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Sobre saberes decoloniais

Por Francielly Baliana

imagem: Mural Presencia de América Latina, de Jorge González Camarena (1964 – 1965) | Casa del Arte, Universidad de Concepción, Chile

Desde a década de 1990 na América Latina, estudos conduzidos principalmente pelo sociólogo peruano Aníbal Quijano e pelo semiólogo argentino Walter Mignolo levaram a uma sistematização cada vez maior de pesquisas que revisitam a noção de poder conceituada a respeito da modernidade e também a partir dela. Ao analisar as manifestações históricas em relação a essa perspectiva, além de suas continuidades e descontinuidades em uma atualidade de virada de século, Quijano (2010) conceitua a ideia de colonialidade do poder para dar nome ao que entende como um padrão de dominação global, uma espécie de face oculta das chamadas civilizações modernas, que tem origens na conquista da América em conformidade com a constituição do modo de produção capitalista. Continue lendo Sobre saberes decoloniais

Poética da informação. Um estudo do papel da arte na representação da notícia

Por Rodrigo Marcondes e Antonio Carlos Amorim

É necessário nos questionarmos sobre como provocar indivíduos a ver no museu um tipo de conteúdo similar àquele que está́ disponível nos canais de comunicação convencionais. Qual é a medida estética para a apresentação desse conteúdo? As narrativas visuais que envolvem arte e informação correm grande risco de atingir um grupo extremamente reduzido de espectadores, sem perspectiva de expandi-lo. É necessário que, enquanto produtores, estejamos atentos à nossa audiência. Continue lendo Poética da informação. Um estudo do papel da arte na representação da notícia

“(A)mares e ri(s)os infinitos”: a catástrofe de estar junto diante da finitude

Por Susana Dias e Sebastian Wiedemann

Aprender com os rios que não é possível recuperar uma condição original, mas fazer da nascença constante nosso modo metamórfico de viver e pensar, que não é possível reaver um território existencial que se encontraria pressuposto desde o início, nem regenerar seu caráter supostamente real e verdadeiro, mas seguir proliferando modos de existência particulares que desafiam qualquer modelo de verdade e resistam a qualquer vontade de julgamento. Continue lendo “(A)mares e ri(s)os infinitos”: a catástrofe de estar junto diante da finitude

Os oráculos da pós-modernidade: ficção científica, ciência e o futuro

Por Vitor Chiodi

Na introdução do clássico A mão esquerda da escuridão, Ursula Le Guin (2014) diz que a ficção científica é muito mais um comentário sobre o presente que uma forma de tentar prever o futuro. Ainda assim, é muito comum que se avalie ficções científicas do passado a partir da sua suposta capacidade de antecipar acontecimentos. Um sinal no presente que confirme alguma suspeita e, quase instantaneamente, surge um novo oráculo que já estava ali,  a dizer os próximos passos, e o que e a quem temer. A ficção científica conecta ciência e público em torno de imaginários tecnocientíficos. Em certo sentido se torna uma forma de pensar a ciência e a tecnologia e especular para onde elas podem nos levar. Narrar o futuro se torna uma ferramenta para pensar o presente, como tão bem descreveu Le Guin. Continue lendo Os oráculos da pós-modernidade: ficção científica, ciência e o futuro