Pesquisadora apresenta histórico e avaliação
do projeto
A pesquisadora Maria de Fátima Garcia, da
Faculdade de Educação da Unicamp, realizou um estudo
que avaliou o desenvolvimento do projeto de 1997 a 2001. O "Ciência
na Escola" estava sendo realizado, nesse período,
em cinco escolas da rede pública municipal de Campinas
e uma escola da rede estadual. O estudo resultou na tese de doutoramento,
defendida pela pesquisadora no dia 21 de fevereiro de 2002.
"Pesquisa não é apenas coleta
de dados, leituras, experimentos", diz Maria de Fátima
Garcia. "O pesquisador tem que incluir a prática como
componente necessário da pesquisa", completa. Ela
conta que a visão do aluno sobre o que é pesquisa
mudou com o a experiência do projeto "Ciência
na Escola". Em 1997, quando questionados sobre o assunto,
os alunos respondiam que pesquisar era fazer recortes de jornais
e revistas, ou copiar o conteúdo de uma enciclopédia.
Hoje, nas escolas onde o projeto foi implementado, os alunos afirmam
que pesquisar é entrevistar pessoas, procurar informação
na Internet e coletar dados.
"O aluno deixa de ser objeto do ensino para
ser parceiro de trabalho do professor", afirma Garcia. Na
escola Domingos Zatti, por exemplo, os alunos fizeram acompanhamento
de preço de mercadorias, e os dados coletados foram utilizados
nas aulas de matemática. Na escola Elvira Muraro, os alunos
tiraram fotos e fizeram entrevistas, aproveitadas nas aulas de
geografia para o estudo dos impactos ambientais da ocupação
territorial ao longo do córrego São Pedro, que passa
atrás da escola. Garcia conta que na escola Aníbal
de Freitas, onde se pesquisou sobre a urbanização,
os transportes e a poluição na cidade de Campinas,
os próprios alunos delimitaram novos problemas ao longo
da pesquisa.
"Uma professora ligada ao "Ciência
na Escola" me contou que no final do ano letivo, as notas
já estavam fechadas e os alunos permaneceram na escola
para concluir a pesquisa", diz Garcia. A pesquisadora do
Leia afirma que tanto alunos quanto professores sentiram o seu
trabalho valorizado, quando participaram do I Seminário
do projeto "Ciência na Escola", em 2000, do 13º
Congresso de Leitura do Brasil (COLE) e da Mostra de Ciência
e Tecnologia para o Desenvolvimento (Cientec), esse dois últimos
em 2001. "Esse trabalho de produção de saberes
e conhecimentos é importante para o desenvolvimento pessoal
e profissional dos professores e para a capacitação
dos alunos", conclui.
Confira as experiências desenvolvidas pelas
as escolas:
Estudo desperta em jovens
alunos preocupação com
qualidade de vida
Temas ligados ao cotidiano
do aluno tornam
pesquisa mais atraente
Qualidade da água
é tema de estudo que alia prática à teoria
Alunos simulam gestão
de problemas urbanos e dão
lição de cidadania
Pesquisa busca conscientizar
moradores do bairro quanto ao meio ambiente
Estudo de assuntos atuais
envolve diversas disciplinas
Alunos pesquisam nutrição
e hábitos alimentares