Entre o final de outubro de 2022 e o início de janeiro de 2023, o Brasil viveu uma campanha golpista de contestação do resultado da eleição presidencial. O que a sociologia tem a contribuir para aprofundar e complexificar o debate público em torno da compreensão deste fenômeno? Neste artigo, vou abordar quatro contribuições: revelar a racionalidade das ações sociais; refletir sobre a relação entre meios e fins; investigar a interação entre a base deste movimento e as suas lideranças; e, por fim, lembrar que valores são produzidos e internalizados em instituições socializadoras. Continue lendo Contribuições sociológicas para compreender o golpismo dos patriotas→
Das questões ainda em aberto sobre a intentona fascista de 8 de janeiro de 2023, talvez a mais intrigante seja: o que os bolsonaristas achavam que ia acontecer? A invasão e depredação de prédios públicos, vazios e trancados para o fim de semana, é um ato de selvageria e barbarismo, mas que dificilmente pode ser visto como uma tentativa séria de usurpar o poder ou desestabilizar o governo: não é como se os invasores estivessem tentando tomar o presidente recém-empossado como refém ou algo assim. Continue lendo A politização da toca do coelho→
Créditos da imagem destacada: Corpo do sargento Guilherme Pereira do Rosário, morto após a explosão de uma das bombas do Atentado do Riocentro em 1981. Autor desconhecido. Fonte: Correio do Brasil. Wikimedia Commons.
Este artigo busca avaliar o que mudou nos quatro após a entrada em vigor da LGPD. Quais questões permanecem em aberto e como podem ser abordadas? Para realizar esta análise há um esforço comparativo entre as semelhanças e diferenças da lei brasileira, a jurisdição americana e o GDPR europeu. Como resultado, o artigo busca discutir questões contemporâneas sobre privacidade e proteção de dados em face aos recentes eventos ocorridos no Brasil em 8 de janeiro de 2023.Continue lendo Proteção de dados e golpismo no Brasil→
O dia é 29 de maio de 2030, o CGI.br completa 35 anos de existência e ocorrem os preparativos para a assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU) de fechamento do ciclo dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS). O desenvolvimento e uso da Internet se tornaram temas transversais à toda Agenda 2030 e o Fórum de Governança da Internet IGF ganhou protagonismo dentro da estrutura da ONU. Os países e setores estão equilibradamente ocupando cargos nos grupos de tomada de decisão e de discussão de temas relacionados à Internet, além de se tornarem lideranças na futura agenda para o planeta e a humanidade. Continue lendo A soberania digital sustentável como base para o futuro da Internet→
A expressão “governança da Internet” adquiriu diversos sentidos ao longo de sua história, mas para compreender seu(s) significado(s) de fato, é necessário enveredar pela complexidade da rede, analisando sua estrutura, os princípios e conceitos que a regem, além dos desafios persistentes e emergentes do campo. Continue lendo Governança da Internet: estrutura, conceitos e desafios→
O Brasil foi precursor do multissetorialismo na forma de composição do Comitê Gestor da Internet. Sua estruturação e sua transformação tem um longo histórico e sempre contou com a colaboração de diversos setores da sociedade. Ao mesmo tempo, as disputas políticas por diferentes grupos sobre como a política deveria funcionar sempre esteve presenteContinue lendo Embates políticos sobre como a internet deveria se estruturar no Brasil→
“O bem estar de um indivíduo e de uma comunidade depende de seu acesso e sua habilidade de aplicar informação. Informação é portanto central no processo de desenvolvimento em todas as sociedades… Desenvolvimentos recentes rápidos em novas tecnologias de informação abrirarm as possibilidades para que as entidades civis possam comunicar-se e compartilhar informação… uma rede global dessa natureza só tem um papel válido a jogar no desenvolvimento se for criado por, ligado a e a serviço de atividades locais. É preciso destacar que o manejo de informação não é um objetivo em si mesmo, mas é simplesmente um elemento essencial na ação para melhoras e resultados sustentáveis concretos na vida dos povos. O manejo de informação e práticas relacionadas de atuação em rede precisam ser orientadas à mobilização de informação, não sua imobilização.”