitutivo (língua e fala), é uma prática social e, como tal, deve produz um agir no mundo que seja ético, estético e responsável.

[2] Ver Saussure (2012).

[3] Ver Bakhtin (2017).

[4] Ver Touraine (2009).

[5] Termo indicado para fazer referência ao coletivo de intelectuais russos que se reuniam para pensar questões relativas à filosofia, às ciências, às artes e, sobretudo, à vida, em um contexto político e histórico situado na Rússia soviética entre os períodos leninista e stalinista. Nesse sentido, pode-se apontar os nomes de Mikhail Bakhtin, Valentin Volóchinov e Pável Medviédev como os principais representantes do que se convencionou chamar por Círculo de Bakhtin. 

[6] Ver Bakhtin e Volochínov (2009).

[7] Ver Bakhtin (1987).