| O programa de políticas públicas 
              da Fapesp  Paula Monteiro 1.Objetivos do Programa
 O Programa de Políticas Públicas da Fapesp nasceu 
              em 1998 com o objetivo de transferir para a sociedade o conhecimento 
              acumulado nas diversas áreas da ciência brasileira. 
              Inspirado nos êxitos obtidos pelo Programa Pesquisa para a 
              Inovação Tecnológica (PITE-FAPESP), que associou 
              a pesquisa tecnológica com a demanda das empresas, este programa 
              apóia grupos de pesquisa que sejam capazes de articular-se 
              com equipes do estado de São Paulo responsáveis pela 
              execução de políticas sociais em todos os níveis.
 A organicidade da parceria entre pesquisador e técnicos 
              dos órgãos públicos ou quadros da sociedade 
              civil é chave nesse programa. Ela deve efetivar-se em dois 
              níveis: na inclusão de membros da equipe parceira 
              na equipe que fará o desenho original da pesquisa e será 
              responsável pelo seu desenvolvimento; na capacitação 
              de quadros da equipe parceira encarregada de multiplicar experiências 
              bem sucedidas. A Fapesp quer, assim, associar pesquisa de excelente 
              nível com o avanço dos meios de diagnóstico 
              e gestão dos problemas sociais. Ao mesmo tempo, visa estimular 
              os pesquisadores a manter-se em sintonia com as demandas específicas 
              de conhecimento que vêm dos gestores públicos.  2. Características do ProgramaOs projetos devem ser apresentados por pesquisadores experientes 
              e descrever, necessariamente, os mecanismos que serão utilizados 
              para transferir os conhecimentos e capacitar os quadros executores 
              das políticas públicas.
 O programa prevê o desenvolvimento do projeto aprovado em 
              três fases distintas: a primeira, de apenas seis meses e com 
              recursos limitados a R$ 30 mil, visa consolidar a parceria entre 
              pesquisador e gestor, definir seu acordo quanto ao envolvimento 
              das equipes e o desenho do projeto e estudar sua viabilidade; a 
              segunda, de um ano renovável por mais um, é o tempo 
              do desenvolvimento das atividades de pesquisa, de transferência 
              de conhecimento e capacitação de quadros, e prevê 
              um investimento de até R$ 200 mil; a terceira fase envolve 
              apenas a equipe parceira que, em caso de sucesso, implementará 
              os resultados obtidos em uma política de amplo alcance. 3.Características dos projetos em andamentoO Programa de Políticas Públicas já aprovou, 
              em seus quatro primeiros editais, 131 projetos. Até o momento 
              nenhum deles encerrou a segunda fase. No entanto, já é 
              possível traçarmos um primeiro perfil do tipo de demanda 
              que vem sendo respondida pelo programa. De um modo geral, os projetos 
              se concentram no problema da informatização dos diagnósticos 
              e procedimentos nas diferentes áreas da saúde pública 
              e nas questões de controle da qualidade ambiental. O mapeamento 
              da violência nos centros urbanos e a criação 
              de instrumentos de controle da gestão do Estado também 
              são temas bastante recorrentes. É interessante observar 
              que, em sua grande maioria, os projetos estão a procura da 
              construção de metodologias que associem o desenvolvimento 
              de instrumentais tecnológicos de produção e 
              controle da informação ao desenho de diagnósticos 
              claros que subsidiem e orientem a política pública. 
              Produção de softwares, banco de dados integrados, 
              digitalização de documentos, sistemas de monitoramento, 
              mapeamentos, capazes de consolidar e padronizar a informação, 
              tornam-se ferramentas cada vez mais importantes para a gestão 
              pública. Além disso, essas ferramentas permitem a 
              produção de indicadores que servirão de instrumento 
              de avaliação das políticas públicas 
              em andamento.
 Paula 
              Monteiro é coordenadora adjunta da diretoria científica 
              da Fapesp.
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