Por Roberto Romano [Ilustração de Céllus Marcello Monteiro instagram celluscartum twitter @Cllus1]
Voici le temps des assassins (Rimbaud)
A coletânea de escritos apresentados agora pela revista ComCiência tem como alvo discutir o conceito e a prática ligados à distração. Meu intento é modesto: desejo indicar elementos para o debate sobre semelhante atividade humana. Começo com um espanto. Hoje, “distração” adquire semântica quase neutra. Não era assim na cultura romana que nos deu a língua e a maioria dos costumes. Distractio no vocabulário do Império significava “separação”, divisão, desavença, discórdia. Distractor era o indivíduo que puxava os demais para as mais diversas partes, causando a quebra da unidade social. Distractus seria a pessoa impelida para uma ou outra facção. Continue lendo Massacre covid: suicídio como esporte e distração