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Flo Menezes: ‘O objeto de arte é muito mais complexo do que uma prescrição ideológica do que é ou não positivo’

Por Bruno Vaiano

Em entrevista à ComCiência, professor de composição há mais de 30 anos, um dos mais conceituados compositores de música eletroacústica do mundo e formulador do conceito de “música de escritura” explica que, paradoxalmente, é impossível ensinar composição. “Arte é invenção. É por isso que a inteligência artificial nunca vai fazer alguma coisa que preste em Composição, só vai manipular dados pré-existentes”, diz Menezes, que é docente no Instituto de Artes da Unesp e fundador do Studio PANaroma de Música Eletroacústica. Continue lendo Flo Menezes: ‘O objeto de arte é muito mais complexo do que uma prescrição ideológica do que é ou não positivo’

O Estado como peste

Por Roberto Romano

A pandemia dizima milhões de pessoas em tempo rápido.  Ela traz a ruína de Estados, economias, sociedades. Ao surgir sem previsão seus ataques corroem culturas, restauram crendices, exasperam a insegurança coletiva. Ela radicaliza tragédias vividas pela Humanidade desde os mais remotos tempos. Um de seus modernos efeitos calamitosos é o acirramento de ideologias. É como se, ao aproveitar a irrupção malsã, formas cruéis de pensamento ressurgissem em todas as nações. O nazismo, o fascismo e forças religiosas retrógradas apresentam caraterística comum, pois desprezam e refazem calúnias contra a ciência, sobretudo no terreno médico. “Deus, Pátria, Família”– o lema dos que defendiam o Sigma – ilustra a nova guinada do poder erguido sobre o irracional. A pesquisa paciente e serena, a busca incessante de fatos e de evidências, as tentativas de localizar remédios, tudo de repente é preterido, vencem as mensagens trocadas na internet. Os atentados misólogos  brotam dos lábios de quem  preside o país. No atual governo ninguém escapa da crendice autoritária, sobretudo os que deveriam gerir a saúde. Continue lendo O Estado como peste

Roberto Romano: Privatização sem freios e populismo anti-imigração são faces da mesma moeda

Por André Gobi, Erica Mariosa e Marcos Botelho Jr.

Enquanto a primeira distribui desemprego e miséria, o segundo encontra os culpados nos imigrantes. É a receita que gerou o nazismo no século XX, e provavelmente fará renascer o fascismo no mundo, e no Brasil. O domínio capitalista gera nas massas urbanas já estabelecidas imensos exércitos de reserva e, sem emprego, o medo aumenta entre os “negativamente privilegiados”. É a hora das receitas milagrosas: na economia, a privatização enquanto remédio universal, aplicado segundo critérios do “mercado”, abstração rendosa para os que possuem a quase totalidade das riquezas. De outro lado, temos o populismo que promete o retorno “dos velhos e bons tempos” quando os brancos pobres seriam amparados e teriam emprego, perdido com o advento dos “inferiores” negros, árabes, latinos. Continue lendo Roberto Romano: Privatização sem freios e populismo anti-imigração são faces da mesma moeda