Democracia e eleições: o cinismo econômico no poder

Por Ladislau Dowbor

Com a Lei Kandir, de 1996, que isenta de impostos quem produz para exportação, temos um país que na última safra de grãos colheu o equivalente a 3,7 quilos por pessoa por dia, mas que tem 33 milhões de pessoas com fome, e 125 milhões em insegurança alimentar. Continue lendo Democracia e eleições: o cinismo econômico no poder

Jung Mo Sung: ‘Lógica que gerou avanço evangélico é a mesma que leva a seu caráter autoritário’

Por Ricardo Whiteman Muniz

Com a chamada Teologia da Prosperidade, ocorre uma profunda inversão na compreensão cristã sobre dinheiro e ostentação. “Agora pobre não é mais objeto de cuidado, mas visto como amaldiçoado por Deus”, diz professor da pós-graduação em ciências da religião da Universidade Metodista de São Paulo. “O sistema já existia antes de Bolsonaro e vai existir depois. Esse tempo de Bolsonaro é o ápice de uma mentalidade que tem uma certa coerência, mesmo que eticamente errada.” Continue lendo Jung Mo Sung: ‘Lógica que gerou avanço evangélico é a mesma que leva a seu caráter autoritário’

Engenharia eleitoral alternativa e a proteção da democracia contra a ditadura da maioria

Por Douglas Oliveira Donin

Um dos temas mais frutíferos referentes à análise dos processos de escolha democrática se refere à dicotomia entre os valores protegidos pelo princípio democrático e os resultados obtidos pela simples aplicação do chamado “princípio majoritário” – que, historicamente, vem acompanhando as democracias ao ponto de ser com elas confundido pelo cidadão que pouca reflexão dedica ao assunto. De fato, para a maioria dos cidadãos, distantes em corpo e alma das camadas decisórias da política, a democracia é vivida materialmente em duas ocasiões: na igualdade das filas de espera, o mais mundano dos institutos democráticos, e na eleição periódica, onde o candidato que empilha mais votos que os concorrentes ganha um tipo de cheque em branco pelos próximos anos – afinal, a “maioria é que manda”, como geralmente aceita o vencido resignado, antes de retornar sua atenção a assuntos individuais mais imediatos (ou festeja o vencedor, antes de iniciar um verdadeiro atropelo das vontades ou até direitos dos vencidos). Continue lendo Engenharia eleitoral alternativa e a proteção da democracia contra a ditadura da maioria

Universidade pública, ciência, democracia e sua reconstrução

Por Soraya Smaili

Ultimamente temos ouvido a frase “tempos difíceis”. Certamente difíceis, especialmente para a Universidade Pública Brasileira. Já vivemos períodos complexos e outros muito duros. Os tempos da Ditadura Militar não podem ser esquecidos. Lembramos das perseguições aos estudantes que se levantaram contra a repressão, dos desaparecidos e dos torturados. Lembramos dos inúmeros professores que foram injustamente retirados de seus cargos, como demonstrado no livro do Controle Ideológico na USP. A Comissão da Verdade da Unifesp mostrou que o Diretor da Escola Paulista de Medicina, à época reitor da temporária Universidade Federal de São Paulo (UFSP), que a ditadura desfez, foi destituído de seu mandato com perda do cargo público. Continue lendo Universidade pública, ciência, democracia e sua reconstrução

Eleição e tradição

Por Laurindo Lalo Leal Filho

O Brasil que saiu das urnas no primeiro turno das eleições deste ano mostra, na prática, o enraizamento do tradicionalismo em amplas camadas da sociedade e, ao mesmo tempo o seu afloramento político institucional. Continue lendo Eleição e tradição

O mito da elite oprimida

Por Carlos Orsi

O elitista oprimido é o incel do mundo sócio-político-intelectual. O profeta seminal da raça foi, provavelmente, o filósofo reacionário francês Joseph de Maistre (1753-1821), que deixou copiosa obra onde afirma (e reafirma) sua inconformidade com a perda de poder e prestígio da aristocracia hereditária na Revolução Francesa, para ele uma abominação de proporções cósmicas. Continue lendo O mito da elite oprimida

Entre pronunciamentos e compartilhamentos: a era das excelentíssimas lives presidenciais

Por Karina Juliana Francisco e Rafael Revadam

Inspirado em campanhas bem-sucedidas nos Estados Unidos, Bolsonaro desliga a televisão e investe sua comunicação nas redes sociais, dividindo a opinião pública e a imprensa sobre a oficialidade desses pronunciamentos. Continue lendo Entre pronunciamentos e compartilhamentos: a era das excelentíssimas lives presidenciais

_revista de jornalismo científico do Labjor