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Dossiê Luto

Morte na era digital: como empresas de tecnologia dão novos sentidos ao luto

Por Bárbara Paro, Greta Garcia e Luís Botaro

“A atitude de anunciar uma morte tende a se reinventar na era da internet”. Era isso o que já previa a psicóloga Ana Luiza Mano, do Núcleo de Pesquisas em Psicologia em Informática (NPPI) da PUC-SP, em uma entrevista dada ao Valor Econômico em 2013. Nove anos de avanços tecnológicos depois, sua afirmação se mostra mais atual do que nunca. Hoje as tecnologias emergentes funcionam como plataformas para a readaptação de diversos rituais e práticas do luto, além de incentivarem a criação de novas maneiras de vivenciar esse processo ou de se planejar para a própria morte. Continue lendo Morte na era digital: como empresas de tecnologia dão novos sentidos ao luto

Entre lutos: a questão da morte na vida do adolescente

Por Maria Cristina Mariante Guarnieri

O psiquiatra suíço Carl Gustav Jung afirma que a problemática cultural que enfrentamos hoje pode ser encontrada expressa nos conflitos do próprio indivíduo. Se a crise contemporânea nos revela uma crise psicológica, o momento onde essa crise mais se evidencia é no período da adolescência. Essa fase de transição da infância para vida adulta apresenta características que são muito dependentes do ambiente sócio cultural. E essa tendência grupal também é uma necessidade, pois o adolescente precisa do grupo como apoio para que possa negar a referência familiar e se encontrar, como sujeito, nesse embate. Continue lendo Entre lutos: a questão da morte na vida do adolescente

Da linguística geral à filosofia da linguagem: escutando os sentidos do signo morte nos estudos da língu(a)gem

Por Valdemir Miotello, Camila Caracelli Scherma, Fabrício Cesar de Oliveira e Nathalia Viana da Mota

RESUMO: A partir de Saussure, passando por Bakhtin, a questão da significação constituiu um problema central nos estudos filosóficos do século XX. De um lado, estavam os herdeiros do Crátilo (Platão), defensores da teoria objetivista da linguagem, tais como Ferdinand de Saussure, que julgavam que as palavras deveriam refletir apenas a descrição, sincrônica e imutável, da realidade; do outro lado, encontravam-se os herdeiros das Investigações filosóficas (Wittgenstein), defensores de uma visada mais concreta e pragmática, tais como Mikhail Bakhtin, que entendiam que com as palavras poder-se-ia fazer muito mais coisas do que apenas descrever, nomear ou classificar os objetos no mundo, pois entendiam a língu(a)gem como ação, como um agir no mundo em interação social. Nesse sentido, o objetivo deste texto é apresentar algumas compreensões dos sentidos do signo morte nos estudos da língu(a)gem. Para tanto, procuramos estabelecer uma relação dialógica entre a perspectiva linguística saussuriana e a perspectiva linguístico-filosófica bakhtiniana no que tange à concepção de língua e, sobretudo, de signo. Continue lendo Da linguística geral à filosofia da linguagem: escutando os sentidos do signo morte nos estudos da língu(a)gem